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BRF: Abílio Diniz compra papéis da empresa e pode fazer parte do Conselho

Até o fim do ano passado, Abilio não apostou muito suas fichas nessa ideia. Mas passou a avaliar mais de perto essa alternativa após perceber que as chances de negociar uma saída definitiva com o Casino da companhia de varejo estavam esgotadas.

Em abril termina o mandato atual de Nildemar, figura que há anos personifica a identidade da BRF. O executivo já havia decidido encerrar esse ciclo em sua carreira. Ele está na companhia desde 1994, quando o negócio era apenas Perdigão. Foi o homem escolhido pelos fundos de pensão para promover a recuperação da empresa.

Nildemar esteve à frente da presidência da Perdigão até outubro de 2008, quando passou o cargo a José Antônio do Prado Fay. Logo em seguida, dedicou-se integralmente à condução das negociações para absorção da Sadia, que havia quebrado com a crise financeira internacional por conta da elevada exposição a derivativos de risco.

Apesar de já ter decidido que era hora de deixar a BRF, Nildemar não estava sabendo das intenções do empresário Abilio Diniz, sócio-fundador e hoje minoritário no Grupo Pão de Açúcar, de possivelmente se candidatar a uma vaga no conselho da empresa – depois ser convidado para esse projeto e a investir na empresa pela gestora de recursos Tarpon, maior acionista da BRF depois dos fundos de pensão do Banco do Brasil e da Petrobras, Previ e Petros, respectivamente.

A Tarpon possui 8% da BRF, equivalente a pouco menos de R$ 3,2 bilhões. Dado que administra um total de R$ 8 bilhões, é possível afirmar que concentração de recursos na empresa é entre 35% e 40%. No passado, quando era substancialmente menor, a Tarpon chegou a ter concentração semelhante na Sadia.

A expectativa é que não haja nenhuma mudança imediata na administração, especialmente porque Fay deve completar em breve 60 anos, data limite determinada pela empresa para um executivo manter-se em suas funções.

Em junho do ano passado, enquanto a BRF fechava a permuta de ativos com a Marfrig, passo essencial ao cumprimento do Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) com o xerife da concorrência, Abilio era convidado pela Tarpon a pensar na possibilidade de investir na BRF e, inclusive, tornar-se conselheiro na empresa.

Naquele momento, o grupo francês Casino assumiu o controle isolado do Pão de Açúcar e Abilio se tornaria minoritário na empresa. Diante disso, novas perspectivas poderiam se abrir ao empresário e a Tarpon quis ser um dos primeiros a apresentar alternativas.

Até o fim do ano passado, Abilio não apostou muito suas fichas nessa ideia. Mas passou a avaliar mais de perto essa alternativa após perceber que as chances de negociar uma saída definitiva com o Casino da companhia de varejo estavam esgotadas.

Entretanto, vem comprando ações da BRF. O empresário não revelou quanto pretende adquirir. Na sexta-feira (18), houve um leilão de R$ 355 milhões de ações da empresa de alimentos e Abílio foi um dos compradores. O total vendido equivale a pouco menos de 1% do capital da empresa, mas é quase três vezes mais do que a media do giro diário do papel, em torno de R$ 120 milhões.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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