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30 de março de 2009
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1 de abril de 2009

Com as chaves de Ouro nas mãos

Parece-me que estamos sentados em cima de uma mina de ouro sem ter noção disto. Somos abençoados, mas a gente faz questão de pegar a maldição cada vez que podemos, porque está moda reclamar sem fazer nada efetivo para mudar as coisas. As chaves de Ouro estão nas nossas mãos, então vamos usá-las e abrir o mundo fantástico que deve ser a cadeia de carne bovina brasileira, que não devia ter sequer um concorrente à altura.

A diferença entre a benção e a maldição está na origem, a benção a gente recebe do Bem enquanto a maldição à gente pega do Mal como uma verdadeira doença crônica que sempre no fim se prova ser muito pior do que parecia a tal ponto de ser realmente fatal.

E, para piorar as coisas como foi bem mostrado no filme “O Advogado do Diabo”, até o Mal pode se fingir de Bem e dar as “bençãos amaldiçoadas” que são, para mim, sem dúvida nenhuma as mais perigosas e traiçoeiras (o filme é um clássico e devia servir de material para aulas e discussões nas escolas, universidades e em casa com a família; para quem não o viu, vale muito a pena ver).

Felizmente temos a nossa alma e consciência e quando realmente escutamos o que elas falam, nunca erramos o caminho porque temos esta bússola fantástica sempre pronta para nos guiar e capacitar para mudar o rumo, como a alvorada de cada dia que nasce é uma promessa e oportunidade para corrigirmos o que está errado e recomeçar.

Mas quando não escutamos o que está sendo falado e não queremos ver o que está na nossa frente, aí ficamos surdos e cegos e realmente incompetentes, permitindo assim que os erros continuem a ocorrer e que continue reinando a prepotência e a ganância com um resultado final que é um perde-perde para todas as partes envolvidas.

Até pouco tempo atrás este tipo de papo era classificado como ser da categoria de auto-ajuda, mas hoje já se comprovou que não dá para separar o emocional do ambiente de trabalho e que a Inteligência Emocional (QE) é um requisito cada dia mais importante para quem procura emprego e quer fazer sucesso, mas também para que o comportamento corporativo possa de fato refletir uma cultura de QE das empresas e também dos elos da cadeia de carne incluindo os fornecedores da matéria prima.

Diria que uma grande parte da cadeia de carne se encontra atualmente nesta fase da incompetência, da cegueira e da surdez e que existe um perigo real que muitas indústrias podem implodir, o que resultará em conseqüências muito ruins para os produtores do gado, mas também não deve ser bom para o(s) gigante(s) que fica(m).

Tem algumas indústrias como Marfrig e Minerva que estão se diversificando e se transformando em produtores de alimentos fora e dentro do país, mudando assim o perfil do “core-business”, que era a industrialização de carne e seus derivados e agora está incluindo outros produtos como aves, suínos e proteínas vegetais utilizados na alimentação humana e animal.

Outras como o grupo Friboi ficaram focados na carne bovina, mas fizeram o mundo a sua fronteira e palco da produção.

Aliás o Friboi já vai poder nos contar como é diferente a relação com os produtores da matéria prima na EUA e na Austrália, como os frigoríficos têm muito mais apoio das universidades e instituições de classe por lá e como podemos mudar e melhorar a situação aqui no país; para mim, é o mínimo que o Friboi pode fazer, como um reconhecimento pelos enormes favores e ajuda obtidos no Brasil que possibilitarem o vôo para o grupo ser hoje o maior empresa frigorífica do mundo.

Existem grupos com grande tradição, que pelo jeito perderam o foco com mega esquemas tanto na área produtiva como também na área financeira e eles vão ter muito trabalho para poder sair do sufoco.

E bem antes já vimos os frigoríficos menores quebrar e/ou pedir socorro e recuperação judicial.

Mas em todos os casos o grande perdedor é a carne brasileira porque não está conseguindo imprimir uma preferência na mente do consumidor final, principalmente na União Européia e nos Estados Unidos. Ficamos presos em regulamentos e protocolos e mesmo nos bons tempos sempre ficamos presos também aos importadores.

Combati sempre a nossa enorme passividade e apatia.

Cadê um verdadeiro Centro Nacional de Pesquisas de Carne e seus Derivados, cadê as pesquisas inovadoras sobre produtos feitas nos laboratórios dos frigoríficos?

