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Combatendo deficiências de micronutrientes em crianças de países de baixa renda

As deficiências de micronutrientes são comuns em países de baixa renda; os bebês, as crianças e as mulheres grávidas ou amamentando são especialmente vulneráveis a isso. Em geral, as deficiências de ferro, zinco, iodo e vitamina A são as mais comuns. Entretanto, regiões específicas têm seus próprios problemas, por exemplo, deficiência de cálcio na Nigéria, deficiência de vitamina D na Mongólia e deficiência de selênio na China.

As deficiências de micronutrientes são comuns em países de baixa renda; os bebês, as crianças e as mulheres grávidas ou amamentando são especialmente vulneráveis a isso. Em geral, as deficiências de ferro, zinco, iodo e vitamina A são as mais comuns. Entretanto, regiões específicas têm seus próprios problemas, por exemplo, deficiência de cálcio na Nigéria, deficiência de vitamina D na Mongólia e deficiência de selênio na China.

Na Nova Zelândia, as ingestões de ferro de alimentos complementares em bebês (9-11 meses) são frequentemente menores do que as necessidades estimadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, na Ilha do Sul do país, quase 30% das crianças com idade de 6-24 meses têm níveis sub-ótimos de ferro (1). Na Austrália, grupos vulneráveis incluem indígenas em comunidades remotas. A deficiência de micronutrientes, notavelmente vitaminas B12, B2, D, A, ferro e zinco, em combinação com o baixo crescimento e o desenvolvimento cognitivo, também foi reportada em bebês alimentados com dietas de macronutrientes.

Causas e efeitos

As deficiências de micronutrientes são derivadas da pobreza e suas muitas consequências, como insegurança alimentar em casa, poucos cuidados e sanidade e serviços de saúde inadequados. Isso leva a doenças e ingestão de uma dieta pobre que, juntos, resultam em má nutrição de micronutrientes.

As muitas causas da ingestão de uma dieta pobre durante a infância podem ser divididas em quantidade inadequada ou qualidade inadequada dos alimentos. Os déficits na quantidade surgem de fatores como capacidade gástrica limitada, práticas ruins de alimentação infantil e anorexia. As deficiências na qualidade estão associadas com os mingaus semi-líquidos de cereais com um baixo teor de matéria seca e dietas pobres em alimentos de origem animal, que, como resultado, têm uma baixa densidade de micronutrientes e baixa biodisponibilidade dos mesmos.

As deficiências de micronutrientes podem ter sérias consequências adversas. A deficiência de ferro pode levar à anemia, queda na capacidade de trabalho e problemas cognitivos.

Estratégias para combater as deficiências de micronutrientes

1. Suplementação – Atualmente, não existem programas de suplementação de multi-micronutrientes para aliviar as deficiências co-existentes de vários micronutrientes em países de baixa renda. Para prevenção, a vitamina A é dada às crianças com menos de cinco anos de idade; e para tratamento, o ferro é dado para anemia; o iodo para bócio; vitamina D para raquitismo e ferro para diarreia.

2. Fortificação de alimentos – Isso pode envolver fortificação dirigida, como por exemplo, o uso de pastas baseadas à base de lipídios fortificadas com micronutrientes; micronutrientes em pó ou em tabletes para serem consumidos em casa; ou programas nacionais de fortificação. Por exemplo, a fortificação da farinha de milho ou trigo com uma variedade de micronutrientes, como ferro e zinco; e condimentos fortificados, como sal com iodo. Entretanto, os níveis de fortificação para programas nacionais não são designados a suprir as necessidades de grandes quantidades de micronutrientes de bebês e crianças pequenas.

3. Diversificação e modificação da dieta – O foco dessa estratégia é facilitar mudanças na produção de alimentos e nos padrões de seleção de alimentos, além de mudanças nos métodos tradicionais familiares de preparo e processamento de alimentos. A meta é aumentar a disponibilidade e o uso de alimentos ricos e micronutrientes biodisponíveis. Exemplos incluem: aumentar o teor de matéria seca dos mingaus; melhorar a biodisponibilidade de micronutrientes adicionando intensificadores da absorção e reduzindo inibidores; e aumentando a ingestão de alimentos de origem animal. Essas estratégias devem ser introduzidas após seis meses de idade, junto com o estímulo à amamentação por pelo menos dois anos.

