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Cargill compra 50% de frigorífico argentino

O setor de gado e carnes da Argentina recebeu na segunda-feira o anúncio de que a Cargill, principal empresa exportadora de grãos e azeites do país, entrará na indústria frigorífica ao se tornar acionista da Finexcor.

O diretor de Relações Internacionais da Cargill, Hugo Kranj, e o diretor da Finexcor, Gustavo Kahl, comunicaram a novidade ao ministro da Economia, Roberto Lavagna, que expressou sua satisfação pelo acordo. “A Argentina está comprometida a ter um papel importante no negócio mundial de carnes. Entramos com uma visão de longo prazo”, disse Kranj.

A Cargill adquiriu 50% do capital acionário da Finexcor. O investimento feito não foi divulgado pelos diretores de ambas as companhias devido a um acordo de sigilo, mas os operadores do setor estimaram um valor mínimo de US$ 70 milhões.

Em um comunicado, as empresas explicaram que o acordo tem como objetivo complementar as “fortalezas de cada parte”. Enquanto a Finexcor conta com uma forte presença exportadora nos mercados da União Européia (UE) e do Oriente Médio, fundamentalmente, a Cargill tem presença forte na América do Norte, na Ásia e na Rússia.

A notícia foi bem recebida pelo setor. “É positivo que exista este tipo de anúncio, principalmente em um setor onde até o momento quase não foram registrados investimentos de empresas estrangeiras. É de se esperar que a partir deste tipo de ações a cadeia de carne possa oferecer produtos ao mercado com valor agregado, o que vai aumentar a competitividade de nossa produção pecuária”, disse o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Luciano Miguens.

O diretor da Finexcor, Marcelo Puyol, destacou que a nova sociedade tem como objetivo o “longo prazo”. Apesar de já terem passado quase três anos do fechamento massivo dos mercados externos à carne argentina devido à febre aftosa, o país ainda não pode exportar cortes frescos aos EUA e ao Canadá, entre outros destinos.

A Finexcor, que pertence à família Zymnis, está no negócio de carne há 40 anos e exporta cerca de US$ 140 milhões por ano, principalmente para a União Européia (UE), o Oriente Médio e a Ásia, o que coloca a empresa em segundo lugar entre os exportadores de carne da Argentina. A produção é de 350 mil cabeças de gado e a empresa é a principal exportadora de carne refrigerada e congelada do país.

Em nível internacional, a Cargill tem uma capacidade de processamento de 9 milhões de cabeças de gado (três a menos que o total da Argentina) e este é seu primeiro investimento na indústria frigorífica argentina. Há algumas semanas a empresa anunciou um investimento de US$ 200 milhões para a construção de uma planta de processamento de soja, um porto, e a ampliação de suas instalações de distribuição de fertilizantes na província de Santa Fé. Também teve participação na indústria avícola até meados da década de 90, quando vendeu suas empresas a Molinos e a Granja Tres Arroyos. No setor agrícola a empresa se dedica à comercialização e ao processamento de cereais, oleaginosas, cevada, malta, farinhas protéicas, azeite de oliva, entre outros produtos.

Fonte: La Nación (por Cristian Mira), adaptado por Equipe BeefPoint

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