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China dobra importação de carne suína

As importações chinesas de carne suína bateram recorde em julho, informou ontem a agência Reuters, citando dados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). 

No mês passado, o país asiático importou 430 mil toneladas, mais que o dobro do volume comprado no mesmo período do ano passado. No acumulado deste ano até julho, as importações chinesas somaram 2,56 milhões de toneladas, crescimento de mais de 150% na comparação com igual intervalo de 2019.

À Reuters, a analista do Rabobank no país asiático, Pan Chenjun, destacou que o forte aumento das compras ocorreu mesmo com a suspensão das exportações de vários frigoríficos devido a casos de covid-19 entre funcionários. O Brasil, quarto maior exportador mundial de carne suína, teve dois abatedouros de porcos suspensos em julho, mas o impacto da medida só deve aparecer nos próximos meses.

“Considerando que EUA e Europa tiveram suspensões ou produção mais lenta em maio, isso é realmente incrível”, disse Chenjun, destacando o aumento das importações. Ontem, as autoridades da China liberaram as exportações de seis frigoríficos dos EUA, o que pode ajudar a suprir a demanda do país. A GACC também retirou ontem a suspensão que vigorava desde julho contra uma planta uruguaia. 

Os chineses, que consomem metade da carne suína produzida no mundo, vêm ampliando as importações para suprir o déficit de proteína provocado pela epidemia de peste suína africana. A doença letal, que atingiu o país a partir de 2018, reduziu o plantel de porcos do país em mais de 40%. 

O Brasil, líder global na exportação de carnes bovina e de frango, é um dos países beneficiados pela maior demanda chinesa. Os brasileiros são os principais fornecedores de carne bovina aos chineses e vêm ampliando expressivamente os embarques de carne de porco.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura, os frigoríficos brasileiros exportaram 282,1 mil toneladas de carne suína à China entre janeiro e julho. Trata-se de um incremento de 142% na comparação com igual intervalo do ano passado. Em receita, o crescimento foi de 161%, para US$ 689,8 milhões. 

No caso da carne bovina, as exportações brasileiras ao país asiático totalizaram 451,7 mil toneladas nos primeiros sete meses do ano, o que significa um aumento de 156% em volume, para 451,7 mil toneladas, e de 161% em receita, superando US$ 2,2 bilhões. 

Embora em ritmo menos intenso, as exportações de carne de frango à China também aumentaram entre janeiro e julho, segundo dados da Secex. Os embarques totalizaram 406,6 mil toneladas, avanço de 19%. Em receita, o incremento foi de 28%, somando US$ 790 milhões. 

Fonte: Valor Econômico.

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