Frigoríficos: reestruturação interna em 2012
12 de janeiro de 2012
Atacado – 12/01/2012
12 de janeiro de 2012

CEPEA: preços ofertados afugentam muitos pecuaristas

Num posicionamento cauteloso, a indústria não tem mostrado grande interesse por novas efetivações, mesmo com escalas de abate relativamente curtas. Colaboradores do Cepea apontam que boa parte dos frigoríficos tem trabalhado abaixo da capacidade.

O mercado pecuário segue ainda em ritmo lento. A oferta de animais para abate segue baixa, e a demanda dos frigoríficos não está aquecida. Pecuaristas têm retomado as atividades aos poucos e muitos não dispõem de lotes volumosos. Em várias regiões, as chuvas não têm sido suficientes para que as pastagens proporcionem uma boa terminação para os animais de engorda.

Além disso, vendedores se mostram insatisfeitos com os valores propostos pela indústria, especialmente nesta semana, quando a pressão compradora esteve maior – alguns produtores chegam mesmo a qualificar de “insulto” certos preços ofertados. Com a abertura de valores menores que os mínimos verificados em dezembro, muitos pecuaristas que haviam mostrado certo interesse por negociar neste início de ano recuaram. Permaneceram em operação basicamente aqueles que tinham maior urgência para venda ou que ainda conseguiam valores maiores.

Do lado da demanda, a pressão compradora persiste. Frigoríficos seguem alegando instabilidade das vendas de carne e consequente indefinição de patamares de preços no mercado atacadista. Num posicionamento cauteloso, a indústria não tem mostrado grande interesse por novas efetivações, mesmo com escalas de abate relativamente curtas. Colaboradores do Cepea apontam que boa parte dos frigoríficos tem trabalhado abaixo da capacidade.

De acordo com levantamentos do Cepea, entre 29 de dezembro e 10 de janeiro, os preços do boi gordo registraram queda na maioria das regiões consultadas pelo Cepea – preços de 2011 também estão sendo considerados sem Funrural. A baixa mais expressiva, de 3,2% foi observada na região de Campo Grande (MS), onde a arroba do boi à vista e livre do Funrural passou de R$ 92,54 para R$ 89,58 nessa terça, 10.

As regiões que apresentaram altas foram Triângulo Mineiro (MG), Rio Verde (GO), Rondônia (RO) e o estado do Rio Grande do Sul – este último teve a alta mais expressiva, de 0,79%, onde o quilo morto do boi à vista e livre do Funrural passou de R$ 6,36 para R$ 6,41 na terça-feira.

Em relação aos preços da carne com osso no atacado da Grande São Paulo, seguem em queda. Segundo agentes, neste período de férias, aumentam as dificuldades de venda. Entre 29 de dezembro a 10 de janeiro, a carcaça casada de boi recuou 2,5%, negociada a R$ 6,56/kg na terça-feira. Quanto aos preços do traseiro e do dianteiro, as baixas no mesmo período foram de 3,2% e 1,7%, respectivamente, com médias de R$ 8,67/kg e R$ 4,60/kg nessa terça. Já para a ponta de agulha, houve ligeira reação de 0,4%, negociada a R$ 4,65/kg. Em relação à carcaça casada da vaca, os preços registraram queda de 2,4%, com o quilo a R$ 6,15 nessa terça.

As carnes concorrentes também estão em queda. No acumulado de janeiro, a carcaça comum suína desvalorizou 7,5%, com média de R$ 4,34/kg nessa terça. Para o frango resfriado, os valores registraram queda de 6,8%, com o produto a R$ 2,82/kg – ambos no atacado da Grande SP.

No mercado de reposição, as negociações também seguem lentas, principalmente devido à baixa disponibilidade de pasto. O Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul), no acumulado de janeiro, recuou 1,54%, fechando a R$ 725,29 nessa terça-feira. Já em São Paulo, a média do bezerro subiu 0,7%, a R$ 732,16 na terça.

Fonte: CEPEA (via Indusval&Partners Corretora)

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress