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Carne ética vs. Carne Hype: uma visão sobre carnes “naturais”, “produzidas a pasto” e outras “meias-verdades”

Por Timothy Ferriss, para o site http://fourhourworkweek.com.

Eu fiquei fascinado por carne nos últimos meses, após experimentar o vegetarianismo e rastrear dados de saúde. Os catalizadores do meu recente entusiasmo carnívoro foram dois: ler o livro “O dilema do onívoro” e conhecer açougues locais na área de San Francisco. Eu percebi que, se comer de forma consciente – sabendo de onde vem sua comida e como ela é produzida, abatida e criada – é a chave para o consumo ético, os rótulos são o novo campo de batalha para sua mente e seu dinheiro…

Departamentos de marketing são excelentes em inventar termos que não responsabilizam as empresas, à medida que afirmações não vinculativas (referidas como “exagero” nos negócios” não resultam em ações. Coisas com produtos que “aumentam o volume” dos cabelos, cremes que “desafiam a idade” e o carnes “totalmente naturais”.

Recentemente, peguei uma revista incomum no mercado rural Ferry Building, em San Francisco: Meatpaper: Your Journal of Meat Culture. Na edição 6, havia uma visão geral fantástica sobre os termos dos rótulos no artigo chamada “É uma selva lá fora: o que os rótulos de carnes significam?”

Abaixo estão essas informações, junto com amostras de rótulos, republicados com permissão.

É uma selva lá fora – por Marissa Guggiana

A carne é o único produto nos Estados Unidos que vem com um selo de aprovação do governo. O livro “A Selva”, de Upton Sinclair, de 1905, que falava sobre as coisas grotescas da indústria de carnes gerou indignação e levou à criação do Ato Federal de Inspeção de Carnes em 1906. O selo de inspeção era, até recentemente, o único rótulo que importava, garantindo a supervisão por terceiros da produção de um produto inerentemente de alto risco.

Hoje, a nova geração de rótulos de carnes faz promessas muito mais ambiciosas. Bem além de simplesmente garantir que a carne não contém ratos, os rótulos de hoje parecem responder aos consumidores sobre preocupações com relação às práticas de manejo animal, como condições em que eles são criado, bem como suas dietas. Com novas preocupações sobre patógenos que causam intoxicação alimentar, com E.coli, o novo foco na procedência dos alimentos, para todos os envolvidos com carne, do governo federal aos produtores rurais, processadores e cadeias de supermercados, é tentar transmitir suas prioridades e encontrar espaço na embalagem para fazer isso.

Algumas afirmações são apoiadas por autoridades do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e têm definições concretas, corretamente registradas no registro federal; algumas são monitoradas por grupos de interesse animal e meio-ambiente; algumas são criadas por negócios, que empregam auditores privados para garantir o cumprimento com seus critérios.

Aqui está uma pesquisa com alguns das dezenas de garantias que são fornecidas às carnes americanas.

All Natural (Totalmente natural)

Allnatural

Isso significa que a carne é minimamente processada, sem produtos artificiais ou sintéticos. Essa não é regulamentada, entretanto, de forma que qualquer um pode colocar essa afirmação na embalagem.

COOL (Rotulagem do país de origem)

Regulamentada pelo USDA. Essa rotulagem afirma onde o animal foi criado, abatido e processado (e se isso significar múltiplos países, como é o caso de algumas carnes moídas, devem ser todos listados).

Grass Fed (Criado a pasto)

grassfed

Regulamentada pelo USDA. Isso significa, de forma simplificada, que os animais comem pastagem. De acordo com a definição do USDA, os animais “grass-fed” podem também comer grãos e podem ser criados no pasto em confinamento, desde que tenham acesso a pastagem.

[Como documentado no “O dilema do onívoro” e em outros locais, “acesso” pode ser – e frequentemente, é – nada mais do que um local com porta para uma pequena área externa, Os animais são transferidos para essas instalações depois de terem sido condicionados a permanecer confinados em instalações sem essas portas].

Free Range (sem gaiolas)

freerange

Isso significa estritamente que o animal tem algum acesso à área externa. Não há regulamentação para uso desse termo, exceto no caso das galinhas criadas para consumo. “criado a pasto” é o termo mais significativo referente ao bem-estar animal.

Orgânico

organico

Certificado pelo USDA e por terreiros. Essa certificação significa que os animais não foram tratados com hormônios ou antibióticos e foram alimentados com uma dieta livre de pesticidas.

Air Chilled (Ar refrigerado)

airchilled

Esse artigo se refere ao tratamento dos animais vivos. Os produtores e varejistas podem também fazer afirmações sobre como o animal é manejado entre o abate e a compra. A carne pode ser maturada úmida ou a seco, congelada e embalada de várias maneiras.

Criada de forma humana; certificado de humana

certfiedhumane

Muitos produtores agora escolhem passar por uma auditoria por terceiros, como a Associação de Bem-Estar Animal e Produção Rural Humana para destacar seu cuidado extra. Esse tipo de rótulo vai contra práticas como excesso de densidade animal, castração, desmame precoce e negação aos animais de acesso ao pasto. Essas medem todo o ciclo de vida em termos de saúde e bem-estar dos animais.

Outros itens do rótulo:

Biodiânica

Esse padrão pré-orgânico trata toda a operação de criação como um todo inter-relacionado. Embora algumas carnes sejam tecnicamente orgânicas, as fazendas biodinâmicas garantem que a carne também vem de um sistema saudável e autossustentável.

Local

Os produtores que participam desse programa têm uma declaração por escrito de que os animais são criados dentro de um raio de 32 quilômetros. Esse rótulo não é certificado [ou confirmado] por terceiros, como o USDA ou um certificador.

Por Timothy Ferriss, para o site http://fourhourworkweek.com.

Fonte: http://fourhourworkweek.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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