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Cenário é bom para pecuária, mas pode haver risco, diz analista de banco

O cenário para a pecuária é bom neste ano, mas não deixa de apresentar alguns riscos, segundo Guilherme Melo, analista-sênior de agronegócio do Itaú BBA.

Melo acredita que os sinais de recuperação da economia podem estimular o consumo interno de carne bovina, que está em queda há três anos. A redução na taxa de desemprego e a inflação baixa vão devolver renda ao consumidor.

Do lado externo, ele prevê que a oferta de carne dos principais competidores do Brasil não cresça, o que garante espaço para o produto brasileiro.

A esperada reabertura de alguns mercados —como o da Rússia e o dos Estados Unidos— e a possível abertura da Coreia do Sul podem elevar o volume exportado e abrir espaço para a venda de carnes com maior valor agregado.

Melo destaca, ainda, o aumento de unidades liberadas para exportar para a China e uma possível ampliação de cotas para a União Europeia.

As exportações são crescentes e poderão superar as de 2017. As taxas elevadas de crescimento do ano passado, porém, não deverão se repetir.

O produtor deverá ter no radar, no entanto, que, apesar do cenário melhor, 2018 será também um ano de risco para os preços.

Haverá uma oferta maior de bois, devido à redução de abates de fêmeas em 2015 e 2016. Em 2018, ao contrário do que ocorreu naqueles anos, o abate de fêmeas poderá aumentar porque há uma margem menor na cria de gado.

Já os preços mais moderados dos animais de reposição e os custos menores das rações —milho e farelo de soja estão mais baratos— permitirão um aumento de gado retido em confinamentos.

Melo acredita, ainda, que os animais não confinados no ano passado deverão estar à disposição do mercado neste primeiro semestre.

O produtor deverá ficar atento ao comportamento do dólar, devido às eleições. Uma apreciação da moeda dos Estados Unidos deixará o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado externo.

O importador, porém, vai tentar reduzir essa margem de ganho do exportador brasileiro, oferecendo preço menor. As margens de manobra do importador, contudo, não são grande devido à oferta menor de carne de outras regiões.

Já uma apreciação do real vai gerar menos receitas para os pecuaristas. Nesse caso, a tendência é de uma oferta maior de gado para suprir pagamento de despesas.

Diante desses fatores de risco, o pecuarista deverá ficar atento às oportunidades de mercado para a fixação de preços, a fim de se proteger de eventuais quedas no valor da arroba, alerta Melo.

Fonte: Folha de São Paulo, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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