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CNA: Falta de recursos e metas podem comprometer a oferta global de alimentos

A falta de recursos para financiar a economia verde e de metas para o desenvolvimento sustentável poderão prejudicar a oferta global de alimentos e comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro. O alerta é da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Kátia Abreu, diante da ausência de regras relacionadas a estes dois pontos no documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A falta de recursos para financiar a economia verde e de metas para o desenvolvimento sustentável poderão prejudicar a oferta global de alimentos e comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro. O alerta é da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Kátia Abreu, diante da ausência de regras relacionadas a estes dois pontos no documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

Na sua avaliação, as discussões pouco avançaram nesta Conferência devido à crise dos países desenvolvidos, Ela ressalta que o Brasil pratica uma das melhores e mais sustentáveis agriculturas do planeta, produzindo comida em apenas 27,75% do território e conservando 61% da sua vegetação nativa.

“Infelizmente, a questão da crise, que é uma realidade, dificultou as negociações. Mas os países desenvolvidos, que estão com suas áreas totalmente desmatadas e emitem grandes quantidades de gases, contribuindo para o aquecimento global com suas indústrias, precisam compensar os países em desenvolvimento que deixam de emitir, protegendo seus biomas”, afirma a presidente da CNA. Uma das iniciativas que defendeu na Rio+20 foi a criação de um fundo internacional para financiamento e difusão de tecnologia que contribua para o desenvolvimento agrícola e pecuário, com respeito ao meio ambiente.

A senadora lamentou que o texto final da Rio+20 tenha eliminado a possibilidade de criação de um fundo de US$ 30 bilhões para financiar ações de desenvolvimento sustentável nos países mais pobres. Esta fonte de recursos, disse a senadora, poderia ajudar na recuperação de terras degradadas no mundo, com o objetivo de ampliar a produção de alimentos para atender à demanda da população mundial, estimada em nove bilhões de habitantes, em 2050, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

“No Brasil, temos programas para financiar as ações sustentáveis como a recuperação de áreas degradadas, que financiam os produtores a longo prazo, com juros baixos. Mas temos terras no mundo inteiro e, se não fizermos essa recuperação, não conseguiremos atender à demanda mundial por alimentos”, pondera a presidente da CNA. Ela acrescenta que, no Brasil, há 40 milhões de hectares de terras degradas, o equivalente a 15% da área de produção agropecuária do País, e o custo para a recuperação destes locais é de aproximadamente R$ 80 bilhões.

Outro problema apontado pela senadora nos debates foi a ausência de metas de desenvolvimento sustentável, que devem ser definidas apenas em 2015. Para a presidente da CNA, esta era uma medida necessária para começa a reduzir as assimetrias entre os países e não comprometer a competitividade do agronegócio brasileiro. Sobre este ponto, ela explica que o Brasil, que tem uma das leis ambientais mais rigorosas do mundo, compete com países que não possuem as exigências ambientais impostas aos produtores brasileiros.

Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Anderson Polles disse:

    A Excelentíssima Senadora tem razão.
    Para comprovar o que ela diz, a exemplo, é só olhar o investimento em pesquisa de inovação na área de Defensivos e Medicamentos Veterinários, que é um dos segmentos mais desenvolvidos na agropecuária.

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