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China pede suspensão de mais frigoríficos

A China pediu ao Ministério da Agricultura que suspenda a habilitação para exportação de carnes de mais dois frigoríficos brasileiros em consequência da contaminação de funcionários pela covid-19, apurou o Valor.

Os adidos agrícolas do Brasil em Pequim receberam ontem uma carta enviada pela Administração Geral de Alfândegas chinesa (GACC, na sigla em inglês) sugerindo que os estabelecimentos sejam bloqueados pelo ministério para evitar que os asiáticos os retirem da lista, o que levaria a um processo mais demorado posteriormente para a retomada das vendas.

O Valor apurou que a Pasta comandada por Tereza Cristina resiste em suspender as plantas, já que não vê motivos para isso e prefere não passar recibo. O pedido é direcionado a um frigorífico de carne bovina e outro de aves. Essa resistência, no entanto, não impede que a China interrompa as compras. “Não está muito claro o que vai acontecer”, afirmou uma fonte de Brasília.

Segundo uma fonte ouvida pelo Valor, a China também pediu informações sobre a situação de mais 15 unidades. Outra fonte confirmou a solicitação, mas não soube dizer quantos frigoríficos foram alvo do pedido. JBS, BRF, Marfrig, Minuano e Agra já tiveram plantas suspensas. Ao todo, seis frigoríficos estão com as exportações de carnes para a China suspensas. Cinco foram bloqueados pelos chineses e um por
decisão tomada pelo próprio Ministério da Agricultura.

A falta de critérios técnicos para a suspensão por parte dos chineses tem sido a principal reclamação do governo brasileiro, que mantém diálogo constante com os técnicos do GACC. O Brasil enviou informações sobre as medidas de prevenção à covid-19 adotadas pela indústria de carnes do país – um recente protocolo interministerial entrou em vigor para harmonizar as ações necessárias – e pediu a retomada das exportações das unidades suspensas, mas ainda não obteve respostas.

Em Brasília, já não é descartada a possibilidade de o país avaliar alguma medida protetiva de comércio internacional, até no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), caso o diálogo não evolua para liberações. No momento, porém, um questionamento na OMC parece improvável.

A China, principal destino das exportações brasileiras de carnes, vem adotando restrições semelhantes com frigoríficos de diversos países, como Estados Unidos, Alemanda, Holanda, Reino Unido e Argentina.

Ontem mesmo Pequim barrou temporariamente as exportações de seis frigoríficos argentinos de carne bovina após a identificação de casos de coronavírus entre trabalhadores, segundo a agência Reuters. Também o principal destino das exportações de carne bovina da Argentina, lideradas pelas empresas brasileiras Marfrig e Minerva, a China pediu ao país sul-americano garantias adicionais de segurança dos produtos enviados a seu mercado.

Fonte: Valor Econômico.

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