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BRF vende em bloco ações da Minerva e fatia na empresa cai a 6,8%

Importante acionista da Minerva Foods desde outubro de 2014, a BRF diminuiu drasticamente sua participação na empresa na última sexta-feira. Em dificuldades financeiras e com uma operação de capitalização cada vez mais aventada pelo mercado, a BRF vendeu, em bloco, cerca de 8 milhões de ações da Minerva, obtendo pouco mais de R$ 55 milhões. A intenção da BRF de realizar uma venda em bloco (‘block trade’) foi antecipada pelo Valor.

Com operação da sexta-feira, a BRF completou um movimento que teve início na primeira semana de junho – a empresa já vinha se desfazendo de papéis da Minerva, mas de forma mais discreta.

No entanto, a venda em bloco fez a fatia da BRF na Minerva cair a menos de 10% do capital da empresa de carne bovina, o que disparou a obrigação de divulgar a informação à Minerva. No fim da noite de sexta-feira, a Minerva informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter recebido uma carta da BRF comunicando a redução do capital acionário.

A BRF, que tinha 11,6% (26 milhões de ações) do capital da Minerva no fim do primeiro trimestre, informou que sua participação na companhia alcançou 6,8% (15,2 milhões de ações) em 22 de junho.

Na prática, a BRF vendeu 10,8 milhões de ações ao longo de junho. A urgência da empresa de obter os recursos a fez amargar um expressivo prejuízo contábil. Em 2014, quando recebeu 29 milhões de ações da Minerva em pagamento pela venda de dois frigoríficos de bovinos em Mato Grosso, as ações estavam cotadas a R$ 12,17. Na sexta, os papéis da Minerva fecharam a R$ 6,87.

Na venda em bloco de sexta-feira, por exemplo, a BRF vendeu as ações da Minerva por R$ 7,02, de acordo com duas fontes consultadas pela Valor. Trata-se de um prejuízo contábil de 42,3%. Considerando as cerca de 8 milhões de ações vendidas no leilão de sexta-feira, a perda é de R$ 41,2 milhões.

No mercado, a avaliação é que os ativos que a BRF tem à venda – como as ações da Minerva – são insuficientes para dar conta dos problemas enfrentados pela empresa, que tem elevado índice de endividamento. Segundo fontes do setor, a BRF precisará de alguns bilhões para vencer a crise.

Ontem, o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, informou que o CEO e presidente do conselho da BRF, Pedro Parente, terá como uma de suas primeiras missões decidir se a empresa fará um aumento de capital de R$ 4 bilhões.

Fonte: Valor Econômico.

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