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Churrasqueiros “duelam” e servem carnes até em casquinha de sorvete

Enquanto o público estiver se preparando “mentalmente” para a primeira Competição de Churrasco Defumado que Mato Grosso já viu, os churrasqueiros dão início a um turno puxado: eles começam a preparar e assar a carne, às 22h da sexta-feira (14), véspera do evento.

Uma realização da Pitmasters Brasil com o mestre churrasqueiro e produtor cultural, Manollo BBQ, a competição será sediada na fábrica da Cervejaria Louvada, em Cuiabá. Um júri com 12 especialistas do Brasil, Estados Unidos e Austrália fará degustação às cegas para identificar os melhores de cada categoria.

Mas ao público, além de observar a movimentação frenética dos competidores, caberá também a deliciosa tarefa de experimentar lanches preparados a partir dos assados. As carnes vão rechear sanduíches com pão sírio, pão de hambúrguer e veja só, até mesmo casquinhas de sorvete. Segundo Manollo, uma invenção “importada” do Pará.

“Estávamos em um evento quando acabou o pão. Neste mesmo momento, um senhor passava com carrinho de picolés e sorvete. Ele comprou todas as casquinhas e as recheou com a carne. E não é que deu certo?”, se diverte.

Além de comer lanches defumados preparados por alguns dos melhores churrasqueiros do Centro Oeste – que vêm do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás, além de importantes polos mato-grossenses – e tomar chopp louvada das 15h às 22h, quem for ao evento terá ainda show de rock com a banda Rhox e sets musicais preparados especialmente para a ocasião, pelo DJ Augusto Werner.

Para adquirir o ingresso, basta chegar. Será cobrado o valor de R$ 10 a entrada. Crianças e adolescentes de até 13 anos não pagam.

A competição

O mestre churrasqueiro Manollo BBQ explica que haverá quatro categorias. Participam equipes de até seis pessoas, contando com o capitão. Eles vão preparar os assados em uma área de 5m x 5m, reservada especialmente para eles, no pátio da fábrica de cerveja.

“E eles começam cedo, afinal, para preparar um bom churrasco defumado, aos moldes da cultura americana, é preciso tempo. Em alguns casos, leva-se até 24 horas para preparar um assado destes”, explica o especialista, que é instrutor certificado da Pitmaster.

Ao todo, 12 equipes já confirmaram participação. Concorrem nas categorias Peito Bovino (brisket), Sobrepaleta (pulled porks), Costela Suína (pork ribs) e Sobrecoxa Desossada (chicken).

“Três itens serão levados em consideração na avaliação dos jurados: apresentação da carne; textura – o ideal é que fique a marca dos dentes e vá direto para a boca, pois não pode desmanchar, nem ser dura. A pessoa não pode brigar com a carne”. Outro item avaliado, segundo Manollo, é o sabor.

“E é neste que temos o maior peso da avaliação. Cada um tem sua poção mágica, não é mesmo? Boa parte usa sal e pimenta, mas tem que utilize açúcar, condimentos… Cada um trabalha sua técnica e isso será levado em consideração”, explica.

Os competidores que se saírem bem em todas as categorias e sagrarem-se vencedores seguem para etapa nacional, que será realizada no dia 30 de novembro, em São Paulo. Vice e campeão vão para Houston, no Texas (EUA), e logo partem para a segunda etapa, na Austrália.

A competição que no Centro Oeste tem Manollo como organizador, e é chancelada pela Pitmaster Brasil, já foi realizada na regional Norte e na regional Sudeste, em Minas Gerais, sendo que faltam ainda mais duas: uma em São Paulo e uma no Rio de Janeiro.

“Apresentamos o projeto para a direção da Louvada e fomos prontamente atendidos. A Louvada se preocupa com a movimentação do mercado e se engaja em todos os projetos que trazem valor agregado. Afinal, churrasco e cerveja têm tudo a ver”.

Acompanhamentos fazem a diferença

Há cinco anos, o cuiabano Marco Paolo Picone Júnior, o Manollo, mora em Sinop ao lado da mulher, Janaína Campos Picone, e mais dois filhos, Pedro e José. O terceiro, João, conclui a faculdade de Direito em Cuiabá. “Me divido entre minha corretora de seguros e a arte do churrasco. Viajo bastante e sempre bate aquela saudade da ‘dona da minha pensão’”, se diverte.

Fora do Estado ou no exterior, ele se capacita e realiza treinamentos. “Festivais de carne ocorrem no Brasil todo, todo fim de semana. E os realities do gênero também ajudam a fomentar esse movimento de valorização da carne e do preparo ideal”.

Segundo ele, cada região do Brasil tem seu jeito de prepara-las, mas ao avaliar o mato-grossense, ele ressalta que são beneficiados pela territorialidade favorável à criação do gado: a carne mato-grossense é, certamente, a mais saborosa. “Tem textura macia e é suculenta. O sabor é muito mais acentuado”.

“E não tem erro: basta a brasa e o sal. O que mais vem conquistando os entusiastas são mesmo os acompanhamentos. E nada de arroz e vinagrete. Quando preparo um corte como o bife do ancho, por exemplo, que é o filé da costela sem osso, gosto de assar ao lado já uma abóbora cabotiã. Daí eu já abro, tiro as sementes, os fiapos e faço um purê ali mesmo. Da casca dela sai o aroma e um óleo que ajuda na textura do purê. Joga um azeite e orégano e está tudo certo”.

Muita gente vai de coalhada seca para acompanhar, um molho de chimichurri à base de salsinha, limão rosa, limão siciliano… “O importante é sair da zona de conforto. Também gosto de assar o pão junto. E todo mundo se reúne em volta do fogo e da carne. Costumo dizer que o fogo e o churrasco une até inimigo”, se diverte.

Fonte: O Livre.

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