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Commodities: Após sequência de quedas, grãos voltam a subir em Chicago

Os grãos negociados na bolsa de Chicago, que estavam em queda que chegavam a até cinco sessões seguidas, encontraram espaço para uma leve correção de preços no pregão desta quinta-feira. Os investidores voltaram às compras com dados positivos de exportações americanas. Outro suporte foi a notícia de que os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos caíram ao menor patamar da pandemia (desde março de 2020) na última semana, de acordo com o Departamento de Trabalho do país.

“Os futuros conseguiram se estabilizar à medida que a liquidação que vimos durante toda a semana diminuiu. Porém, os fundamentos não mudaram, e as novas notícias também não foram tão fortes, o que explica a baixa valorização”, disse Karl Setzer, analista da AgriVisor.

Problemas logísticos nos EUA causados pelo furacão Ida na região do Golfo seguem no radar dos investidores. Ainda não há previsão de quando as tradings poderão retomar seus trabalhos na região, responsável por cerca de 60% das exportações americanas de grãos. Segundo analistas, o retorno das atividades pode levar semanas.

A soja encerrou uma sequência de cinco quedas seguidas na bolsa de Chicago. Os lotes para novembro, os mais negociados no momento, avançaram 0,43% (5,5 centavos de dólar), a US$ 12,8325 o bushel. A valorização do óleo de palma e, por consequência, do de soja, também ajudou no desempenho.

O relatório de exportações dos EUA ofereceu fôlego para uma recuperação dos preços. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), mais de 2,8 milhões de toneladas foram negociadas pelas empresas americanas na semana até o dia 26 de agosto. Da safra recém-iniciada, foram 2,13 milhões de toneladas, sendo que somente a China comprou 1,2 milhão. O volume ficou muito acima do esperado pelo mercado.

Além desse relatório, o USDA notificou outra negociação, de 126 mil toneladas de soja, com a China, mais um sinal de demanda firme.

Após liderar as baixas na véspera, o milho recuperou parte das perdas da última sessão, quando caiu mais de 2%. O contrato para dezembro, o de maior negociação, avançou 0,53% (2,75 centavos de dólar), a US$ 5,2550 o bushel. A commodity vinha de três quedas seguidas.

O USDA informou que os americanos negociaram, na semana encerrada em 26 de agosto, 300,8 mil toneladas de milho referentes a 2020/21 e 1,16 milhão de 2021/22. México e Canadá ficaram entre os maiores compradores, com 464,5 mil e 209,8 mil toneladas, respectivamente, em linha com a previsão do mercado.

No Brasil, a empresa de meteorologia Climatempo informou que a próxima safra de verão deverá ser marcada por um La Niña de baixa intensidade. A previsão é de que o mês de setembro será de regularização das chuvas, com a consolidação ocorrendo em outubro. Por outro lado, em janeiro de 2022, a tendência é de um clima mais seco justamente na fase de floração da soja.

Outra previsão é de que, durante a primeira safra de 2021/22, o Centro-Norte do Brasil passará por um período de maior umidade, enquanto o Sul registrará tempo mais seco, um quadro que caracteriza esse fenômeno climático.

“Novembro deve ser extremamente chuvoso em várias regiões, inclusive em Mato Grosso, no sudoeste goiano e triângulo mineiro”, disse a empresa, em nota. A tendência é de que o clima vai ficar mais seco progressivamente de dezembro até o fim de janeiro de 2022, acrescentou.

Por fim, depois de emendar quatro baixas seguida em Chicago, o trigo retorno ao campo positivo nesta quinta-feira. O vencimento do cereal para dezembro, de maior liquidez, subiu 0,39% (2,75 centavos de dólar), a US$ 7,170 o bushel.

A despeito da alta, os investidores ainda têm dúvidas sobre o real tamanho da safra mundial 2021/22 — dúvida que poderá ser esclarecida pelo relatório mensal de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima semana.

O departamento americano informou nesta quinta que as vendas líquidas de trigo para o exterior ficaram em 295,3 mil toneladas, praticamente estável em relação à semana anterior.

Fonte: Valor Econômico.

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