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Campanha quer evitar transporte por longas distâncias

A coalizão chamada "Trate com Cuidado", encabeçada pela Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), realiza pela primeira vez uma campanha pedindo aos governos do mundo que criem regras para o transporte animal, evitando que animais viajem por longas distâncias. Para Antonio Augusto Silva, diretor regional da WSPA Brasil, tal atividade prejudica o país. "O transporte de animais vivos faz os países exportadores deixarem de arrecadar tributos e gerar empregos. É preciso substituir essa atividade pelo comércio de carne industrializada somente e pôr fim a esse transporte que não faz mais sentido".

A coalizão chamada “Trate com Cuidado”, encabeçada pela Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA), realiza pela primeira vez uma campanha pedindo aos governos do mundo que criem regras para o transporte animal, evitando que animais viajem por longas distâncias.

Para Antonio Augusto Silva, diretor regional da WSPA Brasil, tal atividade prejudica o país. “O transporte de animais vivos faz os países exportadores deixarem de arrecadar tributos e gerar empregos. É preciso substituir essa atividade pelo comércio de carne industrializada somente e pôr fim a esse transporte que não faz mais sentido”.

“O transporte de carne resfriada e congelada acontece há mais de 125 anos. Ainda assim, milhões de bovinos, suínos, cavalos e ovelhas viajam por longas distâncias a cada ano, num comércio que pode até espalhar doenças pelo mundo”, comenta Silva.

A campanha chama a atenção para quatro das piores rotas enfrentadas pelos animais: bovinos do Brasil para o Líbano, ovelhas da Austrália para o Oriente Médio, cavalos da Espanha para a Itália e suínos do Canadá para o Havaí.

As organizações que fazem parte da coalizão Trate com Cuidado são: WSPA, CIWF, RSPCA, RSPCA Australia, Dierenbescherming (Dutch SPCA), Dyrenes Beskyttelse (Danish SPCA), International League for the Protection of Horses, Humane Society International, Born Free USA e Eurogroup for Animals.

A definição de “longas distâncias” varia de acordo com a região ou o país. Mas, no caso desta campanha, estão sendo consideradas jornadas em que animais viajam por milhares de quilômetros por estradas ou pelo mar, em vez de levá-los para o abatedouro mais próximo do local onde foram criados.

Por que evitar esse tipo de transporte

Para definir quais as distâncias adequadas, as organizações utilizam os padrões da União Européia e da OIE. Considerando jornadas acima de 8 horas longas para animais ruminantes (bovinos). Já para aves e suínos jornadas longas são as que duram mais de 3 horas, uma vez que esses animais são monogástricos e necessitam fazer um longo jejum (12h) antes da viagem para evitar vômito e aumento da mortalidade. Nos bovinos, por causa da regurgitação, não é preciso um tempo tão longo de jejum para a viagem.

Segundo a WSPA,no caso dos bovinos, é inviável fazer o transporte por longas distâncias sem provocar danos aos animais. Isso porque existem padrões elevados (exigências): é preciso haver boas instalações nos caminhões (como a existência de bebedouros e ventilação adequada), além de pontos de parada obrigatórios para que os animais possam descer a cada 800 km para se alimentar, descansar, fazer novamente o jejum e embarcar no caminhão para seguir viagem.

Cruzar longas distâncias pelas rodovias brasileiras, em viagens de dois a três dias, nas condições atuais, sem causar prejuízo aos animais é praticamente impossível. O custo é extremamente elevado e não se justifica.

No entanto, a preocupação com a distância máxima não é tudo. Para a WSPA, e outras organizações que promovem a campanha, é preciso considerar outros fatores. Os cuidados no transporte devem prever também:
• Manejo racional durante o carregamento e descarregamento, sem utilização de maus tratos, bastão elétrico e ferrões;
• Boas condições dos caminhões e das rampas de carregamento e descarregamento;
• Adequada densidade no transporte;
• Não misturar animais de categorias diferentes;
• Condições das rodovias que os motoristas percorrem. Muitas vezes as distâncias são curtas (100-200 km), mas as condições são péssimas, aumentado o tempo de viagem para mais de 8 horas por causa do atolamento dos caminhões e outros imprevistos;
• Treinamento e comprometimento dos motoristas envolvidos. Temos que nos preocupar com a jornada do gado até chegar ao frigorífico. O tempo também pode ser prejudicial se o motorista para com os animais por longo período em locais sob efeito do sol intenso e altas temperaturas. Devemos lembrar que o gado se encontra numa situação de estresse com mistura de animais, espaço limitado e sem acesso a água e alimento. O comprometimento dos motoristas é fundamental e para isso o frigorífico deve oferecer um treinamento conscientizando-o sobre a importância de todos os elos da cadeia estarem envolvidos.

As informações são da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal).

0 Comments

  1. jaime ramos filho disse:

    Esta campanha para o transporte de gado por longas distância, não passa de manobra feita por frigorificos, para poderem controlar opreço do boi do jeito que eles querem.

  2. marcelo sant´ana de souza disse:

    Estes problemas são fatos. Podemos com, muito estudo e conhecimento de causa, amenisar o problema e diminuir os custos e prejuizos com o transporte tanto do gado vivo como a carne após o abate. Recentemente nossa equipe rodou mais de 7.000 km no Mato Grosso e Rondônia onde foram constatados veículos e equipamentos inadequados para as aplicações.

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