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Com follow on de R$ 1,4 bi, Minerva enterra plano de IPO no Chile

Aproveitando a valorização de 185% de suas ações em um ano e o momento favorável à indústria frigorífica, a Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, vai fazer uma oferta pública de ações que pode movimentar quase R$ 1,4 bilhão, levando em consideração o preço de fechamento dos papéis na quarta-feira (15) – encerraram o pregão cotados a R$ 14,45. Na B3, a companhia de carne está avaliada em pouco mais de R$ 5,8 bilhões.

A maior parte dos recursos da oferta irá para o caixa da empresa, mas os Vilela de Queiroz, que controlam a Minerva, também venderão ações. Ao todo, a companhia oferecerá 95 milhões de ações – na parcela primária, 80 milhões de novas ações serão emitidas. A VDQ, veículo por meio do qual os Vilela de Queiroz controlam o grupo, venderão 15 milhões de ações na secundária. Apesar de reduzirem sua posição acionária com a oferta – de 29% a menos de 20% -, os Vilela de Queiroz se manterão no controle da companhia graças ao acordo de acionistas que mantém com a Salic, gestora ligada ao Reino da Arábia Saudita que possui 32% do capital da companhia.

Considerando a atual cotação das ações da Minerva, aproximadamente R$ 1,1 bilhão reforçará o caixa da empresa. Com esse montante, a companhia de carne deve acelerar o processo de redução do endividamento. No fim de setembro, o índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) era de 3,8 vezes. Com os recursos da capitalização, a relação pode ficar abaixo de 3 vezes, tendo também em vista a perspectiva de maior geração de caixa ao longo de 2020.

A oferta de ações, que será feita com esforços restritos (destinada a investidores profissionais), será concluída rapidamente. Pelo cronograma anunciado no fim da noite de quarta-feira (15) pela Minerva, a precificação da oferta ocorrerá em 23 de janeiro. A operação será concluída em 3 de fevereiro. As reuniões com os investidores potenciais começa nesta quinta-feira (16). O BTG Pactual é o banco coordenador da oferta. J.P. Morgan, Bradesco BBI, Itaú BBA e BB também participam do sindicato de bancos.

Ao realizar a oferta, a Minerva enterra de vez os planos de abrir o capital da subsidiária Athena Foods, que reúne os negócios fora do Brasil, na bolsa do Chile, uma operação que também traria mais de R$ 1 bilhão ao caixa da empresa brasileira. Em maio de 2019, a companhia chegou a programar o evento para a abertura de capital em Santiago, mas o IPO da subsidiária foi adiado devido às condições adversas do mercado. Posteriormente, a eleição de Alberto Fernandez à presidência da Argentina tornou mais difícil a plano da Minerva de fazer o IPO no Chile, devido à maior percepção de risco dos investidores. Um terço da receita da Athena vem da Argentina.

Fonte: Valor Econômico.

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