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BRF vende ativos na Europa e na Tailândia à americana Tyson Foods

A BRF fechou na madrugada desta quinta-feira a venda de suas operações na Tailândia e na Europa para a americana Tyson Foods, por US$ 340 milhões (R$ 1,3 bilhão). A transação foi anunciada às 5 horas pela Tyson.

Parte de um plano de venda de ativos que buscava arrecadar R$ 3 bilhões, o negócio – que envolveu quatro fábricas no país asiático, uma na Holanda e uma no Reino Unido -, na prática representou um revés, já que a companhia não conseguiu atingir sua meta. No total, o plano de monetização da BRF, incluindo também medidas de capital de giro, buscava obter R$ 5 bilhões.

Antes dos ativos vendidos à Tyson, a empresa já havia obtido pouco mais de R$ 500 milhões com a venda das operações na Argentina e de uma fábrica de hambúrguer no Brasil.

Conforme o Valor apurou, um dos pontos que tornaram as negociações entre Tyson e BRF mais difíceis foi o impasse em torno da saída do Reino Unido da União Europeia (UE). A Tyson barganhou preço devido ao Brexit. Analistas consideram que as empresas de carne de frango do Reino Unido podem ser seriamente afetadas.

No caso dos ativos da BRF, o Reino Unido tinha relevância. Além de uma fábrica na região, a operação tailandesa é intrínsicamente vinculada ao Reino Unido. O volume de frango cozido produzido pela tailandesa Golden Foods Siam, controlada pela BRF, é quase que totalmente exportado para o território britânico por meio da distribuidora Universal Meats, também controlada pela BRF.

A BRF comprou a Golden Foods e a Universal Meats no início de 2016, pagando US$ 410 milhões — sendo US$ 360 milhoes pela tailandesa. Ao vender os ativos à Tyson por US$ 360 milhões, a BRF amargará uma perda contábil (não caixa) de ao menos US$ 70 milhões (cerca de R$ 260 milhões).

Ao receber menos o que esperava na venda das operações na Europa e Tailândia, a BRF terá de estender o prazo para atingir a meta de redução do índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado nos últimos doze meses) em seis meses.

Em meados do ano passado, quando anunciou o plano de R$ 5 bilhões, a companhia anunciou a meta de atingir um índice de alavancagem pro forma de 3,35 vezes no balanço de 2018, que será divulgado em 28 de fevereiro.

No entanto, a empresa conseguiu R$ 4,1 bilhões, sendo pouco menos de R$ 2 bilhões com a venda de ativos. Em fato relevante, a BRF informou que o índice de alavancagem pro forma agora ficará em 5 vezes – em setembro, esse índice estava em 6,7 vezes.

Para o fim de 2019, a meta da empresa também foi alterada. Se antes do resultado final do programa de venda de ativos a empresa projetava atingir uma alavancagem de 3 vezes em 31 de dezembro deste ano, agora a meta é de 3,65 vezes.

No fato relevante, a BRF reiterou “o compromisso com a desalavancagem declinante e com o alongamento do seu endividamento”. Segundo a empresa, o caixa permanece robusto. No fim do ano, estava perto de R$ 7 bilhões, o que dá conforto para a BRF seguir em sua reestruturação.

Fonte: Valor Econômico.

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