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Commodities: Embarques dos EUA e petróleo dão impulso a soja e milho em Chicago

Os bons números de exportações de grãos dos Estados Unidos — um indício de que a logística de exportação tem voltado ao normal após a passagem do furacão Ida pelo país — e a alta do petróleo deram fôlego para as cotações de soja e milho na bolsa de Chicago nesta quinta-feira. O trigo, em contrapartida, encerrou o dia em baixa.

O contrato da soja para novembro, o mais negociado, subiu 0,42% (5,25 centavos de dólar), a US$ 12,4725 o bushel. A posição seguinte, para janeiro, por sua vez, avançou 0,46% (5,75 centavos de dólar), para US$ 12,5825 por bushel.

Mais cedo, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que os exportadores americanos de soja acertaram vendas ao exterior de 1,04 milhão de toneladas na semana encerrada em 30 de setembro, volume um pouco menor que o da semana anterior, mas acima do normal para o período. Do total, 671,3 mil toneladas seguirão para a China. O USDA também notificou uma venda extra de 261,2 mil toneladas para o México, com entrega também prevista para este ano-safra.

A valorização do petróleo na sessão ofereceu sustentação aos contratos do óleo de soja, que subiram mais de 2% e, com isso, deram impulso adicional aos preços do grão. O barril do petróleo tipo Brent (referência internacional) para dezembro subiu 1,07%, a US$ 81,95.

No entanto, o avanço da colheita nos Estados Unidos — o país prevê aumento de produtividade nas lavouras de soja — e a falta de novas compras da China impediram que a oleaginosa tivesse uma valorização mais expressiva.

As projeções para a safra brasileira também limitaram as altas em Chicago. Em sua primeira estimativa para a safra brasileira em 2021/22, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou a expectativa de nova colheita recorde da oleaginosa (a previsão é de 140,75 milhões de toneladas). O IBGE projeta colheita de 134 milhões de toneladas no país em 2021, uma alta de 10,3%.

Após três baixas seguidas, o milho encontrou para valorização nesta quinta. O contrato para dezembro, o mais líquido, avançou 0,33% (1,75 centavo de dólar) em Chicago, a US$ 5,340 o bushel, e o papel de segunda posição, para março, subiu 0,37% (5,75 centavos de dólar), a US$ 5,430 o bushel.

O USDA reportou exportações de 1,265 milhão de toneladas de milho na semana até 30 de setembro, um aumento em relação à semana anterior. A maior parte dos acertos de embarque (801,4 mil toneladas) foi para vendas ao México. Segundo o USDA, os mexicanos também fizeram uma compra extra, de 314,3 mil toneladas.

Por outro lado, a previsão de safra volumosa no Brasil tende a pressionar os preços do grão no longo prazo. A Conab estimou que a produção total no país, somando as três safras, deve crescer 33,7%, para 116,3 milhões de toneladas, um contraste com a forte quebra, de 16%, do ciclo anterior. Também nesta quinta, o IBGE disse que a produção do cereal em 2021 deverá cair 16,4%, para 86,3 milhões de toneladas.

Por fim, o trigo, que vinha de uma sequência de altas, passou por nova correção em Chicago. O vencimento para dezembro, o mais ativo no momento, caiu 0,64% (4,75 centavos de dólar), a US$ 7,4125 o bushel, enquanto o contrato de segunda posição de entrega, para março, fechou em queda de 0,56% (4,25 centavos de dólar), a US$ 7,590 o bushel.

Apesar da baixa nesta sessão, o analista Jack Scoville, do Price Future Group, diz que a tendência para os preços do trigo é de alta no longo prazo. “Os EUA e o Canadá reduziram a produção neste ano, assim como a maioria dos exportadores do mundo”, disse à Dow Jones Newswires. As safras na Europa e na Rússia tiveram problemas de qualidade, o que deve dar sustentação às cotações.

Durante a sessão, o USDA reportou que exportadores americanos fecharam acordos para embarcar 333,2 mil toneladas de trigo na semana até o dia 30. O volume é 15% maior que o da semana anterior.

Também nesta quinta, o Egito, maior importador do cereal no mundo, anunciou a compra 240 mil toneladas do cereal romeno e russo. Os preços foram considerados estáveis.

Fonte: Valor Econômico.

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