Pelo jeito as indústrias ficaram sócias do clube do ITAL para poder despejar e centralizar as suas necessidades de pesquisas neste Instituto que podia ser um verdadeiro centro de referência aberto de tecnologia e das pesquisas de alimentos e seu manuseio, mas para mim não é, e pior está pondo a turma da tecnologia de alimentos nas indústrias para dormir.

Bem que a ABIEC e ABRAFRIGO podiam se interessar mais pelas pesquisas de como melhorar o rendimento para a cadeia através de novos produtos e como melhorar e satisfazer as demandas em segurança e qualidade alimentar dos consumidores aqui e lá fora.

O campo é enorme porque a quantidade de produtos que é possível de se desenvolver a partir dos animais abatidos é gigante, mas nada está sendo feito e esta pode ser a verdadeira maldição de abate a qual o Prof. Pedro se recentemente referiu no seu artigo “Carne não dá lucro”.

• O que podemos fazer com os dois olhos por cabeça abatido no Brasil?

• O que podemos fazer com um conjunto de cérebros por cabeça abatido no Brasil?

• O que podemos fazer com o sangue dos animais abatidos no Brasil?

• O que podemos fazer com o rúmen e estômagos e seus conteúdos de cada animal abatidos no Brasil?

• Quais os hormônios e quais as enzimas que podem ser desenvolvidos a partir da matéria prima dos animais abatidos no Brasil?

• Será que estamos corretos em deixar os animais em jejum antes do abate?

Parece-me que estamos sentados em cima de uma mina de ouro sem ter noção disto, e pior estamos exportando animais para serem abatidos fora do Brasil que é um atestado que não sabemos o que estamos fazendo.

No lado produtivo nas fazendas estamos quebrando recordes em avanços e progresso numa velocidade muito grande no campo de genética, de alimentação animal, tecnologia de manejo de pastagens etc., mas cadê a contrapartida das indústrias?

Será que alguém tem medo de espionagem industrial, será que cada um precisa reinventar a roda?

Quem tem uma imagem de um mega confinamento com mais de 100.000 cabeças e está vendo a produção cruel de KOBI Beef para o Japão usando novilhas Angus que pesam 1400 libras no abate, e garante a vocês que é um verdadeiro pesadelo de ver estes animais que mal podem andar e que tem nas últimas semanas das suas vidas uma conversão alimentar de 20 kgs de ração por 1 kg de ganho de peso, logo tem uma saudade enorme do gado brasileiro criado em regime de pasto com às vezes um período curto de confinamento de terminação.

Somos abençoados, mas a gente faz questão de pegar a maldição cada vez que podemos, porque está moda reclamar sem fazer nada efetivo para mudar as coisas.

As chaves de Ouro estão nas nossas mãos, então vamos usá-las e abrir o mundo fantástico que deve ser a cadeia de carne bovina brasileira, que não devia ter sequer um concorrente à altura.

Chega de papo, vamos trabalhar.

0 Comments

  1. Kenhiti Ikeda disse:

    É isso aí sr. Louis! O senhor está corretíssimo.

    Cadê o poder público apoiando, incentivando, coordenando as ações, enfim, fazendo o que realmente deve ser feito por qualquer governo responsável? Cadê as entidades representativas das indústrias?

    Num país tão dependente do Agronegócio, e ver que o setor é considerado, quase que como o grande vilão, que só desmata, degrada e explora, dá para sentir o quanto ainda temos de avançar para chegar no estágio dos EUA e Austrália.

    Vamos à luta. Continue com seus artigos.

  2. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Como sempre a sua opinião é valiosa e as suas sugestões primorosas.

    Gostaria de deixar aqui o meu testemunho de que as organizações partícipes da cadeia da carne, não somente podem como tem obrigações para com o setor.

    Cito como exemplo a ABEG – Associação Brasileira dos Exportadores de Gado, que apesar de jovem já marcou alguns “tentos”.

    A ABEG vem desenvolvendo e implantando novas tecnologias na área de confinamentos, boas práticas e bem estar animal.

    Entre as medidas implantadas estão o uso de currais anti stresse, grandes confinamentos cobertos, melhoria no transporte, treinamento do manejo dos animais dentro e fora da porteira, etc.

    Tudo com a finalidade de melhorar a qualidade e a sanidade dos animais brasileiros, valorizando-os no mercado internacional, abrindo novas opções de comercialização para os pecuaristas.

    Para alcançar esse objetivo estudaram as experiências internacionais e consultaram diversas instituições técnicas brasileiras.

    Parabéns pelo artigo.

    Do amigo Gil Reis

  3. Nelson J. B. Junior disse:

    Excelência em ideias, excelente futuro.

