CEPEA: Agentes do setor se atentam às condições das pastagens e aos preços
5 de maio de 2022
BB lança CPRs para leilão de bovinos e retenção de matrizes
6 de maio de 2022

Commodities: “Efeito Índia” volta a puxar alta do trigo em Chicago

O trigo fechou em alta expressiva na Bolsa de Chicago pelo segundo dia seguido, mais uma vez puxado pela notícia de que a Índia considera restringir as exportações do cereal no país. Nesta quinta-feira, o contrato para julho avançou 2,8%, a US$ 11,065 por bushel.

Com a guerra na Ucrânia, que paralisou os embarques da Rússia, o maior exportador, e a possibilidade de os agricultores argentinos reduzirem o plantio de trigo devido ao aumento dos custos de fertilizantes, a perda do trigo indiano teria impacto significativa para o mercado internacional, disse a AgResource, em nota.

Segundo a consultoria, a Índia deve exportar até 12 milhões de toneladas de trigo neste ano. Uma eventual restrição aos embarques no país tende a elevar ainda mais os preços do cereal.

Em outro grande fornecedor, os Estados Unidos, o clima está dificultando o plantio do trigo de primavera e comprometendo as condições das lavouras de inverno. Mas isso não impediu os produtores americanos de continuarem a negociar a safra.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), na semana encerrada em 28 de abril, as exportações somaram 118,8 mil toneladas, volume 53% superior à média das últimas quatro semanas.

Soja

Os resultados das vendas de soja americana ao exterior também ofereceram suporte às cotações da oleaginosa. Os contratos para julho avançaram 0,4%, a US$ 16,47 por bushel.

O USDA informou que os produtores dos EUA negociaram 1,14 milhão de toneladas de soja na semana encerrada em 28 de abril. O desempenho ficou dentro do esperado pelo mercado.

O temor de que o fenômeno climático La Niña afete as lavouras que serão plantadas neste ano foi outro elemento de sustentação dos preços.

A desvalorização do óleo de soja limitou a alta do grão, informou a Dow Jones Newswires — o contrato do derivado para julho recuou 0,7%, a 81,85 centavos de dólar por libra-peso. O consumo de óleos vegetais está em queda após o feriado de Eid alFitr, que marca o fim do Ramadã, o mês em que os muçulmanos praticam o jejum ritual. Nas celebrações islâmicas, cresce a demanda por óleos vegetais, usados no preparo de pratos consumidos especificamente nessas datas.

Milho

Os lotes de milho para julho também avançaram 0,4%, a US$ 7,975 o bushel. Assim como no caso da soja, as vendas de milho dos EUA ao mercado externo ficaram dentro das expectativas do mercado: somadas as negociações do cereal das safras 2021/22 e 2022/23, as vendas somaram 1,52 milhão de toneladas na semana até 28 de abril.

O atraso no plantio nos EUA, reflexo das chuvas em excesso, foi outro fator de valorização. Segundo a AgriVisor, deve chover mais no fim desta semana. “O plantio já está lento, e o mercado começará a se preocupar com a perda de produtividade em breve”, diz a empresa, em relatório liberado pela manhã.

O milho acompanhou ainda a alta do petróleo nesta quinta-feira — nos Estados Unidos, o biocombustível é fabricado principalmente a partir do cereal. O barril do Brent para julho, referência internacional, subiu 0,7%, a US$ 110,90.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress