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Com lucro de R$ 27 milhões, Marfrig entra na era pós-BNDES

Uma das ‘queridinhas’ dos investidores neste começo de ano, a Marfrig Global Foods reportou hoje seu primeiro resultado depois da saída do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do capital da companhia. No quarto trimestre de 2019, a empresa lucrou R$ 26,9 milhões. Trata-se de um desempenho ainda modesto para o porte da companhia, mas substancialmente melhor na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a Marfrig amargou prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão.

O resultado foi puxado pelo momento favorável à indústria frigorífica nos EUA, país responsável por 61% das vendas do grupo, e pela forte demanda chinesa. A Marfrig registrou faturamento recorde no quarto trimestre. Ao todo, a receita líquida totalizou R$ 14,2 bilhões, aumento de 23,5% na comparação anual. Também recorde, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 70,5%, somando R$ 1,6 bilhão.

De volta ao azul e sem a sombra de um acionista tão relevante como a BNDESPar buscando se desfazer da participação, o que inevitavelmente pressiona as ações, a Marfrig espera que o momento positivo — inclusive para as ações — esteja no início. Afinal, concorrentes como Minerva e JBS são negociados por múltiplos superiores — a relação entre valor empresarial e Ebitda está na casa de 4 vezes para a Marfrig e acima de 5 vezes na concorrência.

Na bolsa, as ações da Marfrig acumulam alta de 38% em 2020 — o Ibovespa subiu apenas 0,7% no período —, o que significou um acréscimo de R$ 2,7 bilhões ao valor de mercado. Ontem, a companhia estava avaliada a R$ 9,8 bilhões na B3.

Em entrevista ao Valor, o presidente-executivo da Marfrig, Eduardo Miron, ressaltou que “dois movimentos” do fim do ano passado ajudaram a dar mais clareza ao mercado sobre a empresa. De um lado, a saída do BNDES — o banco tinha mais de 33% do capital — encerrou as especulações sobre quando o banco venderia os papéis e ampliou as ações disponíveis para negociação (“free float”) para 60%.

Do outro lado, o aumento da participação da Marfrig na National Beef, quarto maior frigorífico dos EUA, retirou a preocupação sobre o exercício da opção de venda dos sócios minoritários — notadamente a Jefferies, firma de investimento que tinha 30% do capital da National. A Marfrig desembolsou US$ 860 milhões para comprar a participação adicional e ficar com 81% do negócio — o restante pertence a pecuaristas e ao CEO da empresa, Tim Klein.

Para compensar, parcialmente, o aumento da dívida provocado pela compra da fatia adicional na National, a Marfrig fez uma oferta de ações em ações em dezembro, levantando mais de R$ 900 milhões. Com isso, a empresa atenuou o aumento do índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda). Em 31 de dezembro, o indicador chegou a 2,77 vezes, ante 2,59 vezes em setembro.

Para 2020, a Marfrig mantém no foco a redução das despesas financeiras. Com esse intuito, a empresa reverteu operações de antecipação de recebíveis no Brasil, Argentina e Uruguai. A medida teve um impacto negativo de R$ 531 milhões sobre o capital de giro, mas permitirá uma economia de recursos — as taxas de juros embutidas em algumas dessas operações superavam 10% por ano.

De acordo com Marco Spada, vice-presidente de finanças e de relações com investidores da Marfrig, a empresa vai economizar R$ 60 milhões em juros por ano com as medidas tomadas na gestão de capital giro — a reversão das antecipações de recebíveis é parte do processo.

Desconsiderando o impacto da liquidação dessas operações, a Marfrig teria registrado um fluxo de caixa livre de mais de R$ 1 bilhão no quarto trimestre. Segundo Spada, o montante seria suficiente para fechar o ano com fluxo de caixa livre de R$ 1,3 bilhão, em linha com a meta divulgada pela companhia no ano passado — esse guidance foi “descontinuado” em dezembro em razão dos movimentos feitos pelo grupo — aquisição da National e a oferta de ações na B3.

Outro ajuste feito pela Marfrig no último trimestre do ano foi o fechamento de dois frigoríficos no Brasil, em Nova Xavantina (MT) e Pirenópolis (GO). Parte da produção dessas unidades será deslocada para Várzea Grande (MT), abatedouro de bovinos que foi ampliado. Segundo Miron, a medida aumenta a produtividade do parque fabril da empresa.

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Fonte: Valor Econômico.

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