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Commodities: Em novo momento de tensão na Ucrânia, trigo sobe em Chicago

Em um novo momento de tensão na guerra na Ucrânia, o trigo subiu nesta segunda-feira, liderando a alta dos grãos na bolsa de Chicago. O contrato para maio, o mais negociado no momento, fechou a US$ 10,1025 o bushel com a alta de 2,62% (25,75 centavos de dólar), mesma variação dos contratos para julho, que encerraram o dia negociados por US$ 10,100 o bushel.

No fim de semana, o governo ucraniano acusou a Rússia de cometer crime de guerra na cidade de Bucha, onde civis desarmados teriam sido executados. Após esse novo episódio, os russos podem sofrer uma nova rodada de sanções internacionais.

“As commodities agrícolas subiram com a possibilidade de novas sanções depois que as atrocidades [feitas pela Rússia, segundo o relato da Ucrânia] foram expostas em algumas cidades da área de Kiev”, refoçrou Robert Yawger, da Mizuho Securities USA, à Dow Jones Newswires. A notícia também afasta a possibilidade de uma solução pacífica para o conflito, que envolve dois grandes exportadores de trigo.

Durante a sessão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que os embarques americanos de trigo recuaram 13,3% na semana encerrada em 31 de março, para 343,1 mil toneladas. No ano-safra 2021/22, iniciado em 1º de junho, foram 17,2 milhões de toneladas, 18,1% menos do que em igual período da temporada anterior (20,9 milhões de toneladas).

Milho

No embalo do trigo, o milho também subiu. O contrato para maio, o mais negociado, fechou em alta de 2,11% (15,50 centavos de dólar), a US$ 7,5050 o bushel. A posição seguinte, para julho, avançou 2,42% (17,50 centavos), para US$ 7,3925 por bushel.

Além do apoio vindo do trigo — os dois cereais são concorrentes no mercado de ração —, o milho encontrou suporte em uma grande compra feita hoje pela China. O USDA reportou a venda de 1,08 milhão de toneladas de milho aos chineses. Desse total, 676 mil toneladas serão entregues ainda nesta safra 2021/22 e outras 408 mil toneladas serão despachadas na safra 2022/23.

A Reuters lembra que essa foi a maior “venda rápida” de milho para a China anunciada pelo USDA desde maio do ano passado. Exportadores americanos são obrigados a relatar ao órgão qualquer venda diária acima de 100 mil toneladas. Essas negociações servem de termômetro de demanda para o mercado.

O USDA informou ainda que os EUA embarcaram 1,53 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 31 de março, volume 5,3% menor que o da semana anterior e 29,3% inferior ao registrado na mesma semana de 2021. No ano safra 2021/22, iniciado em 1º de setembro, os americanos embarcaram 30,6 milhões de toneladas, 15,5% menos do que no mesmo período da temporada passada (36,2 milhões de toneladas).

Soja

A soja, por fim, também terminou em alta, mais modesta que as de trigo e milho. O contrato com vencimento em maio, o mais negociado atualmente, subiu 1,23% (19,50 centavos de dólar), a US$ 16,0225 o bushel. A posição seguinte, julho, avançou 1,42% (22,25 centavos), a US$ 15,890 o bushel.

No caso da oleaginosa, grão que, entre os três, foi o menos atingido pela guerra na Ucrânia, os futuros foram pautados pela alta de 1,6% do óleo de soja na sessão. Por outro lado, os números de área plantada e estoques nos EUA, acima do esperado pelo mercado, limitaram o avanço das cotações.

Além disso, os operadores já começaram a se posicionar para o relatório mensal de oferta e demanda do USDA, que será divulgado nesta sexta-feira.

Hoje, o órgão informou que os embarques americanos de soja subiram 16,7% na semana encerrada em 31 de março, para 737,4 mil toneladas. No ano-safra 2021/22, as exportações somaram 44,2 milhões de toneladas, volume 19,2% menor do que o do mesmo período do ciclo passado (54,6 milhões de toneladas).

Fonte: Valor Econômico.

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