  4. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado Kenhiti Ikeda,

    Muito obrigado pela sua carta, infelizmente é ainda cada um por si, mas podia ser tão diferente já que o governo tem a oportunidade quase unica na mão de exigir melhorias na gestão das indústrias que pegam dinheiro do BNDES e olhar mais de perto quais as carencias e necessidades da cadeia, em prol dos consumidores e a sociedade. Uma vez que a receita atual de fechar indústrias e demitir pessoal aumentam as tensões sociais e são atos frontalmente contrátrios ao que o governo prega e realmente quer que aconteça. Está na hora do BNDES agir, fazer consultorias e salvar o que pode ser salvo.

    Um abraço,
    Louis.

  5. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Gil Reis,

    Muito obrigado pela sua carta que tem informações sobre a ABEG que não conhecia e é muito bom saber que o bem estar dos animais está sendo respeitado, porém questiona a sabedoria de exportar gado para ser abatido fora do Brasil, porque querendo ou não esta prática tira valor, dinheiro e empregos da cadeia brasileira e na minha opinião o governo devia fazer de tudo para dificultar esta operação e somente apoiar a exportação de gado de cria, semen e touros.

    Mas eu entendo que os pecuaristas estão ficando tentados, muitas vezes com razão, de não ficar nas mãos das indústrias brasileiras. Isto tem que mudar.

    Um abraço,
    Louis.

  6. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Estou terminando o levantamento dos números do valor agregado e adicionais da exportação do boi vivo e te envio a posteriori.

    Perdoe-me, creio que por falta de experiência no assunto voce tem a mesma visão míope da maioria, ou seja, o boi só agrega valor na morte.

    Somente para adiantar o assunto quero te dizer que a exportação do boi vivo gera empregos até fora do segmento – o único lugar que não gera empregos é no frigorífico.

    Empregos gerados:
    * no transporte por caminhões, o índice é o mesmo do boi para corte;
    * nas fazendas intermediárias, criadas para estocagem, cuidados de saúde e seleção final dos animais;
    * no porto, vaqueiros especializados nas práticas de embarque;
    * Veterinários para acompanhamento e verificação permanente da sanidade animal;
    * na agricultura , com o aumento da produção destinada ao feno e silagens;
    * na contratação de vaqueiros para o acompanhamento dos animais nos navios boiadeiros.
    * na indústria com a implantação de novas fábricas e ampliação das existentes para a produção de ração

    Assim por diante, lembra que o exportador não exporta somente o boi, exporta, também, milhares de quilos de alimentos destinados aos animais durante a viagem.

    Além de oferecer novas opções de comercialização e melhores preços para os pecuaristas, o que redunda em maiores investimentos e melhorias dos animais e das fazendas.

    Conversaremos mais, depois que conferires os números, talvez se precise estudar o abate clandestino que é cinco vezes maior que a exportação.

    Gil Reis

  7. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Gil Reis,

    Obrigado pelos esclarecimentos, mas por enquanto a sua receita não eliminou a minha confessada miopia ainda, porque grande parte dos itens que você menciona se aplica também, pelo menos em grande parte, aos bois terminados aqui no Brasil.

    Realmente sou de opinião que o boi agrega o seu maior valor no abate com uma gama de produtos incluindo o couro e tambem uma receita fiscal através de impostos.

    Para mim o grande problema e entrave é a confiança que os pecuaristas tem nas indústrias brasileiras, caso este se resolva satisfatoriamente, o animo para exportação (que hoje pelo jeito também é feita até pelas próprias indústrias) de gado em pé para fora do país ia diminuir muito.

    Pergunta quem compra e porque o boi brasileiro para ser abatido no destino?

    Vamos profundar o assunto e sou muito grato pela sua informação.

    Um abraço,
    Louis.

  8. Louis Pascal de Geer disse:

    Prezado Nelson JB Junior,

    Muito obrigado pela sua manifestação de apoio e vamos tentar transformar as ideias em prática no presente assegurando assim realmente um futuro excelente.

    Um abraço, Louis.

  9. Gil Marcos de Oliveira Reis disse:

    Caro Louis Pascal de Geer,

    Vou citar apenas um dos compradores, o Líbano.

    O Líbano abate o boi vivo em seu território por motivos religiosos.

    Não deve haver qualquer tipo de preocupação com relação a questão fiscal, o boi goza dos mesmos benefícios fiscais que qualquer outro produto exportado, inclusive a carne. Somente no Pará é que o exportador paga ao governo do estado uma taxa de exportação de R$-22,00 por cabeça.

