Produção de carne bovina não gasta água excessivamente
23 de outubro de 2019
The Fifties lança novo lanche com hambúrguer da Fazenda Futuro
23 de outubro de 2019

Chanceler defende alinhamento com EUA e diz não haver restrição a investimento chinês

Às vésperas de sua visita do presidente Jair Bolsonaro a Pequim, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, enfatizou que não há limitação para investimentos chineses no Brasil, ao mesmo tempo em que defendeu o alinhamento com os EUA.

A declaração fez parte dos esforços da delegação brasileira para superar declarações passadas de Bolsonaro, em que dizia que a China não comprava no Brasil, e sim comprava o Brasil.

Araújo frisou que a presença chinesa no Brasil é útil, proveitosa e parte da abertura integral para investimentos externos. Disse que não tem limitação para investimentos chineses no mercado brasileiro e que o país quer mais investimentos chineses e de outras origens.

Uma das polêmicas envolvendo o investimento chinês é a questão da quinta geração de telefonia móvel (5G). Ainda no Japão, onde participou da cerimônia de entronização do imperador Naruhito, Bolsonaro afirmou que o tema não está no seu “radar”. Quanto a se os chineses fizeram algum tipo de pressão sobre o tema, o presidente respondeu: “Comigo, não, conversaram com o vice [Hamilton Mourão]”.

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, recentemente, ao comentar sobre a licitação para a implementação da 5G no país, afirmou: “A Huawei não será banida ”. O edital da licitação ainda não é conhecido, mas embaixador acredita que o Brasil não cederá à pressão americana contra a Huawei, empresa que detém o maior número de patentes 5G no mundo. Em agosto, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, revelou ter “alertado” o governo brasileiro sobre as “vulnerabilidades” da tecnologia chinesa.

Segundo Araújo, o 5G não estará na pauta da visita a Pequim porque o Brasil não tem definição técnica ainda sobre o tema.

Ele afirmou que a expectativa brasileira na visita de Bolsonaro na quinta e sexta-feira é de abrir mais algumas portas no mercado chinês, o que incluiria habilitação de mais frigoríficos para exportação da carne bovina.

O chanceler fez ainda um aceno a Pequim, reafirmando uma posição tradicional do Brasil, de apoio à política de uma só China, ao ser perguntado sobre as manifestações em Hong Kong.

Quanto a riscos para o Brasil de ter apostado demais na relação com Donald Trump, cada vez sob risco de eventual impeachment, Araújo defendeu que vale aproveitar a afinidade entre os governos “para construir coisas importantes para os dois países, em qualquer país o governo muda”.

Ele destacou a “a convicção de que a relação profunda com os EUA é fundamental para o nosso desenvolvimento, crescimento, nossa projeção no mundo e temos que continuar isso, aproveitando que existe essa afinidade”.

O chefe da diplomacia brasileira diz não ver fragilidade política de Trump, com as ameaças de impeachment. “Não vejo essa fragilidade de Trump porque a economia americana vai muito bem”, respondeu. Para ele, “existe muita tentativa de criar factóides desde o começo do governo Trump para tentar diminuí-lo”.

Sobre as incertezas envolvendo o Brexit, a posição brasileira é de fazer rapidamente um acordo comercial com o Reino Unido quando o país sair formalmente do mercado comum europeu.

Quanto às relações com a França, o chanceler admitiu que não estão normalizadas, no rastro das “ofensas” do presidente Emmanuel Macron contra Bolsonaro envolvendo a Amazônia.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress