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CNA aponta que 15 das 22 principais atividades agropecuárias do país têm margens positivas em 2020

Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apurou os custos de produção de 22 atividades agropecuárias em todo o país e apontou que 15 delas terão lucratividade média positiva em 2020 — entre elas o arroz, alvo de polêmica pelos preços históricos nas gôndolas dos supermercados durante a pandemia.

O cenário é inverso para segmentos que dependem de insumos dolarizados, principalmente as proteínas animais com elevação dos preços internacionais da soja e do milho.

Os dados mostram que o custo operacional total por hectare para produção do carro-chefe do agronegócio nacional, a soja, girou, em média, a R$ 3.158,00, e que a margem líquida do agricultor foi de R$ 1347,00 por hectare, em média. Para o milho, o custo foi de R$ 3.543,00 e a margem, R$ 1407,00.

A lucratividade média apontada na pesquisa da CNA para o milho foi de 26,7%, e para a soja de 23,4%. Os maiores lucros médios, no entanto, foram do feijão (43,2%), batata (38,8%) e do arroz (37%), tido como vilão pela alta dos preços aos consumidores nos supermercados.

Na ponta oposta estão as proteínas animais. Pecuária de leite (-1,3%), suinocultura (-3%) e avicultura (-23,9%) apresentam índices negativos de lucratividade média na pesquisa feita em todas as regiões do país. A produção de camarão, sorgo, trigo e aveia também devem ter perdas.

“Um dos pontos que mais impactaram foi o custo dos produtos atrelados ao dólar, principalmente os fertilizantes que aumentaram muito ao longo do ano e no caso da pecuária, a ração concentrada”, destacou o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, durante apresentação dos dados em evento virtual hoje.

“Cadeias que não são exportadoras, como ovos, suinocultura independente e a pecuária de leite, estamos desenhando um cenário muito mais complicado para o próximo ano e pensando em alternativas de como podemos ajudar os produtores a reduzir o custo desse insumo que é tão caro, a ração”, completou.

Segundo ele, milho e farelo de soja sinalizam que entrarão o ano de 2021 com valores “bastante elevados”, período que aquelas atividades têm baixas nos preços de venda. A CNA pediu ajuda ao governo para aquisição mais barata desses itens pelos produtores, principalmente os de leite.

Os custos de produção na pecuária de leite acumulam alta de 11,4% em 2020. No acumulado dos últimos 12 meses, a elevação é de 13,4%. Ração concentrada e suplementação mineral subiram 20,89% e 9,59%, respectivamente. Segundo a CNA, na média, o preço do litro de leite recebido pelo produtor é de R$ 1,19, mas o custo é de R$ 1,21. “O produtor está com prejuízo de R$ 0,02 por litro”, diz a entidade.

Na pecuária de corte, a atividade de recria e engorda apresentou a maior elevação de custo. No acumulado do ano, os custos médios subiram 26,8%, atingindo cerca de R$ 1,4 mil por hectare. A aquisição de animais, que responde por até 65% desse custo, subiu cerca de 32% de janeiro a setembro e 50% em 12 meses.

A CNA informou ainda que vai assinar um termo de cooperação técnica com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o levantamento conjunto de informações sobre custos de produção em 2021. Há, inclusive, discussões para mapear a situação a armazenagem no Brasil.

Fonte: Valor Econômico.

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