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Carne leva IGP-10 a ter maior alta em 18 meses

O “choque da proteína” na inflação levou o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) a acelerar de 0,19% para 1,69% entre novembro e dezembro – maior taxa em 18 meses, desde junho de 2018 (1,86%), informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo André Braz, economista da fundação, as carnes vermelhas mais caras deram o tom da inflação dos Índices Gerais de Preços (IGPs) neste fim de ano e levaram ao fortalecimento da taxa em 12 meses desse tipo de indicador. O IGP-10 terminou 2019 com inflação anual de 6,39%, abaixo de 2018 (7,92%) – mas quase o dobro do acumulado em 12 meses até novembro (3,33%).

Para o técnico, o IGP-10 anunciado ontem é uma prévia do que acontecerá com os IGPs em dezembro: taxas mensais ao redor de 1,6%, com inflação anual em torno de 6%, ainda inferior às registradas ao término de 2018.

Ao detalhar o impacto da proteína na evolução da inflação do IGP-10, o economista da FGV informou que as carnes responderam por 58% do total da inflação atacadista em dezembro – que representa 60% do indicador. O Índice de Preços ao Produtor Amplo -10 (IPA-10) acelerou de 0,25% para 2,26% entre novembro e dezembro. Além disso, o aumento no preço da carne ocorreu em um contexto de dólar elevado, o que puxa para cima preços de commodities no atacado.

O IPA-10 de dezembro também foi pressionado por altas de preço em soja (3,29%); milho (8,23%) e trigo (2,64%). Esse cenário levou a inflação atacadista a encerrar o ano com taxa anual de 7,70%, ante 10,01% em 2018.

Ao ser questionado sobre a continuidade de IGPs e carnes em alta em 2020, o economista foi cauteloso. Por um lado, ele lembrou que, em janeiro, sempre ocorrem reajustes em preços de grande peso no orçamento familiar, como mensalidades escolares, além de pagamento de taxas como IPVA e IPTU – o que eleva a inflação no varejo. Além disso, o setor varejista ainda não captou os prováveis aumentos de alimentos in natura, que sempre sobem nesta época do ano devido ao clima errático, que reduz oferta. Por outro lado, o especialista disse não esperar elevação de preço de carne, em janeiro, em igual magnitude de dezembro. Isso pode reduzir o IPA, e ajudar a conter o impacto do IPC mais elevado. “Podemos ter IGPs com taxa mensal na faixa de 0,8% [no ano que vem]”, disse.

Já o Índice Nacional do Custo da Construção -10 (INCC-10) desacelerou de 0,20% para 0,06% entre novembro e dezembro. No ano, o INCC-10 subiu 4,11%, acima de 2018 (3,82%).

Fonte: Valor Econômico.

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