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Com nova queda em dezembro, exportações do agronegócio voltaram a ficar abaixo de US$ 100 bi em 2019

Apesar do expressivo aumento das vendas de carnes para a China, as exportações brasileiras do agronegócio não resistiram à queda dos embarques de soja ao país asiático e voltaram a cair em dezembro. Com isso, fecharam 2019 abaixo dos US$ 100 bilhões, barreira que havia sido superada no ano anterior. Soja e carnes, nessa ordem, lideram a pauta de exportações do setor.

Segundo dados da Secretaria de comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, as exportações do setor totalizaram US$ 7,7 bilhões no mês passado, 7,7% menos que em dezembro de 2018. As importações de produtos do setor aumentaram 7,2%, para US$ 1,2 bilhão, e, assim, o superávit foi 10% menor (US$ 6,5 bilhões).

A queda da receita dos embarques foi determinada por nova retração observada nas exportações do “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo) em virtude da menor demanda chinesa — como a epidemia de peste suína africana reduziu o plantel de porcos do país, o volume de ração necessário para alimentar os animais diminuiu. Nessa frente, os embarques somaram US$ 1,8 bilhão, uma queda de 14,9%.

“A China foi o principal mercado responsável pela queda nas vendas da soja brasileira no mês, com redução de mais de US$ 400 milhões, seguida da Rússia, que importou US$ 15,13 milhões a menos do produto no período”, informa levantamento recém-concluído pelo Ministério da Agricultura.

Mas, também por causa da peste suína, a China continuou a ampliar as compras de carnes bovina, de frango e suína brasileiras. No segmento, os embarques somaram US$ 1,7 bilhão em dezembro, 30,7% mais que no mesmo mês do ano anterior. Apenas de carne bovina foram US$ 843,7 milhões, um recorde para meses de dezembro, e a China representou US$ 505,8 milhões, seguida por Hong Kong (US$ 85,5 milhões).

No caso da carne de frango, as exportações brasileiras chegaram a US$ 625,2 milhões no mês, quase 10% mais que em dezembro de 2018, e a China também foi o principal destino das vendas e representou US$ 90,5 milhões do aumento registrado. Já os embarques de carne suína atingiram US$ 182,1 milhões, um recorde para dezembro, com destaque para o incremento de US$ 71,2 milhões das compras do país asiático — que, no total, foi o destino de US$ 2,4 bilhões em exportações do agronegócio brasileiro no mês passado, ou 31,3% do total.

Também voltaram a se destacar nas exportações setoriais em os produtos florestais (US$ 894,6 milhões, queda de 32,9%), os cereais, impulsionados pelo milho (US$ 851,8 milhões, alta de 18,4%), açúcar e etanol (US$% 500,6 milhões, queda de 0,7%) e café (US$ 448,3 milhões, baixa de 26,4%).

Com os resultados de dezembro, em todo o ano passado as “agroexportações” somaram US$ 96,8 bilhões, 4,3% menos que em 2018, quando romperam a barreira de US$ 100 bilhões e chegaram a US$ 101,2 bilhões. Na mesma comparação, as importações caíram 1,9%, para US$ 13,8 bilhões, e o superávit setorial recuou 4,7%, para US$ 83 bilhões.

Mais uma vez, e apesar da redução das vendas para a China, as exportações foram lideradas pelo complexo soja (US$ 32,6 bilhões, queda de 19,8%) e carnes (US$ 16,5 bilhões, alta de 12,5%). E a China foi o destino de 32% da receita total com os embarques, ou US$ 31 bilhões — 12,5% menos que em 2018.

Fonte: Valor Econômico.

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