Fechamento 12:08 – 19/03/02
19 de março de 2002
Argentina avalia plano de erradicação da aftosa
21 de março de 2002

Campanha contra aftosa é lançada no sul da Bahia

A primeira etapa da campanha contra a febre aftosa para este ano foi lançada no sul da Bahia pelo secretário estadual de Agricultura, Pedro Barbosa de Deus, em solenidade no auditório da Coograp, com a presença de pecuaristas de toda a região. O secretário ressaltou a colaboração dos criadores para que hoje a Bahia ostente o certificado de zona livre da doença, recebido no dia 31 de maio do ano passado da Organização Internacional de Epizootias (OIE).

“Foram 34 anos de luta para conseguirmos comercializar livremente nossa carne no mercado internacional”, assinalou o secretário, advertindo que esse quadro não pode ser mudado e, para isso, é preciso continuar vacinando o rebanho contra a febre aftosa. O secretário disse que em todo o Estado existem 380 mil criadores e um rebanho de cerca de 9,5 milhões de cabeças de gado, dos quais pelo menos 30% estão no sul da Bahia.

Segundo o diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), José Alberto da Silva Lira, há 34 anos a Bahia faz o controle da aftosa, mas só a partir de 1999, com a criação do órgão, houve decisão política para erradicar a doença. Lira destacou a contribuição da Adab para essa conquista do Estado, por meio de um acompanhamento intensivo durante todas as etapas da campanha de vacinação.

Rio Grande do Sul

A vigilância sanitária animal do Governo do Rio Grande do Sul mantém seus técnicos na fronteira com a Argentina. Equipes de fiscalização e seis barcos de vigilância monitoram o rio Uruguai permanentemente, para a evitar a reintrodução do vírus da febre aftosa no Estado e preservar a sanidade do rebanho gaúcho. Apesar de considerar que a febre aftosa no Estado é fato que ficou no passado, o secretário de Agricultura, José Hermeto Hoffmann, considera que é preciso evitar qualquer tipo de risco.

A vacinação contra febre aftosa foi encerrada oficialmente no Estado, na sexta-feira, e atingiu 97,5% do rebanho bovino. Foram imunizados 13.629.386 bovinos, de uma população total de 13.979.471. O número de animais vacinados aumentou em relação à campanha passada, quando foram imunizados aproximadamente 13,3 milhões de exemplares na primeira etapa e 13,2 milhões na segunda etapa.

O índice de cobertura vacinal foi o mesmo número atingido na média das etapas anteriores. O secretário Hoffmann considerou o resultado bastante satisfatório, correspondendo às expectativas. Ele destacou a preocupação do Governo do Estado em realizar uma vacinação rápida e, acima de tudo, qualificada. “Conseguimos chegar a este alto índice de cobertura vacinal graças ao empenho dos técnicos, ao apoio dos produtores e da comunidade. Isso é fundamental para que possamos garantir a proteção do rebanho gaúcho”, frisou.

A campanha de vacinação contra a febre aftosa iniciou-se no dia 7 de janeiro. Cerca de 1,7 mil funcionários da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, entre médicos veterinários e auxiliares rurais, trabalharam na aplicação das doses.

Vigilância conjunta

O estabelecimento de um plano conjunto de vigilância à febre aftosa nas zonas de fronteira entre Brasil, Uruguai e Argentina foi uma das deliberações da Reunião Trinacional de Fronteira, que teve início ontem no Parque de Exposições da Associação Rural de Uruguaiana e que reúne técnicos e veterinários dos três países. O encontro é promovido pelo Convênio da Bacia do Prata e tem a coordenação do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa).

De acordo com o coordenador adjunto do convênio, Pitta Pinheiro, um documento tratando das diretrizes de trabalho conjunto a ser desenvolvido está sendo elaborado sobre as bases de estratégias coordenadas e ações comuns dos segmentos envolvidos no processo como produtores, associações, entidades governamentais e a população. A medida servirá para estreitar as relações e trabalhos entre a região fronteiriça dos três países no combate à enfermidade.

No continente, garante Pitta, somente a Argentina registrou este ano um foco da doença. Foi em janeiro, na província de Córdoba, mas sem repercussão ou retrocesso no projeto em andamento. Os 45 técnicos discutiram também a estrutura e as estratégias de vacinação em cada país, bem como a situação sanitária e o sistema de vigilância continental do Panaftosa-Sivicon.
Amanhã e na sexta-feira será a vez do Grupo Técnico do Convênio da Bacia do Prata se reunir. Essa reunião contará com a participação de técnicos do Chile, Paraguai e Bolívia que vão discutir e avaliar a sanidade do gado dos seis países integrantes do grupo. O encontro contará com a participação do coordenador do projeto, veterinário Francisco Muzio, do Uruguai.

Fonte: A Tarde/ BA (por Ana Cristina Oliveira), Correio do Povo/ RS e Diário Popular/ RS, adaptado por Equipe BeefPoint

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