    O boi em pé não concorre com a carne, são dois nichos de mercado diferentes e complementares.

    Com relação ao volume tenho um dado estarrecedor:

    – No ano de 2008, o Brasil exportou por volta de 400.000 cabeças, enquanto só no Pará 500.000 cabeças foram abatidas na clandestinidade.

    Não te ilude, enquanto houver comprador, haverá vendedor.

    O grande beneficiário é o pecuarista que ganha mais uma opção de comercialização, podendo negociar melhor o seu produto.

    Não esquece que o desfrute do rebanho brasileiro é acima de 40 milhões de cabeça ano e os frigoríficos não conseguem mercado para todo esse volume (a capacidade ociosa é de mais de 40%). Mesmo com o abate clandestino, ainda, sobram alguns milhões de animais.

    O que devem fazer os pecuaristas? Sustentar animais velhos no pasto? Ou fazer como fazem os agricultores com as cebolas e os tomates? Matá-los e deixar apodrecer no pasto?

    Falastes no couro. Ah! O bendito couro, não existe nenhum outro produto com preço mais “vil”, no Brasil, do que o couro. O valor real do couro é a proteção que dá ao boi vivo.

    O mais interessante Louis, é que mencionastes que há frigoríficos exportando boi vivo.

    É verdade Louis, esses frigoríficos, poderiam ter partido para a criação de uma “reserva de mercado”, forçando a baixa do preço da arroba, como o fizeram tantos outros que movem campanha contra a exportação do boi em pé, entretanto, optaram por uma parceria com os pecuaristas. Esses frigoríficos não estão quebrados nem em recuperação judicial, por sinal um deles (um dos maiores exportadores tanto de carne, quanto de boi vivo) tem sede aí no teu Município, Barretos. Parte dos empregos gerados pela exportação de gado vivo são absorvidos por cidadãos de Barretos.

    Que bom! Barretos contribui para a agregação de valor na exportação de boi em pé.

    Outro fato que citastes foi a falta de confiança que os pecuaristas tem nas indústrias, é verdade. Enquanto os industriais não sentarem na mesa, com os pecuaristas, para mostrar as suas planilhas de custos e de preços, demonstrando que o grosso do lucro está na rede supermercadista, a desconfiança perdurará.

    Porque isso acontece? É muito simples, os supermercados compram de muitos frigoríficos diferentes e os jogam um contra os outros. Como os frigoríficos são concorrentes e desunidos, caem na armadilha rebaixando os seus preços. Ou fazem isso ou não vendem um quilo de carne.

    Espero ter dado os esclarecimentos pedidos.

    Quem sabe, dia desses, nos encontramos na festa do “peão boiadeiro” e tomamos uma caninha juntos.

    Gil Reis

  10. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro Gil Reis,

    Obrigado pelos esclarecimentos, pelo menos posso enxergar um pouco mais agora, apesar de continuar a lamentar que estamos exportando animais que podiam estar sendo abatidos no Brasil; o foco do meu artigo é que não sabemos que temos as chaves de ouro nas mãos para colocar a cadeia de carne bovina de vez no seculo 21.

    Você é um comunicador e senti que estamos na mesma luta e isto é muito bom.

    Obrigado e um abraço,
    Louis.

    Na festa em agosto sempre tem uma gelada e muita carne.

  11. Pedro Eduardo de Felício disse:

    Caro amigo Louis de Geer,

    Vamos ler de novo o que você escreveu sobre o ITAL, porque eu não entendi bem.

    Vamos lá: “Pelo jeito as indústrias ficaram sócias do clube do ITAL para poder despejar e centralizar as suas necessidades de pesquisas neste Instituto que podia ser um verdadeiro centro de referência aberto de tecnologia e das pesquisas de alimentos e seu manuseio, mas para mim não é, e pior está pondo a turma da tecnologia de alimentos nas indústrias para dormir”.

    Respeito seu ponto de vista de achar que o Instituto de Tecnologia de Alimentos não é um “verdadeiro centro de referência aberto de tecnologia”. É um direito seu pensar assim.

    Mas eu fui da equipe que fundou o Centro de Carnes do ITAL, estava lá em 1976 quando o presidente Geisel foi inaugurar. Era para ser um Centro Nacional de Carnes da Embrapa que estava começando naquele tempo. Não deu certo, toda a equipe saiu de lá entre 1982 e 84, eu inclusive.

