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Carne sustentável do Pantanal ganha protocolo de certificação

A Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO), com apoio do WWF-Brasil, deu mais um passo para conservar o Pantanal e entregar aos consumidores uma carne bovina sem resíduos químicos e obtida com responsabilidade social e ambiental.

A ABPO, entidade criada por um grupo de pecuaristas pantaneiros em 2001, tem atualmente 15 produtores e um rebanho de 80 mil animais com certificação orgânica e sustentável. O abate semanal gira em torno a 200 animais. A iniciativa tem certificação do Instituto Biodinâmico (IBD) e a Korin como principal distribuidora no mercado nacional.

O “Protocolo de Carne Sustentável”,  inova ao ser o primeiro do País a inserir a conservação ambiental numa certificação de raças bovinas.

“O gado existe há 250 anos no Pantanal, considerado o bioma mais preservado do Brasil”, diz Júlio Cesar Sampaio, coordenador do programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil. Estudo recente da ONG mostrou que 82% da planície pantaneira está preservada e se atribui boa parte deste desempenho à pecuária regional.

No planalto do Pantanal, contudo, a pressão da soja ameaça e traça outro cenário.

“Para trabalharmos com a conservação do Pantanal, queríamos ver as cadeias que estavam por lá. Vimos que não há desmatamento em grande parte das fazendas e existe manejo adequado das pastagens naturais”, segue Sampaio. O WWF atua na região há 15 anos.

Pecuaristas que decidirem aderir deverão adotar boas práticas produtivas, como por exemplo: ajuste de lotação de pastagens para evitar a compactação, perda de nutrientes e desequilíbrio do solo; não utilização de produtos químicos no solo, realização de curvas de níveis em propriedades da região do planalto que realizarem a terminação dos animais; utilização de pastagens nativas do Pantanal; proteção dos recursos hídricos e recuperação de áreas degradadas.

O primeiro passo na venda da carne sustentável do Pantanal foi dado em 2015, quando a Korin começou a testar o mercado vendendo cinco toneladas mensais, conta o diretor-geral Reginaldo Morikawa A previsão do empresário é de aumentar consideravelmente a venda de carne orgânica e sustentável nos próximos dois anos.

“Esse protocolo valoriza o homem pantaneiro, sua cultura e os processos produtivos que há mais de 200 anos preservam o bioma. Somente são admitidos animais comprovadamente nascidos no Pantanal e alimentados com pastagens naturais. Caso o produtor opte por fornecer grãos ao rebanho, eles precisam ser certificados e não-transgênicos”, diz Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO.

“O nosso é um gado que come 12 tipos de gramíneas que tem no Pantanal e come a mesma comida que os animais selvagens herbívoros daqui. Claro, a carne tem que ter sabor e suculência. Não adianta vender carne sustentável e ser ruim.”

O bem-estar animal é uma preocupação em todas as fases do processo produtivo; além disso, está garantida a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva (desde nutricionais, manejo, transporte, abate e processamento) e a padronização dos processos. “O consumidor que escolhe esse produto, opta por uma carne saudável, mas também está ajudando a conservar o Pantanal e sua tradição cultural, por meio de uma escolha responsável”, conclui Barros.

Desde 2003, o WWF-Brasil já apoiou a certificação de 180 mil hectares com pecuária sustentável, no Mato Grosso do Sul. “Graças à pecuária tradicional do Pantanal, 82% da planície pantaneira ainda está preservada. A parceria com o setor produtivo é de fundamental importância para que nossa missão de produzir em harmonia com a natureza seja alcançada garantindo a sustentabilidade socioambiental e econômica para esta e as futuras gerações”, diz Júlio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.

O “Protocolo da carne sustentável” está depositado na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e auditado pelo Instituto Biodinâmico (IBD).

Rastreabilidade

Todos os animais têm identificação individual e o sistema recebe informações como ano em que nasceu, raça, fazenda, tipo de nutrição, intervenções. Os produtores que aderirem ao Protocolo utilizarão a ferramenta “Fazenda Pantaneira Sustentável” (FPS), desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um software que avalia os processos produtivos para detectar o grau de sustentabilidade da propriedade por meio de diversos indicadores.

O software gera uma nota final com as respostas de todos os indicadores e fornece um relatório que indica se a fazenda está sustentável ou se necessita fazer ajustes.

“Agora estamos afinando a ferramenta. Vai haver ganho diferencial para quem produzir desta forma”, diz Jorge Antonio Ferreira de Lara, chefe da Embrapa Pantanal. “Precisamos de um modelo de vanguarda.”

Na produção sustentável, todos os animais têm identificação individual. O sistema registra ano de nascimento, raça, fazenda, tipo de nutrição e outros parâmetros. “É um protocolo exigente”, diz Matheus Witzler, auditor de campo do IBD, empresa conhecida pela certificação de produtos agrícolas, principalmente orgânicos.

Fonte: Assessoria de Imprensa e Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Ronaldo Passberg disse:

    Eu apoio essa ideia a anos e graças a ABPO MS através do Sr.Leonardo conseguimos neste mês de setembro comercializar está carne tão desejada e procurada e encontrdada no supermercado Campos Carandá e Mercado Arapongas onde já vendemos e atendemos os consumidores da nossa querida Campo Grande MS.

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