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Burger King espera retomada no ano e aposta em loja com ‘drive-thru’

Embora mantenha uma visão mais conservadora, a administração do BK Brasil, grupo de fast-food dono das redes Burger King e Popeyes, projeta que ao fim deste ano pode voltar ao patamar de vendas de 2019, anterior à pandemia da covid-19. Segundo Iuri Miranda, presidente da companhia, o nível de recuperação do segmento em mercados como o norteamericano dão certo grau de otimismo com as vendas em ritmo já acelerado, mas a empresa prefere trabalhar com prazos um pouco mais amplos de retomada. 

No segundo trimestre, diz Miranda, ainda há impactos nas vendas na comparação com o fim de 2020 e os primeiros meses deste ano, mas a comparação será mais favorável ante o mesmo período de 2020, já que a maioria das cidades flexibilizou as restrições de operação por causa da covid-19. A empresa estima que a recuperação deve vir no segundo semestre.

“Estamos confiantes de que seja questão de tempo, com avanço da vacina e retomada do on-premise [consumo dentro dos restaurantes]”, disse Miranda, acrescentando, ainda, que o os canais off-premise (delivery e retirada) não têm recuado com as reaberturas. 

Miranda explica que as vendas em janeiro e fevereiro foram atingidas em menor escala, ficando próximas dos patamares do fim de 2020. “Mas em março tivemos impacto maior, com quase 40% de nossas lojas fechadas. As vendas de abril já foram melhor que março, e maio começou melhor que abril”. 

O desempenho resiliente mostrado pelas lojas “free standing” (que têm operação de drive-thru) nos últimos trimestres está motivando o grupo a destinar parte dos investimentos para abertura de unidades nesse formato. 

As vendas nesse tipo de lojas cresceram 5,3% no primeiro trimestre deste ano ante mesmo período de 2020, enquanto a receita total do grupo recuou 13%, para R$ 563 milhões. Já as vendas só dos drive-thrus cresceram 83%, para R$ 124 milhões. 

Outras frentes de bom desempenho foram os canais digitais. O delivery saltou 142%, para R$ 118 milhões, as vendas por totem cresceram 72%, para R$ 40 milhões, e as por app, 159%, para R$ 4 milhões. 

Esse resultado também tem motivado a companhia a ficar cada vez mais tecnológica, ou “food tech”, como prefere chamar Miranda. Hoje a empresa já tem mais de 100 lojas com delivery próprio, além de operar em São Paulo uma ‘ghost kitchen’, uma cozinha dedicada a atender apenas os pedidos de entrega feitos pela estrutura própria ou nos aplicativos agregadores, como iFood, Uber Eats e Rappi. Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, Miranda adiantou que a companhia pretende abrir um novo ponto nesse modelo neste ano. 

Nas apostas de aberturas também está a expansão d e lojas da rede Popeyes no Rio de Janeiro. Hoje são 866 restaurantes da marca Burger King e 45 restaurantes Popeyes.

Na frente digital, a empresa pretende seguir ampliando suas apostas em CRM [customer relationship management, sistema de informações que permitem automatizar e personalizar o contato com os clientes], que já conta com mais de 9,5 milhões de clientes cadastrados, com o Clube BK, um programa de fidelidade. “Até ontem já tínhamos mais de meio milhão de usuários. Estamos animados com o programa de ‘loyalty, em mercados mais maduros programas como esse cresceram duplo dígito em vendas em mesmas lojas”, disse Miranda. 

Margem 

O grupo de fast-food acredita que sua margem bruta voltará a um patamar “mais normalizado” a partir do segundo semestre, disse o diretor financeiro, Gabriel Guimarães, que assumiu o cargo interinamente após o anúncio de saída de Clayton Malheiros. 

“O desafiador cenário de commodities segue pressionando custos. A margem bruta refletiu a pressão importante dos últimos meses das proteínas, mas conseguimos passar uma boa parte para o preço. Olhando para frente acreditamos que isso tende a se estabilizar. Pode ter uma oscilação no curto prazo com milho ou carne, mas vai voltar para um patamar mais normalizado do nosso negócio no segundo semestre”, disse Guimarães. 

A aposta da companhia é também de que essa melhora de margem seja suportada pela volta do fluxo nos pedidos feitos no balcão. 

O custo de mercadoria vendido cresceu de 40,9% da receita líquida no primeiro trimestre de 2020 para 41,5% no início de 2021. As despesas com vendas e as despesas gerais e administrativas, porém, recuaram 2,3% e 1%, respectivamente. 

O presidente da companhia também destacou a posição de caixa da empresa, ajudada pela oferta subsequente de ações feita no fim de 2020. “Temos solidez de balanço para atravessarmos segunda onda [da covid-19] e buscarmos oportunidades de consolidação após a pandemia.”

Fonte: Valor Econômico.

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