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Carne Sustentável do Pantanal: conheça o lançamento da parceria entre ABPO e Korin

O BeefPoint conversou hoje (29/nov) com o Reginaldo Morikawa, Diretor Execuivo da Korin e com o Leonardo de Barros, presidente da ABPO (Associação Brasileira de Pecuária Orgânica) sobre o lançamento da Carne Sustentável do Pantanal no início de 2013. Leonardo divulgou a parceria nesta quarta-feira (28) em seu Facebook:

Em reunião, Morikawa ao fundo e Leonardo de Barros à sua direita

A conversa entre a ABPO e a Korin começou em 2011, quando a empresa visitou Campo Grande – MS e apresentou sua filosofia de produção à associação. Leonardo disse que houve bastante sinergia, pois também é orientado para a produção sustentável e culturas orgânicas. A partir daí, a Korin visitou as fazendas associadas no Pantanal assim como a ABPO foi até o centro de produção orgânica da Korin em Ipeúna-SP. “E foi criado o sonho de criarmos algo juntos”, disse Leonardo.

Para ele era uma boa oportunidade, pois a associação sempre busca criar e oferecer ao mercado um novo produto, e a Korin possui pontos de venda em todo o país, potencializando o projeto.  Atualmente a ABPO é fornecedora de carne bovina orgânica para o JBS, a Swift Orgânico. Para Morikawa, como a ABPO já é fornecedora da carne orgânica, a experiência e o processo produtivo poderiam ser adaptados e aproveitados conforme as diretrizes da Korin, com posicionamento de produtos saudáveis e orgânicos desde 1995.

A Korin comercializa mais de 60 variedades de frutas, verduras e legumes, além de café, mel e frango orgânicos. Abate atualmente quatro milhões de frangos/ano e possui 40 mil galinhas poedeiras para produção e venda de ovos livres de antibióticos. Diante da demanda por este nicho de mercado, a Carne Sustentável do Pantanal será seu primeiro produto de carne bovina.

A parceria envolveu a formulação de um protocolo para o processo produtivo e industrial, garantindo  a segurança alimentar e a padronização do produto final. O apelo da marca será de uma carne bovina com uso mínimo de produtos químicos, com maciez, sabor, e preservação do Pantanal. Leonardo citou alguns exemplos de aplicação do protocolo, como a ausência de ureia no sistema produtivo, uso de qualquer vermífugo sistêmico limitado para somente uma vez na vida do animal, e até os 12 meses. A rastreabilidade também faz parte do processo produtivo, com todos os passos documentados visando garantir a originação geográfica.

O tipo de animal protocolado são novilhas Braford jovens, com até quatro dentes, com 3mm de cobertura de gordura, nascidas no Pantanal e criadas por produtores associados à ABPO. O objetivo é entregar maciez, suculência e sabor. A carne não será maturada e só haverá um descanso, chegando às gôndolas após 12 dias do abate. A comercialização será em embalagem a vácuo com a carne resfriada e os cortes utilizados incialmente serão os cortes do traseiro. Todo o dianteiro será fornecido á Livenn Kosher, especialista em abate judaico, e já parceira da Korin com vendas de cortes de frango Kosher.

O abate será em Campo Grande e o frigorífico ainda não está escolhido. Leonardo explicou que como a Carne Sustentável não é orgânica, o abate pode ser efetuado em qualquer planta frigorífica. Porém, todo o processo pós abate também está considerado no protocolo, “para garantir a qualidade do produto. Queremos oferecer a maior segurança alimentar possível”.

O projeto utilizará a experiência das duas organizações envolvidas com construção de marca e padronização de produtos, e a auditoria terceirizada ainda está em estudo. O lançamento será com degustação em São Paulo e no Rio de Janeiro com o apoio da WWF, ONG parceira da ABPO.

Perguntamos ao Leonardo como será a agregação de valor ao animal entregue pelo produtor. Ele explicou que haverá o prêmio sobre o peso do animal, porém ainda não têm o seu valor estipulado. Para Leonardo, não é possível ganhar sobre um novo produto que “ainda não existe. Quem  determinará o valor do produto será o próprio mercado, e assim poderemos calcular qual será o prêmio”. Leonardo comentou também que o próximo passo após o início das vendas será a construção de uma sala de desossa própria da ABPO, aumentando assim ainda mais a garantia de fornecer o produto proposto.

