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China levanta embargo e retoma importações de carne bovina do Brasil

A China autorizou a retomada das exportações de carne bovina do Brasil para lá nesta quarta-feira. O embargo durava desde o dia 4 de setembro, quando foram identificados dois casos atípicos do “mal da vaca louca” em Minas Gerais e Mato Grosso. 

A informação foi divulgada no site da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). A decisão autoriza a retomada das exportações de produtos de carne bovina desossada do Brasil com menos de 30 meses de idade. 

Em nota, os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores afirmaram que a decisão é “fruto da estreita coordenação” das Pastas e “decorrência do fluido diálogo” que foi mantido com as autoridades chinesas desde o primeiro momento. 

“A decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros”, escreveram os ministérios.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, afirmou que a retomada é “total” e “sem condições adicionais”. Segundo ele, o “ponto de corte” é o Certificado Sanitário Internacional (CSI). O governo brasileiro foi comunicado oficialmente da decisão pelas autoridades chinesas. “Tudo o que for certificado após 15 de dezembro será aceito”, afirmou ao Valor.

Assim, o Ministério da Agricultura já informou os auditores fiscais agropecuários e o setor privado brasileiro sobre os procedimentos para a retomada das exportações de carne bovina para a China. Os carregamentos produzidos durante o período do embargo também poderão ser certificados e enviados para os chineses. As empresas que não interromperam a produção e estocaram os produtos deverão retomar os embarques em breve.

Uma mensagem enviada pelos adidos agrícolas em Pequim para Brasília diz que “representante da GACC informou, por meio de conversa telefônica, que todos os carregamentos produzidos antes do dia 15/12/2021 têm ingresso autorizado”. 

Um ofício do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura desta quarta-feira determina o retorno da produção e da certificação sanitária da carne bovina. 

Na terça-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina havia reafirmado que o Brasil já tinha repassado todas as informações técnicas para a China, mas sem previsão para o levantamento do embargo que durou mais de três meses. 

“Nós continuamos na expectativa. Já disse, esse assunto já não está mais no campo do Brasil. Nós já entregamos toda a documentação, agora temos que esperar os chineses tomarem a decisão”, disse, em reunião da bancada ruralista. 

A suspensão era motivo de apreensão para os pecuaristas brasileiros. A China é o principal cliente do setor. No início deste mês, os chineses autorizaram a entrada das cargas enviadas antes da determinação do embargo, estimadas em mais de 100 mil toneladas. 

O Brasil suspendeu, de forma voluntária, as exportações para a China após a identificação de dois casos do mal da vaca louca no país. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu que eram episódios atípicos e que o risco para o rebanho nacional era insignificante. Diversas reuniões técnicas entre Brasília e Pequim foram realizadas desde então.

“Presente de Natal” 

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, disse que a retomada das compras de carne bovina pela China é um “presente de Natal” para o Brasil. 

O executivo observou que o governo chinês não tinha mais como manter o embargo, que durou mais que três meses, já que sua demanda doméstica está aquecida, os estoques recuaram e os exportadores brasileiros vinham elevando as vendas para outros mercados. 

“Enfim, uma boa notícia. A China retirou um embargo que nunca deveria ter acontecido, provando que a questão não foi sanitária, mas política e econômica”, disse. 

Com as vendas interrompidas para o principal cliente por três meses, o Brasil aumentou as vendas de carne bovina para países do Sudeste Asiático e para os Estados Unidos. A Rússia também retirou as suspensões de diversos frigoríficos e poderá retomar as importações.

“O Brasil está em uma posição mais confortável com a abertura de importantes mercados”. 

Ações de frigoríficos 

Depois de iniciarem o dia em leilão na B3, diante da suspensão do embargo de Pequim á carne bovina e a elevação da tarifa chinesa sobre a importação de carne suína, as ações das principais exportadoras brasileiras de proteínas animais (JBS, Marfrig, Minerva e BRF) passaram a subir. 

Ás 10h38, Minerva liderava as altas no Ibovespa, com avanço de quase 6%. JBS subia 3,51% e Marfrig, 1,27%. BRF também estava em alta, apenas do aumento da tarifa sobre a carne suína.

Fonte: Valor Econômico.

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