    Mas uma nova equipe assumiu sob liderança do Dr. Nelson Beraquet, que fez doutorado na Inglaterra e é o pesquisador da minha área por quem eu tenho grande respeito e consideração. A equipe que ele formou é grande e tem grandes valores individuais. Ele tem sido criativo tentando manter vivo e pulsando o CTC/ITAL, mas é muito difícil porque ele precisa de muito dinheiro e as empresas nacionais não gostam de contratar projetos, querem pagar uma ninharia, reclamam demais.

    Em agosto teremos mais um congresso brasileiro de C&T de carnes, como tivemos em 2007, organizado sabe por quem? Pelo CTC/ITAL. Quem mais, no Brasil, organiza um congresso desses? Quem trouxe para o Brasil, em 2003, o International Congress of Meat Science and Technology?

    E sabe qual é o único e verdadeiro curso de especialização em Tecnologia de Carnes do Brasil? É o do ITAL, não há outro com o tipo de organização comparável ao de um MBA da FGV.

    Agora, não entendi mesmo foi o que o amigo quis dizer com “está pondo a turma da tecnologia de alimentos nas indústrias para dormir”.

    Vou esperar pela sua resposta, depois, se for o caso voltarei ao assunto, porque este tema eu conheço de experiência vivida desde que vim para Campinas no início de 1975.

    Grande abraço
    PEdeFelício

  12. Louis Pascal de Geer disse:

    Caro amigo Prof. Pedro Eduardo de Felicio,

    Muito obrigado pela a sua carta, estou honrado e satisfeito que você focalize o que escrevi sobre o ITAL, porque a trajetória deste instituto podia ter sido tão diferente com sumidades como você e a sua equipe na frente do Centro de Carnes como você relatou.

    Em nenhum momento duvidei da capacidade e meritos dos dirigentes atuais do ITAL, mas sim da diferença entre o papel presente e visivel do instituto e o que, na minha opinião, podia e devia ser.

    Hoje tenho a impressão que a mera existência do ITAL é usada pelas indústrias no sentido de provocar um tipo de anestesia que facilite a transferência de responsabilidade das indústrias e por tabela também dos seus funcionários da área de tecnologia dos alimentos, que desta maneira muitas vezes não devem receber os recursos adequados e por isso nem podem ser realmente cobrados.

    O verdadeiro alvo e foco das minhas palavras são como você falou “as empresas nacionais que não gostam de contratar projetos, querem pagar uma ninharia, reclamam demais”.

    Quem viu a verdadeira explosão das exportações de carne e dos produtos industrializados nos últimos anos espera ver indústrias modernas com laboratórios e facilidades de pesquisas e um departamento de Pequisa e Desenvolvimento a altura desta nova demanda para produtos de manuseio fácil e alto padrão de qualidade; quem as tem? Quem tem projetos para o desenvolvimento de produtos novos?

    E pior, quantas unidades não tem um controle de qualidade realmente adequado por falta de instalações, recursos humanos e financeiros?

    Eu vejo o resultado final quando vou comprar carne e seus derivados e acho que mereço produtos muito melhores e com mais segurança do que os que estão sendo oferecidos.

    O Brasil é um dos lideres mundias em bovinocultura, uma empresa brasileira é o maior do mundo, os exportadores brasileiros tem uma grande fatia do mercado mundial com apenas 22-30% do que produzimos aqui.

    Merecemos congressos, merecemos investimentos pesados em Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos, merecemos um ITAL trabalhando junto com as indústrias e consumidores. Merecemos gente como você, meu caro Prof. Pedro.

    Um abraço,
    Louis.

  13. Louis Pascal de Geer disse:

    Conforme a noticia do Jornal Nacional de 23/04, cientistas, entre eles brasileiros, mapearam o genoma da vaca e comentaram sobre as grandes expectativas que já estão sendo geradas na área de biotecniologia e medicina.

    Fantástico, pelo jeito temos realmente as chaves de ouro nas mãos.

  14. Louis Pascal de Geer disse:

    Acabe de ser publicado no The Times em Londres (06/05/2010)um artigo sobre um farmaceutico Chinês LiLi que descobriu um jeito de produzir um raleador de sangue dos intestinos dos porcos na China.
    Hoje a sua firma Shenzhen Hepalink Pharmaceutical está listado numa bolsa Chines tipo Nasdaq e a valor das ações colocam um valor na compania de US$ 10,5 bi.
    Já pensou se alguem aqui faz uma coisas com os subprodutos dos bovinos abatidos?

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