4. Biofortificação, para o futuro – Por exemplo, usando fertilizantes para aumentar o teor de micronutrientes dos grãos e produção de plantas ricas em micronutrientes, como cereais ricos em ferro e zinco, e batatas doces com mais ß-caroteno.

Impacto das estratégias

Às vezes, essas estratégias têm resultados variados devido a muitas barreiras culturais, sociais e políticas, que impedem seu sucesso, e devido às causas complexas e multi-fatoriais dos problemas. Condições regionais também podem afetar os resultados. Por exemplo, dois estudos idênticos sobre fortificação com ferro e ácido fólico +/- zinco em uma área sem malária e em uma ária onde a malária era prevalente tiveram resultados opostos. O primeiro estudo sugeriu que a suplementação pode proteger contra a doença, enquanto o segundo mostrou que essa estava associada com um maior risco de morte. Os programas também tiveram consequências inesperadas. A introdução no sul de Delhi, na Índia, de um alimento lácteo fortificado aumentou as doenças em bebês, talvez devido à substituição do leite materno, ou porque os alimentos foram preparados com água contaminada.

Benefícios das estratégias baseadas em alimentos

As estratégias de diversificação e modificação da dieta podem ser designadas para serem sustentáveis e seguras, requerendo poucos inputs uma vez que a mudança comportamental seja obtida. Como esses são baseados em comunidades, têm vantagens agregadas de habilitar as pessoas a se ajudarem. A seleção de alimentos culturalmente aceitáveis melhora o cumprimento da estratégia. Entretanto, para se obter o impacto máximo, essas estratégias precisam ser integradas com estratégias de saúde pública, como cuidados pré-natais e serviços de imunização.

Uso de alimentos de origem animal

As estratégias de diversificação e modificação da dieta usando alimentos de origem animal têm sido as mais bem sucedidas, provavelmente porque esses alimentos tendem a ser fontes ricas de vários micronutrientes biodisponíveis, como ferro, zinco, vitamina A (fígado), vitamina B12, niacina, cálcio e riboflavina (lácteos), dependendo do tipo de alimento de origem animal consumido. Consequentemente, os alimentos de origem animal ajudam a prevenir deficiências simultâneas de micronutrientes, como ferro e zinco, que tendem a co-existir. Além disso, a carne tem capacidade de aumentar a absorção do ferro não-heme e do zinco.

Estratégias designadas a aumentar a ingestão de alimentos de origem animal reportaram benefícios em termos de status de micronutrientes, bem como resultados para a saúde. Melhoras no crescimento (peso, circunferência da cabeça); desempenho cognitivo; uma associação positiva com o desenvolvimento psicomotor; e uma tendência a um índice maior de comportamento foram reportados (2,3).

Os efeitos relativos de diferentes alimentos de origem animal, comparado com o fornecimento simples de calorias adicionais, foram mostrados em um estudo feito com crianças em idade escolar do Quênia, dando um a três tipos de alimentos (carnes, leite ou calorias) no lanche escolar por dois anos. O status de vitamina B12 melhorou nos grupos de carne e leite, enquanto o crescimento linear em crianças com atraso no crescimento foi melhorado somente no grupo do leite (4). Melhoras no desempenho cognitivo, atividade física, escores de iniciativa e liderança e resultados nos testes escolares foram reportados sobre o grupo que recebeu carne (4,5).

Referências bibliográficas

1. Soh P et al. Eur J Clin Nutr 2004; 58: 71-79.
2. Krebs NF et al. Am J Clin Nutr 2007;85(suppl):639S-45S.
3. Morgan J et al. J Ped Gastro Nutr 2004;39:493-498.
4. Neumann CG et al. J of Nutr 2007; 1119-1123.
5. Whaley SE et al. J of Nutr 2003;133:3965S-3971S.

Artigo de autoria da professora Rosalind Gibson, especialista em nutrição de micronutrientes em populações de baixa renda, da Universidade de Otago, incluído em uma publicação do Meat and Livestock Australia (MLA) chamada Vital, A publicação original pode ser acessada no link: http://www.themainmeal.com.au/NR/rdonlyres/A3C0BB0A-505E-4D4D-BAFE-582A28D5A29E/0/Vital47FINAL.pdf.

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