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China e África do Sul suspendem carne brasileira

Até agora o efeito das suspensões anunciadas é limitado. As restrições da China não se estendem a Hong Kong, que é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira no mundo e importa mais de 170 mil toneladas por ano.

Os governos da China e da África do Sul determinaram nesta quinta-feira (13) a suspensão imediata da importação de carne bovina brasileira por temores de contaminação com a doença da vaca louca. Os dois países se somam ao Japão, que já havia cortado a compra de carne brasileira há dois dias.

Outros países, entre eles Rússia e Venezuela, também estudam restrições e levam o governo brasileiro a temer um efeito em cadeia que pode causar prejuízos graves às exportações brasileiras. O Chile, outro país comprador, decidiu até agora não suspender a compra da carne, mas vai restringir a importação da farinha de ossos, usada na alimentação de animais e considerada a principal forma de transmissão da doença.

Até agora o efeito das suspensões anunciadas é limitado. As restrições da China não se estendem a Hong Kong, que é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira no mundo e importa mais de 170 mil toneladas por ano. A China comprou este ano 14,8 mil toneladas de carne brasileira, o que, apesar de não ser muito representativo, mostra um crescimento de seis vezes em relação a 2011.

Os demais países que suspenderam a importação não são grandes compradores. O Japão comprou 1,5 mil toneladas, e a África do Sul, apenas 335 toneladas de miúdos, tripas e alimentos preparados de carne bovina. A última compra de carne congelada foi em 2008.

A entrada de Rússia e Venezuela traria prejuízos maiores. O primeiro, apesar de já ter embargo para carnes vindas do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso, é o maior importador de cortes brasileiros. A Venezuela compra do Brasil 65% do gado e das carnes que consome. Apesar de não ter havido um comunicado oficial, a associação dos produtores do país já pediu ao governo a suspensão do comércio.

As empresas brasileiras exportaram 1,114 milhão de toneladas de carnes e miúdos de janeiro a novembro deste ano, gerando uma receita de US$ 5,1 bilhões. Ainda não há previsão de início de alguma ação, até mesmo porque a suspensão das importações aconteceu ontem, mas o Itamaraty planeja, se houver efeitos comerciais negativos, iniciar consultas com os países que determinaram a restrição de compras.

Fonte: O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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