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Certificação amplia negócios no exterior

As exportações de carne bovina, que chegaram ao recorde de US$ 8,5 bilhões em 2020, passaram a contar, em maio, com estímulo da certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) dada a seis Estados brasileiros livres de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento deve ampliar as exportações do produto, além de contribuir para abertura e expansão de mercados como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que exigem a certificação da OIE. Até então, Santa Catarina era o único Estado com tal reconhecimento. 

As certificações são uma espécie de passaporte para vendas externas. Há casos, como o da União Europeia, terceiro maior importador de carne brasileira, em que as exigências superam certificações sanitárias fixadas em acordos bilaterais. É preciso certificado de rastreabilidade do gado, que monitora origem e identificação do animal, a cargo do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), do Ministério da Agricultura. O governo credencia certificadoras, hoje são 19, para garantir os padrões exigidos pelos importadores. 

Apesar do crescimento das exportações de carne bovina, a demanda no Sisbov manteve o patamar, refletindo comportamento das importações feitas pela UE. “Estamos com volume de produtores estabilizados. Passamos por uma situação delicada em 2020, quando o mercado europeu entrou em lockdown. Talvez no segundo semestre, com a retomada da economia, os produtores rurais comecem a nos procurar”, diz Sérgio Ribas, diretor comercial do Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), habilitado pelo Sisbov e que atende cerca de 30% das propriedades certificadas pelo Ministério da Agricultura, com 2,5 milhões de animais rastreados por ano. 

A Lista Trace, relação de fazendas autorizadas a fornecer para a UE, tem cerca de 1,7 mil propriedades no país. A maioria formada por grandes empresas, que somam cerca de 5 milhões de animais rastreados por ano. A entrada de novos grupos na lista deve aquecer a demanda por certificações. 

Há outras duas categorias de protocolos de certificação para atender mercados com maior nível de exigência ambiental, uma para os exportadores de carne orgânica e outra relativa ao selo de bem-estar animal, que será ser lançado no segundo semestre do ano, com a chancela da europeia Welfare Quality. O país possui outros protocolos que facilitam exportação, que embora não sejam exigidos oficialmente pelos parceiros comerciais, abrem portas do comércio internacional. São protocolos privados geridos pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) por sistema próprio, o Agri Trace Rastreabilidade Animal, de monitoramento da cadeia produtiva de carne bovina. 

“A demanda é crescente e vejo como tendência, em função da demanda dos mercados importadores. Vemos o interesse cada vez maior”, diz Paulo Costa, coordenador dos protocolos de rastreabilidade do Instituto CNA. Hoje, há 12 protocolos privados, que rastreiam mais de 2 milhões de carcaças certificadas nos programas firmados com 60 frigoríficos e mais de 22 mil produtores.

Fonte: Valor Econômico.

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