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Clima adverso deverá motivar queda da colheita gaúcha de milho de verão

Se nos meses de outubro e novembro as chuvas em excesso atrasaram o plantio de grãos no Rio Grande do Sul, desde o começo de dezembro a irregularidade nas precipitações e o calor – a sensação térmica chegou a passar dos 40º C em algumas regiões – prejudicaram o desenvolvimento das lavouras de milho no Estado. Diante deste cenário, a consultoria INTL FCStone reduziu ontem em 20% a projeção para a colheita gaúcha de verão do cereal em relação ao volume estimado em dezembro, para 4,8 milhões de toneladas.

Se confirmada a previsão, a produção será 16,7% menor que no ciclo 2018/19. “Essa redução agrava a preocupação com a oferta doméstica do cereal no primeiro semestre do ano, já que a demanda para a produção de aves e suínos continuará elevada”, afirmou Ana Luiza Lodi, analista da INTL FCStone. “Tudo aponta para um cenário complicado para o milho”, acrescentou, ao citar a possibilidade de falta do grão ou de elevação dos preços no primeiro semestre.

O Rio Grande do Sul é o principal produtor de milho verão do país, seguido por Minas Gerais, que deverá colher quase 4,8 milhões de toneladas em 2019/20.

De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), Rogério Mazzardo, as chuvas que devem ser suficientes para recuperar as perdas nas lavouras, especialmente no noroeste gaúcho”.

A Emater/RS fará uma nova estimativa em março, mas a produção ainda projetada pelo órgão em 5,9 milhões de toneladas deverá ser revista. “Em algumas propriedades a perda ultrapassou 50%. ”, afirmou Mazzardo.

Até a semana passada, 95% da área de milho estimada pela Emater/RS em 777 mil hectares para o Estado havia sido semeada, enquanto em 2% a 3% da área a colheita já havia começado. Segundo Mazzardo, em muitas áreas os produtores replantaram as lavouras.

A perspectiva, segundo Marco Antônio Santos, agrometeorologista da Rural Clima, não é das melhores para os produtores gaúchos. “O clima deve se manter assim ao longo do verão”, disse. Esse cenário deve comprometer o potencial produtivo também das lavouras gaúchas de soja. “A safra não vai ser cheia”.

Em Goiás, onde tem chovido muito neste início de ano, depois de uma estiagem de 50 dias atrasar o plantio de soja, a situação é mais favorável. “As chuvas chegaram no tempo certo, e não na colheita, como ocorreria se os produtores tivessem semeado as lavouras em outubro”, disse Leonardo Machado, assessor-técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). A área de produção de grãos no Estado deverá ser de 5,7 milhões de hectares, e a colheita está prevista em 24,2 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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