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Câmara aprova implementação de “mini CPI” para investigar alta dos fertilizantes

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou a implementação da Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) para investigar o aumento dos preços dos fertilizantes no Brasil. A “mini CPI” vai promover audiência pública com representantes de produtores, indústria de insumos e governo e realizar diligências para averiguar se há irregularidades na venda desses produtos aos agricultores.

“O que estamos assistindo em termos de aumento dos preços dos fertilizantes e insumos essenciais para a produção agrícola tem indícios graves de crime”, disse o autor do PFC, deputado Domingos Sávio (PL-MG). Segundo ele, apesar dos crises globais e da desvalorização do real, “nada justifica” os aumentos de preços dos adubos. “O potássio teve aumento de 400%”, disse.

O parlamentar disse que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) buscou ouvir representantes da indústria de fertilizantes, mas não obteve retorno.

A ex-ministra da Agricultura e deputada federal Tereza Cristina (PP-MS) disse que a iniciativa é “super necessária e urgente”, pois os fertilizantes são os vilões dos custos de produção atualmente. “Precisamos verificar os altos custos. No Canadá, os preços já caíram 30%, mas aqui no Brasil preço vai para cima e não volta”, disse durante a votação da proposta de implementação.

Tereza Cristina afirmou ainda que, mesmo com a guerra, alguns países começaram a negociar “quietamente” fertilizantes com a Rússia.

Industria reage

Procurada pelo Valor, a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) informou que, desde o início da crise no abastecimento mundial, tem mantido contato frequente com o governo para informá-lo sobre os impactos da guerra na Ucrânia na alta dos insumos.

“A Anda também vem se esforçando para manter todos os agentes (públicos e privados) bem informados sobre as dificuldades e desafios do setor. Ressalta, agora e sempre, que os preços de fertilizantes são ditados pelo mercado internacional, pela oferta e demanda mundial, uma vez que importamos mais de 85% do que consumimos e que o cenário foi altamente impactado pelo advento das chamadas sanções internacionais, bem como pelo aumento no preço dos grãos”, informou a entidade, em nota enviada ao Valor.

A entidade reiterou, ainda, que “segue empenhada” em garantir o abastecimento do mercado interno em tempos adversos marcados por “pandemia, incertezas geopolíticas, crise energética, alta da inflação e a desvalorização do real frente ao dólar”. E afirmou que “anseia e contribui” para a ampliação da produção nacional e que apoia o Plano Nacional de Fertilizantes lançado pelo governo, que tem objetivo reduzir a dependência do país de adubos importados.

Fonte: Valor Econômico.

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