Em 2015, o desempenho dos principais setores do agronegócio brasileiro tende a ser positivo. Segundo a equipe Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, para o setor de pecuária de corte, a falta de chuva desde 2013 prejudica não só a engorda dos animais, mas também a taxa de prenhez e o desenvolvimento de bezerros e garrotes, que atravessaram períodos de baixa nutrição. O resultado aparece na queda tanto do número de animais ofertados para abate quanto do peso das carcaças.
Essa menor oferta de carne, em 2014, justificou valorizações significativas em todos os elos da cadeia e, à medida que persista, tenderia a manter o nível dos preços.
Do lado da demanda, é sabido que cotações elevadas inibem o consumo – especialmente num ano em que a atividade econômica deve ser bastante lenta –, mas não se aposta que o agregado chegue a diminuir comparativamente ao ano anterior.
Ainda que a demanda não seja robusta, da perspectiva de preços, devem entrar na conta também as exportações, que sinalizam o enxugamento da já limitada oferta interna. A situação de grandes produtores internacionais bem como a continuidade do embargo de parte da comunidade internacional à Rússia devem favorecer as vendas da carne brasileira, mesmo que haja dúvidas sobre o comportamento do câmbio no mercado interno.
Fonte: Cepea, adaptada pela Equipe BeefPoint.