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Brasil perde US$ 183 bi por não beneficiar o couro

O Brasil está perdendo de movimentar cerca de US$ 183 bilhões por ano e gerar 200 mil novos empregos simplesmente porque não transforma as 21 milhões de unidades de couro wet blue, por exemplo, em calçados. Só Mato Grosso, que no ano passado exportou 1,7 milhão de peças, poderia abrir 16 mil novas vagas de trabalho e movimentar quase US$ 15 bilhões a mais.

O Brasil está perdendo de movimentar cerca de US$ 183 bilhões por ano e gerar 200 mil novos empregos simplesmente porque não transforma as 21 milhões de unidades de couro wet blue, por exemplo, em calçados. Só Mato Grosso, que no ano passado exportou 1,7 milhão de peças, poderia abrir 16 mil novas vagas de trabalho e movimentar quase US$ 15 bilhões a mais.

Segundo a consultora do Instituto Latino, de Uberlândia, Neide Garcia, como os italianos detêm tecnologia de ponta para o processamento do produto, compram o wet blue brasileiro por US$ 30 a peça e o transformam em 25 pares de sapato, cujo preço final de cada par é de US$ 350.

“Com sua tecnologia avançada, os italianos fazem milagres com o couro, consertando as peças defeituosas por meio de estampas e imitando outros tipos de couros como o de jacaré, por exemplo”, explicou Neide, que palestrou no Seminário Regional do Couro – Tendências, Design, Mercado e Negócios, que foi realizado no Centro de Convenções do Pantanal, em Cuiabá, até o sábado (8).

Entretanto, segundo ela, houve avanços no beneficiamento do couro no Brasil. Antes os couros wet blue e o salgado eram os mais exportados, enquanto o acabado e o semi-acabado ficavam em segundo lugar. Atualmente, o faturamento nas exportações do couro acabado é mais de 40% superior ao do wet blue. “Acredito que além da melhoria da qualidade do couro – já que o Programa de Melhoria da Qualidade do Couro começou em 2002, houve investimento em maquinário”, disse.

Mas hoje, apenas dois frigoríficos nacionais, por possuírem curtumes, pagam bonificação por couros de melhor qualidade. Segundo Neide, como não existe nenhuma legislação regulamentando a classificação do couro, a maioria dos frigoríficos paga apenas pelo peso do couro. As informações são de Jairo Pitolé Sant’Ana, da Agência Sebrae de Notícias.

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