Paraguai espera que foco de aftosa não feche mercados
5 de janeiro de 2012
Mercados Futuros – 04/01/2012
5 de janeiro de 2012

CEPEA: produção de carne bovina pode crescer mais que consumo em 2012

Em termos absolutos, o modelo aponta que a produção interna teria acréscimo de quase 358 mil toneladas, enquanto que o consumo aparente avançaria apenas em 211,5 mil toneladas.

Modelos de projeção de oferta e de demanda estimados pelo Cepea apontam que a produção nacional de carne bovina pode crescer mais que o consumo em 2012. Essa perspectiva vai ao encontro das projeções do governo e do mercado de que a inflação neste ano deve ser menor que em 2011, lembrando que a carne bovina representa cerca de 7% dos gastos com alimentação. Operadores do mercado futuro de boi gordo também têm sinalizado no mesmo sentido. Os preços futuros estão relativamente estáveis ou abaixo em comparação com os verificados em 2011.

O cálculo econométrico do Cepea leva em conta o crescimento de 2,87% do PIB em 2011 e a perspectiva publicada no Boletim Focus de que avance 3,3% em 2012. Quanto ao crescimento da produção nacional de carne bovina, a fonte dos dados considerados no modelo é o Fórum Nacional da Pecuária que, por sua vez, baseia-se em informações do IBGE.

Segundo essa instituição ligada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a taxa de crescimento médio da produção interna nos últimos 10 anos é de 3,57%. Para a exportação, considerou-se cenário de estabilidade sobre o de 2011, sendo usados números oficiais da Secex. Com tais bases, o consumo aparente, que representa a produção interna mais o que é importado menos o volume exportado, cresceria 2,63%.

Em termos absolutos, o modelo aponta que a produção interna teria acréscimo de quase 358 mil toneladas, enquanto que o consumo aparente avançaria apenas em 211,5 mil toneladas.

A atividade pecuária tem resultados relativamente pequenos no prazo de um ano. Apenas uma pequena parcela da produção pode ser alterada no intervalo de um mesmo ano. A grande parcela da produção é fruto de investimentos de médio e longo prazo. Dentro da porteira, a média nacional das margens dos pecuaristas mantém-se positiva desde 2007, ou seja, houve tempo para novos investimentos cujos resultados estão sendo apresentados ao mercado.

Indicador

Desde 2 de janeiro, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa passou a ser calculado livre de Funrural (2,3%). Essa alteração ocorre em função de mudanças das práticas do mercado físico pecuário. Todos os demais critérios metodológicos do Indicador se mantêm inalterados.

Fonte: CEPEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. PAULO CÉSAR DA SILVA disse:

    Será que o mercado da carne, se alterará por causa da aftosa no país vizinho?

    Se isto acontecer o Brasil vai exportar mais carne, ocorrendo assim um aumento nos preços e favorecendo os pecuaristas.

  2. Fernando Cardoso Gonçalves disse:

    Acredito ser no mínimo discutível esta idéia.

    Baseado em supostas bases de dados com suposto comportamento tudo é possível.

    O que vejo de forma concreta no mercado é o represamento do consumo da carne bovina pelo varejo pelos excessívos aumentos para venda ao consumidor. Nunca havia visto valores tão altos no balcão como os de hoje.

    A lei de mercado acaba funcionando, se o produto está muito caro, a opção é buscar outra carne (frango, suino) para suprir as necessidades do dia a dia.

    É lógico que isso interessa ao governo, mas a nós pecuarístas o que queremos é um mercado que tenha liquidez e não esse represamento na gôndula.

    Abraço

  3. Fernando Rossini disse:

    Não acredito nesta eventual sobra de produção, pois o pecurista tem mecanismos de ir dosando a oferta de acordo com as variações de preços, além de que o fator renda provocada pelo aumento significativo do salário mínimo gera uma elasticidade renda próxima de 1 para as classes baixas, ou seja, é na base da pirâmide que o fator renda tem grande impacto sobre o consumo de carne, o que não acontece nas classes mais altas.

  4. Raphael Andrade Ribeiro disse:

    REPRESAMENTO NA GÔNDOLA – acredito ser um adjetivo correto para definir a atual desordem na dinâmica da cadeia da carne, no que se refere aos preços ofertados ao produtor. Os varejistas estão agindo de maneira oportunista utilizando dos números apresentados no desenvolvimento da economia brasileira, prejudicando assim a saída das carcaças da rede atacadista (frigoríficos), que por fim nós pecuaristas que representamos o início da cadeia (setor primário) acabamos por sofrer o maior prejuízo.

  5. Luiz Rodolfo Riccelli Galante disse:

    Em valores absolutos, conforme o estudo, se a produção for de 358 e o consumo INTERNO de 211,5 sobra 146,5 mil toneladas para o mercado EXTERNO. Para um país que vai exportar próximo de 1,5 milhão toneladas em 2012 isso não é nada. Basta ver a aftosa no Paraguai o que fez com a nossa exportação para o Chile – aumentou em 100%. Sendo assim, acho o estudo simplista.

  6. AMAURI ANTONIO DE MENDONÇA disse:

    Caro amigo Fernando, não duvido de mais nada. Estou no litoral santista e ontem fui comprar carne em um mercado aqui de Santos, e para meu espanto o contra filé estava a R$ 28,00/Kg, como pode?? Constatei uma fila muito grande para pesar frutas e legumes, já no açougue estava tudo tranquilo. Então não duvide da reportagem, pois nós pecuaristas estamos tendo oferta de R$ 95,00/@ e o preço final para o consumidor está neste absurdo.

  7. Fernando Rossini disse:

    Amauri prazer em conversar aqui com você, já que pessoalmente não estamos  conseguimos. Vamos a mais algumas constatações: o preço dos cortes tem forte impacto no perfil do supermecado/loja/açougue que os vendem, veja que pago ao redor de 20,00/kg da picanha em Cardoso-SP e aqui em Rio Preto nos supermercados elitizados esta picanha esta por 33,00/kg; e se for de marca premium ao redor de 40,00/k; e estamos falando de 145 km de distância. Porque isto acontece? Resultado do perfil do consumidor que frequenta as lojas. As grandes redes supermercadistas tem sistemas que conseguem quantificar as margens que podem adotar nos produtos, baseados no perfil do consumidor, assim a carne pode ter margens melhores em lojas frequentadas por público A e B e com isto encontramos o preço citado por você na Baixada Santista e os que descrevi aqui.

  8. Anderson Carneiro Polles disse:

    Apesar do maior investimento em tecnologias como IATF e outras o crescimento da produção está limitada a melhoria das pastagens e confinamento. O confinamento cresceu pouco no ultimo ano e reforma de pastagens é coisa rara, com essa irregularidade de chuvas que vem afetando São Paulo e Mato Grosso do Sul . Pior somente a seca no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná.
    O crescimento da produção fica comprometido ou restrito a áreas que estão sob melhor regime de chuvas.

  9. Carlos Alberto de Azevedo disse:

    Aqui no Sul estamos no meio de uma grande seca que irá até Março-Abril,   quando começa o Outono,portanto após o nosso periodo de engorda de gado,em outras regiões, grandes enchentes, que  causam também sérios  problemas nas pastagens e a fábrica de carne chamada boi, não reage rápidamente, como as fábricas de asfalto,portanto  temos que ter muito cuidado com estas noticias de fora da porteira,porque os interesses em jogo são muito grandes.

    Concordo com o Roberto,é uma fotografia do momento,porque temos aumento de renda no Brasil,também seca na Argentina e Uruguai,aftosa no Paraguai,etc .

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