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Classe C se consolidará quando começar a poupar

A classe C, que responde hoje por cerca de 49% do consumo brasileiro, só provará sua consolidação quando começar a poupar. De acordo com o economista Amaury de Souza, sócio da MCM Consultores, esse público ainda é muito suscetível às condições econômicas favoráveis e o comportamento financeiro colocará à prova nos próximos anos se o nível de expansão da nova classe média é sustentável.

A classe C, que responde hoje por cerca de 49% do consumo brasileiro, só provará sua consolidação quando começar a poupar. “Quando sobrar dinheiro, o consumidor da classe C que alcançou a estabilidade terá de poupar, esse será o grande teste”, avalia o presidente do Conselho de Planejamento Estratégico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), Paulo Rabello de Castro. Ele observa também essa “revolução da poupança” vai requerer moderação da carga tributária e do gasto público.

De acordo com o economista Amaury de Souza, sócio da MCM Consultores, esse público ainda é muito suscetível às condições econômicas favoráveis e o comportamento financeiro colocará à prova nos próximos anos se o nível de expansão da nova classe média é sustentável.

Para Souza, a posição da classe C hoje é muito frágil, pois depende essencialmente do emprego, de forma que uma despesa inesperada ou doença desencadeiam em uma rápida regressão de padrão de vida. Esses consumidores geralmente não têm um nível de escolaridade alto e, consequentemente, a remuneração é mais baixa.

“Não podemos falar em consolidação com empregos da baixa qualificação e baixos salários.” O economista não vê boas perspectivas para a mudança desse cenário, já que a média de estudo no Brasil é de 9 anos, embora reconheça que há um aumento lento, mas contínuo, no nível de escolaridade.

Outro ponto preocupante apontado pelo economista é a falta de controle financeiro desse público. “A classe C está se consumindo no consumo, está se endividando”, alerta. Segundo o levantamento, 61% da população da classe C teve de cortar gastos nos últimos seis meses para pagar as contas, ante 36% das classes A e B. O pagamento de carnês ficou atrasado para 46% da classe C no período, enquanto entre os de renda superior o porcentual representou 21%.

O empreendedorismo seria um caminho para essa faixa de renda se consolidar, diz Paulo Rabello de Castro. No entanto, os potenciais empreendedores da classe C relatam encontrar exigências burocráticas que impedem a iniciativa, além de dificuldade para crédito. Segundo Amaury de Souza, parte substancial dos trabalhadores da classe C vive no setor informal e tem dificuldade para sair dessa realidade.

A matéria é de Ana Luísa Westphalen, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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