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Commodities: Com avanço da colheita nos EUA, milho cai em Chicago

A entrada da nova safra do milho nos Estados Unidos pressionou as cotações do cereal na bolsa de Chicago, que fechou em baixa nesta segunda-feira. Os lotes para dezembro, os mais negociados no momento, recuaram 0,82% (4,25 centavos de dólar), a US$ 5,1325 o bushel.

Ainda hoje, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgará os primeiros números de colheita de milho no país. Para analistas, somente problemas climáticos durante os trabalhos de campo poderiam mudar a perspectiva de aumento da oferta.

“Não podemos ignorar a pressão da colheita dos EUA sobre os preços do milho e, eventualmente, da soja”, disse Terry Reilly, da Futures International, à Dow Jones Newswires.

No Brasil, o plantio da safra de verão do milho está a todo o vapor. Segundo a consultoria AgRural, a semeadura no Centro-Sul do país avançou 6 pontos percentuais em uma semana e chegou a 16% da área estimada, abaixo dos 20% observados no ano passado. A Safras & Mercado, por sua vez, estima que 16,7% da área já foi semeada, abaixo dos 18,1% do ano passado.

Ainda de acordo com a AgRural, a comercialização de milho da safra de inverno 2021 atingiu 70,1% da produção prevista, de 55,7 milhões de toneladas. Em setembro do ano passado, a comercialização da safrinha 2020 estava em ritmo mais lento, atingindo 62,6%.

A soja fechou o dia em leve baixa. O contrato para novembro, o mais negociado, cedeu 0,14% (1,75 centavo de dólar), a US$ 12,8475 o bushel. O grão também foi pressionado pelos números divulgados pelo USDA, que apontam para uma safra americana maior do que o previsto em agosto.

Além disso, o mercado continua monitorando a retomada do escoamento da safra de grãos nos EUA após o furacão Ida provocar estragos em tradings que atuam na região do Golfo. Pela segunda semana seguida, o USDA reportou inspeções nos portos americanos muito abaixo do normal para este período do ano, o que cria preocupações sobre quanto tempo irá durar a restrição de oferta

Seja como for, alguns terminais já começam a retomar os trabalhos. “A Bunge começou a carregar navios hoje e a Cargill Westwego estará de volta esta tarde”, disse, mais cedo, a AgResource. “O mercado de exportação do Golfo está voltando à vida conforme o serviço elétrico é restaurado.”

O anúncio de que exportadores americanos negociaram 132 mil toneladas de soja para destinos não revelados – o que o mercado entender ser a China – limitou queda mais acentuadas do grão. Essa negociação soma-se a outras três realizadas pelos chineses na última semana, o que cria expectativa sobre um possível aquecimento na demanda.

No Brasil, a AgRural reportou que alguns produtores do oeste e sudoeste do Paraná já começaram a fazer o plantio da soja, aproveitando as boas chuvas na região. A expectativa da empresa é de que o plantio também comece pontualmente nesta semana em áreas isoladas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Por fim, o trigo, ainda sem um suporte consistente nas cotações, emendou sua quinta queda seguida em Chicago. O vencimento para dezembro, o mais líquido atualmente, caiu 0,22% (1,5 centavo de dólar), a US$ 6,870 o bushel.

O cereal continua tomado pela onda negativa dos últimos dias, após o mercado reconsiderar sua visão de um possível aperto no quadro de oferta e demanda mundial para 2021/22. Esse cenário foi reforçado pelo relatório mensal do USDA, que ajustou para cima suas projeções para grandes produtores mundiais, como a Austrália.

Com isso, o mercado vem testando um novo patamar de preços para acomodar o trigo, uma vez que a própria trajetória de baixa do milho também não é capaz de limitar as quedas – uma commodity pode substituir a outra na produção de ração animal.

No Brasil, a T&F consultoria estima que, caso a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de aumento de 30,8% na produção de trigo nesta safra de inverno se concretize, os preços deverão cair no mercado interno.

“É possível que os preços caiam ainda mais porque, com essa divulgação, os compradores, tanto moinhos, como exportadores, como fábricas de ração, se sentirão mais confortáveis, comprando apenas da mão-para-a-boca no início e aumentando os volume à medida que os preços recuarem”, disse, em relatório, o analista Luiz Pacheco.

Fonte: Valor Econômico.

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