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Carne bovina: volta da China e demanda firme devem manter sustentar preços

A demanda chinesa continua responsável pela volatilidade dos preços da carne bovina. Foi a China que empurrou as cotações para cima em fins de 2019, encurralada pelos focos de peste suína africana. E a mesma China jogou o mercado para baixo, quando em outubro passado barrou as importações, por causa dos casos atípicos do mal da vaca louca no Brasil. A boa notícia foi a suspensão do embargo, anunciada pelo Ministério da Agricultura em meados de dezembro.

“Havia um sério risco de desestímulo à produção do ‘boi China’ – como são chamados os animais com 30 meses –, caso o país asiático não retomasse as compras ou reduzisse o volume”, disse Guilherme Cunha Malafaia, coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne), da Embrapa.

Ele se mostra otimista, porque outros compradores internacionais continuam com apetite pela carne brasileira. “Pelo menos até 2025, vemos uma demanda externa forte para a carne bovina, tempo que ainda deve durar a recomposição do rebanho suíno da China, e isso tem impacto no preço”, afirma Malafaia.

Olhando mais à frente, as projeções indicam que as compras chinesas de carne bovina brasileira podem chegar a 3,62 milhões de toneladas em equivalente carcaça em 2030. O volume é 32,8% superior ao registrado no ano passado. Os dados são de um estudo feito pela Scot Consultoria, com apoio das organizações Solidaridad e WWF-Brasil, em parceria com a TFA (Tropical Forest Alliance).

Maurício Velloso, presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), diz que a baixa oferta de animais para reposição deve continuar no primeiro semestre do próximo ano, com consequente elevação dos preços. No entanto, a alta nos custos de produção poderá trazer prejuízos aos produtores, alerta. “Sem dúvida alguma, nós devemos experimentar, no primeiro semestre de 2022, valores mais altos do que estão sendo praticados hoje”.

Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos, com a ausência da China, as exportações de carne bovina recuaram 7,15% em 2021. No ano passado, até novembro, o total movimentado atingia 1,848 milhão de toneladas e a receita US$ 7,744 bilhões. Neste ano, o volume embarca do somou 1,716 milhão de toneladas e a receita cresceu 10%, para US$ 8,5 bilhões, graças à elevação dos preços.

Fonte: Revista Globo Rural.

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