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China ampliou em 45% subsídios ao setor agrícola entre 2019 e 2021

A China elevou em 45% os subsídios para o setor agrícola entre 2019 e 2021, enquanto globalmente as ajudas totais aos agricultores cresceram 13%, aponta relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicado nesta quinta-feira.

No total, os subsídios agrícolas alcançaram US$ 817 bilhões por ano entre 2019 e 2021 nos 54 países pesquisados pela entidade, US$ 720 bilhões ao ano de 2018 a 2020. Do total, US$ 500 bilhões foram pagos por orçamentos públicos, e o restante veio na forma de políticas de preços altos.

Entre os 38 países que fazem parte da OCDE, que são industrializados ou em maior desenvolvimento, os subsídios alcançaram US$ US$ 346 bilhões por ano entre 2019 e 2021. A União Europeia e os EUA, grandes produtores, forneceram dois terços dessa ajuda. Reformas agrícolas em países da OCDE praticaram estancaram ou mesmo tiveram retrocesso.

Mais apoio em emergentes

Ao mesmo tempo, os subsídios concedidos por 11 economias emergentes continuaram a “aumentar significativamente” e somaram US$ 464 bilhões por ano entre 2019 e 2021. Somente a China representou 60% desse total. As ajudas aos agricultores chineses passaram de US$ 199,3 bilhões, em 2019, para US$ 250,7 bilhões em 2020, e atingiram US$ 289,0 bilhões no ano passado.

A participação dos subsídios na receita total do agricultor chinês chegou a 14,8%, na média anual — três vezes mais que entre 2000 e 2002, mas continua na média do apoio oferecido entre 2016 e 2018 quando reformas foram implementadas para diversas commodities.

De 2019 a 2021, a alta dos subsídios ao agricultor chinês é explicada pelo forte aumento no Apoio aos Preços de Mercado (MPS) — um indicador do valor anual das transferências brutas dos consumidores e contribuintes para os produtores agrícolas, decorrentes de medidas políticas que criam uma diferença entre os preços dos produtores domésticos e os preços de referência de uma commodity agrícola específica, medidos na propriedade agrícola.

Os preços mínimos aumentaram para grãos e oleaginosas, trigo, arroz e carnes bovina e de frango. Na média, os preços recebidos pelo agricultor chinês foram 14% mais elevados que as médias internacionais.

As cifras confirmam diferenças fortes nos subsídios fornecidos pelos 54 países pesquisados. Em Brasil, Nova Zelândia, Africa do Sul, Chile e Austrália, a ajuda ao agricultor representa em torno de 3% da receita bruta. Já em Japão, Coreia do Sul, Suíça, Noruega e Islândia, o apoio varia de 47% a 57% — ou seja, cerca da metade da renda dos agricultores sai do orçamento público.

Entre os países emergentes, somente Filipinas (27%) e Indonésia (18%) tem nível de subsídios que excedem a média da OCDE. Em todo caso, a constatação é que, desde o começo do século, os subsídios aumentaram fortemente nos emergentes, sobretudo China e Indonésia. (AM).

Fonte: Valor Econômico.

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