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Com demanda alta, confinamento do boi deve crescer na pecuária do Brasil

Para continuar atendendo à crescente demanda mundial por proteínas, a produção de carne ainda precisa buscar ganhos de produtividade e previsibilidade, dizem especialistas do setor. E a chave da transformação deve passar por uma diminuição da imagem que temos do boi no campo, comendo exclusivamente capim. O futuro aponta para o crescimento do confinamento.

Em relatório, o Rabobank ressalta que a disputa de área de pecuária com a agricultura deve estimular o crescimento do confinamento no país.

No último ano, 10% do rebanho brasileiro passou pelo confinamento. Segundo a Assocon (entidade que reúne os confinadores), o percentual deve saltar para 20% em dez anos. No Estados Unidos, quase 100% dos animais vão para o confinamento.

“O confinamento auxilia no ganho de produtividade e limita o desmatamento, mas a produção a pasto vai ser sempre fundamental para o país”, diz Bruno Andrade, gerente executivo da Assocon.

O diretor técnico da consultoria Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, lembra que o confinamento teve impulso no país para manejo de pastagens. “O Brasil tem vantagens competitivas na engorda a pasto”, observa.

No inverno, o frio e a seca diminuem o capim, e o produtor tinha duas alternativas: armazenar alimentos ou vender o animal mesmo antes de ele estar no melhor peso. Com a alternativa do confinamento terceirizado, o pecuarista tira uma parte do rebanho do pasto e coloca no cocho parar aliviar a pastagem.

Porém, o custo elevado limita expansão. Segundo a Assocon, um animal criado a pasto custa entre R$ 45 e R$ 50 por mês, enquanto o boi que vai para o confinamento demanda de R$ 150 a R$ 160 mensais, na região de Goiás.

Para Andrade, o ganho no confinamento está na aproximação da pecuária com uma atividade “industrial”, com mais controle do processo de produção, o que deixa o negócio mais previsível.

Ferraz ressalta, entretanto, que um dos principais gargalos da pecuária brasileira hoje é a produção de novos animais. Produtores foram concentrando esforços nas demais fases de produção, mais rentáveis, e o reflexo é uma diminuição no número de animais para reposição.

“Concordo que há uma necessidade de intensificar a pecuária, e o confinamento é uma das alternativas. Mas mesmo em outras partes do mundo não se faz a cria em confinamento, e essa atividade está se tornando cada vez mais um gargalo” reforça.

Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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