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Commodities: Com realização de lucros, soja e milho caem em Chicago

Depois de três sessões seguidas em alta, a soja recuou no pregão desta segunda-feira na bolsa de Chicago. O contrato para janeiro, o mais negociado, caiu 0,45% (5,75 centavos de dólar), a US$ 12,6150 o bushel, e o papel de segunda posição, para março, recuou 0,37% (4,75 centavos de dólar), para US$ 12,7125 por bushel.

“O mercado iniciou a semana sob pressão. A falta de uma notícia significativa pesou sobre as cotações, assim como uma realização de lucros [para ajustar posições para] o relatório do USDA desta quinta-feira”, disse o analista Karl Setzer, em relatório.

Nos fundamentos, a demanda chinesa por soja continua firme. Mais cedo, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que o país negociou 130 mil toneladas com os chineses – na semana passada, os avisos de embarque já haviam somado mais de 400 mil toneladas.

Ainda durante a sessão, o USDA informou que os embarques americanos de soja caíram 0,5% na semana encerrada em 2 de dezembro, para 2,25 milhões de toneladas. No ano-safra 2021/22, os americanos exportaram 23,6 milhões de toneladas, 21% menos do que no mesmo período do ciclo passado (29,9 milhões de toneladas).

Alguns analistas acreditam que as vendas americanas de soja à China ficarão cada vez mais escassas, uma vez que o Brasil, maior produtor mundial do grão, ainda tem bons estoques disponíveis a preços mais em conta do que os EUA. Além disso, a depender do bom início da safra 2021/22, é provável que os brasileiros tenham mais soja disponível já no começo de 2022.

Ainda sobre a safra no país, o plantio segue sem grandes transtornos, apesar de problemas pontuais no Rio Grande do Sul, onde o tempo está muito seco. A AgRural informou que a semeadura de soja e de milho chegou a 94% da área estimada para 2021/22.

O milho, que também vinha de três altas seguidas, acompanhou o desempenho da soja na sessão em Chicago. O contrato para março, o mais ativo no momento, caiu 0,09% (0,50 centavo de dólar), a US$ 5,8350 o bushel.

O cereal segue sem grande novidades em seus fundamentos, cenário que tende a mudar nesta semana, com a publicação do relatório mensal de oferta e demanda do USDA. Embora o documento de dezembro não traga tantas novidades para a safra americana, o analista Karl Setzer diz que os operadores apostam em uma leve redução das expectativas para safra do cereal, o que poderia dar suporte para uma nova alta do grãos.

Os fundamentos pouco mudaram nas últimas semanas: a China segue ausente do mercado, o que fortalece a ideia de que as compras chinesas não serão tão volumosas quanto o USDA projeta. Atualmente, a demanda por etanol e a escalada do trigo são os principais fatores de suporte para o milho negociado em Chicago.

Mais cedo, o USDA reportou que os Estados Unidos embarcaram 758,2 mil toneladas de milho na semana encerrada em 2 de dezembro, uma queda de 5,8% em relação à semana anterior. No ano safra 2021/22, iniciado em 1º de setembro, os americanos embarcaram 9,38 milhões de toneladas, 16% menos do que no mesmo período da temporada passada (11,2 milhões de toneladas).

Por fim, depois de passar por realização de lucros na sexta-feira, o trigo voltou a subir na bolsa de Chicago, apoiado na tensão na fronteira entre Rússia e Ucrânia, dois grandes produtores do cereal. O contrato com entrega para março, o mais negociado no momento, subiu 0,31% (2,50 centavos de dólar), a US$ 8,0625 o bushel.

Além de fundamentos firmes, pautados pela escassez de oferta de trigo no mercado internacional, o aumento de tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia elevou a tensão entre os dois países. Um conflito entre russos e ucranianos poderia gerar sanções americanas aos russos, que são os maiores exportadores mundiais de trigo.

“Os presidentes Biden e Putin conversarão nesta terça-feira, mas a maioria das fontes duvida que Putin recuará”, disse a AgResource à Dow Jones Newswires. “As sanções provavelmente incluirão o sistema bancário mundial e alguma proibição de exportações agrícolas e energéticas”, acrescentou.

De acordo com o USDA, os embarques de trigo somaram 246 mil toneladas na semana até 2 de dezembro, uma queda de 37,1% em relação aos sete dias anteriores. No ano-safra, que começou em 1º de junho, as exportações americanas totalizaram 11,1 milhões de toneladas, 17,3% menos do que em igual período da temporada anterior (13,5 milhões de toneladas).

Fonte: Valor Econômico.

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