Fonte: ABPO, Korin, entrevista por telefone com Leonardo de Barros e Reginaldo Morikawa feita por Marcelo Whately, analista da Equipe BeefPoint.

7 Comments

  1. Humberto F Tavares disse:

    Forma inteligente de vender um dianteiro de alta qualidade. Parabéns aos envolvidos.

  2. Saul Bueno Menezes disse:

    Já tem alguma fazenda criando este tipo de animal. Braford, como sabemos é exigente e para o acabamento deve requerer algum suplemento. A ideia é boa, mas a saber como tirar do papel.

  3. Silvio Henrique Ribeiro Balduino disse:

    Já existem oito fazendas criando este tipo de animal a mais de 10 anos. Os animais recebem suplementação para o acabamento, conforme descrição do Protocolo de Produção Sustentável e Natural.
    O Negócio já foi uma idéia, depois passou a ser um projeto e hoje é uma realidade.
    Silvio
    Consultor ABPO

  4. marcelo da costa louzada disse:

    Na verdade a raça Braford não demanda nenhuma dieta especial para o acabamento. A alimentação deve ser definida de acordo com o mercado em que a carne vai ser comercializada com mais ou menos gordura de cobertura e marmoreio. Vale ressaltar que o Braford possui ótima eficiência alimentar , principalmente a pasto, aliando a rusticidade e o potencial para adaptação do Zebu com as características de carcaça de qualidade do Hereford, se diferencia das demais pois consegue com animais novos um exelente peso de carcaça com um bom acabamento (equilibrio ) . Hoje o Braford brasileiro me parece ser a única raça de corte além do Nelore que exporta genética.Já exportamos para o Paraguai , Uruguai , Colômbia , Bolivia , Angola , Argentina . Nestes paises já encontramos animais Braford produzindo a pasto. Neste ano de 2012 recebemos também a visita de outros países interessados na raça. No meu sistema de terminação aqui no RS , estamos abatendo os novilhos Braford aos 16 meses com no mínimo de 440 Kg de peso , somente a pasto , com exelente terminação . Esta carne , é comercializada dentro de um programa de carne de qualidade , com remuneração para o produtor de até 10% superior ao preço normal praticado no mercado.

  5. Carlos Magno disse:

    Ótima Parceria…essa é uma tendência global!!
    Sucessos!!

  6. Marcelo Shimbo disse:

    Parabens aos amigos pela iniciativa.
    No entanto, gostaria de deixar 2 comentarios:

    – a conta para produzir Kosher nao eh tao simples e lucrativa: ha um descarte de aproximadamente 20% das carcacas por motivos religiosos; ha reducao da linha de abate, que dependendo da estrutura chega a cair pela metade, via de regra a carne eh salgada na propria unidade, o que demanda estrutura de salga adequada; o dianteiro de novilhas produzira menos kg de carne por animal abatido do que com bois.

    – Pensando na cadeia da carne como um todo, tenho receio da utilizacao do termo SUSTENTAVEL numa marca de carne, pois automaticamente o consumidor entende que todas as outras carnes da gondola NAO SAO SUSTENTÁVEIS.
    O apelo de carne do PANTANAL eh otimo, mas SUSTENTAVEL me parece ser depreciativo para a categoria carne bovina, ou no minimo para toda a outra carne que eh produzida no Pantanal.

  7. Clarissa Lopes Peixoto disse:

    Criamos a mais de vinte anos Braford no Pantanal, somos 10 anos consecutivos campeões brasileiros no ranking da raça Braford, produzimos touros e embriões de Braford no Sul e no MT. E, podemos afirmar que a raça Braford se adaptou muito bem as condições do pantanal e a carne e de excelente qualidade, sabor e maciez. Temos certeza que o mercado consumidor esta ávido por esta carne de qualidade, e que este programa será um sucesso.
    Clarissa Lopes Peixoto – Pitangueira

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