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Cenários para a Pecuária de Corte Amazônica

A pecuária brasileira ocupa aproximadamente 220 milhões de hectares, 70 milhões somente nos estados da Amazônia. À expansão da pecuária, tem-se atribuído a culpa pelo desmatamento. No entanto, este quadro mudou e a pecuária se encontra diante de uma nova realidade ambiental e de novas condições econômicas. Sua expansão está limitada por políticas mais rigorosas de combate ao desmatamento e ela passa também a competir com o avanço da soja e de outras culturas. Sendo assim, ou a pecuária se intensifica, aumentando sua produtividade, ou cede espaço para outras atividades agrícolas. Logo, a redução da área ocupada pela pecuária é chave para a solução de uma equação territorial que busque o equilíbrio entre o desenvolvimento rural e a conservação ambiental no território brasileiro.

A questão é: Como podemos acelerar a transformação da pecuária, aumentando o valor da produção no setor ao mesmo tempo em que reduzimos seus impactos ambientais? Qual será a nova face da pecuária mais produtiva e a do pecuarista tecnificado? Quais são as principais barreiras e percalços desse caminho? E que investimentos são necessários para isso?

Para responder essas e muitas outras perguntas, os professores Fabiano Alvim, Escola de Veterinária, e Britaldo Soares-Filho, Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto de Geociências, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lideraram uma esquipe de pesquisadores para produzir um website interativo “Cenários para a Pecuária de Corte Amazônica” (csr.ufmg.br/pecuaria) que apresenta uma visão da pecuária de corte no Brasil e, particularmente, na Amazônia em conjunto com suas opções de desenvolvimento. O estudo coordenado pela UFMG contou com o apoio da CLUA (Climate and Land Use Alliance) e Fundação Gordon and Betty Moore.

Segundo o estudo, sob um cenário inovador, o rebanho brasileiro poderá alcançar 250 milhões de cabeças em 2030, mas com maior produção. Deverá ocorrer uma maior quantidade de bovinos terminados em confinamento (14,7 milhões de cabeças), com crescimento de 279%, o que representará 44% do total de machos abatidos no Brasil em 2030. Por sua vez, o componente semi-intensivo, com o uso de semiconfinamento, representará um aumento de 86% (7,8 milhões de bovinos machos abatidos). Já o extensivo, no qual há pelo menos a suplementação proteica e mineral na época da seca e mineral nas águas, reduzirá em 15% o número de animais abatidos, chegando a um total de 11 milhões de machos. Essa intensificação aumentará a produção de carne (em quilos de equivalente carcaça) para 12,4 milhões de toneladas a partir de uma produtividade de 5,8 arrobas por hectare ao ano, resultando em uma lotação média de 1,02 Unidades Animal/ha ou 1,46 cabeças/ha, numa área de pastagem 24% menor. A geografia da intensificação, mostrada nos mapas online, aponta áreas prioritárias para intensificação concentradas nos estados do centro-oeste e da Amazônia. Por isso o estudo apresenta dados detalhados para esses estados, quantificando o esforço necessário para a intensificação dos sistemas de pecuária nessa região.

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O aumento da produtividade da pecuária de corte bovina será alcançado com o uso de tecnologias como suplementação nutricional estratégica, adubação de pastagens, manejo e rotação dos bovinos nas pastagens e/ou irrigação de pastagens, semiconfinamento e confinamento, integração lavoura, pecuária e florestas, melhoramento genético animal, eficiência reprodutiva, controle sanitário, entre outros. Para tanto, a boa gestão administrativa e financeira, com o conhecimento do custo de produção e resultados econômicos, é condição necessária para o sucesso da pecuária. No entanto, o custo de produção é uma variável desconhecida pela imensa maioria dos pecuaristas brasileiros. Visando desatar esse nó, o estudo desenvolveu o SimPecuaria, uma ferramenta amigável, porém sofisticada, de avaliação técnica e econômica da atividade da pecuária bovina de corte. Acesse mais informações pelo nosso website www.csr.ufmg.br/pecuaria.

Entenda o contexto da pecuária de corte na Amazônia e no Brasil e conheça a opinião de pecuaristas sobre o futuro da pecuária assistindo os vídeos abaixo.

Fonte: http://csr.ufmg.br/pecuaria, adaptado pela Equipe BeefPoint.

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