Uma das marcas registradas da pecuária gaúcha, que é a produção extensiva graças à riqueza natural do Bioma Pampa, em breve será estampada em cortes de um dos maiores processadores de proteína vermelha no mundo. O Marfrig firmou acordo com a rede de produtores conhecida como Alianza del Pastizal e passará a distinguir nas embalagens os cortes originários de propriedades que têm metade da área de pastagem de campo nativo.
O consumidor reconhecerá a diferença em selo com a distinção carnes del pastizal (a pasto). A parceria, que terá a certificação a partir das regras de um rígido protocolo adotado pela Alianza del Pastizal, é vista como oportunidade para agregar à qualidade da carne gaúcha, com sua base de raças britânicas e seus cruzamentos, também o quitute da sustentabilidade. Neste caso, ligado ao tipo de manejo no campo e incentivo à combinação da alimentação natural e suplementação por pastagem cultivada.
O gerente de fomento da Marfrig no Estado, Diego Alagia Brasil, disse que a estreia nas gôndolas em mercados provavelmente do Sudeste e até do exterior será em breve. Agora, a novidade está na fase de calibrar a oferta de animais nas plantas de abate (são três em operação – Alegrete, São Gabriel e Bagé) e regularidade no processamento. A companhia já tem marca – Marfrig Club, que diferencia cortes oriundos de programas de certificação de associações de criadores, modalidade que é apontada como uma das responsáveis pelo avanço do mercado para carnes com qualidade, que têm a oferta maior a partir da matéria-prima gaúcha. Atualmente, as unidades do Marfrig abatem 1,6 mil cabeças por dia, com ociosidade de mais de 20%. A produção gaúcha responde por 6,5% do processamento da companhia no País.
Brasil explica que o selo será acoplado a outras identificações quando a origem for de propriedades que seguem o protocolo do pasto nativo. A reabertura de mercados externos, como russo, e conquista de novos devem pressionar por mais oferta. O suprimento é apontado como a razão que levou ao quase fechamento da planta de Alegrete, com futuro a ser definido. As unidades do Marfrig são habilitadas para exportação. Um grupo de 100 produtores donos de propriedades integrantes da Alianza fornecerá bovinos para a indústria na largada do projeto. “Eles representam menos de 5% dos produtores que entregam animais, mas acreditamos que 90% dos atuais fornecedores poderão se enquadrar na especificação”, aposta o gerente de fomento.
Fonte: Jornal do Comércio, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.