Mapa disponibiliza curso sobre febre aftosa para profissionais que trabalham com defesa sanitária animal
21 de maio de 2021
‘Greve da carne’ na Argentina poderá ser estendida aos grãos
21 de maio de 2021

Brasil e China têm que combater protecionismo, diz ministro chinês

O ministro da Agricultura chinês, Tang Renjian, afirmou nesta quinta-feira que Brasil e China precisam combater o protecionismo em sua busca por desenvolvimento sustentável. O Brasil é o principal fornecedor de alimentos aos chineses, que são, por sua vez, o maior parceiro comercial brasileiro.

Em mensagem transmitida no evento Diálogo Brasil-China sobre Agricultura Sustentável, organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China e o centro de estudos chinês Institute of Finance and Sustainability (IFS), Renjian fez quatro propostas para “injetar novo ímpeto” à agenda conjunta de sustentabilidade. Ele sugere que os países melhorem sua comunicação e troca mútua de experiências, priorizem a inovação tecnológica para agricultura, como novas cultivares e respostas às mudanças climáticas, reforcem o comércio bilateral “sadio e estável” e ampliem a cooperação multilateral, com alinhamento de posições nos órgãos internacionais.

“Crescimento sustentável é uma missão longa, exige esforço e cooperação”, disse Tang Renjian. Segundo ele, o aumento do protecionismo é um desafio para o desenvolvimento sustentável mundial agravado pelo cenário da pandemia. No papel de “potências e mercados emergentes”, é mais do que “oportuno”, segundo ele, que Brasil e China promovam um diálogo sobre agricultura sustentável.

O ministro disse que o governo chinês dá grande atenção à sustentabilidade na agricultura e que já começa a colher frutos de um Plano Nacional para Agricultura Sustentável, mas que a implantação de um novo conceito e a promoção do desenvolvimento verde depende de cooperação. Segundo ele, o Brasil é um parceiro estratégico nesse tema, já que os dois países têm grandes complementaridades. “Há enorme potencial a ser explorado. A parte chinesa está disposta a trabalhar, unir forças, para injetar novo ímpeto para alcançar os objetivos da agenda 2030”, afirmou.

“Relação de confiança”

Durante o evento, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o Brasil tem condições de ampliar e diversificar a oferta de produtos agropecuários e atender às preocupações crescentes dos consumidores da China com sustentabilidade. Ela destacou a “relação de confiança” entre os dois países e apontou oportunidades de investimentos chineses em financiamentos verdes para apoiar o aumento da produção brasileira.

“O Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) tem como premissa o incremento da renda do produtor. As práticas são adotadas quando se percebe a rentabilidade e isso abre oportunidades a investidores estrangeiros”, afirmou. “Contem com o Brasil como parceiro de confiança da China. Juntos, levaremos prosperidade e sustentabilidade aos nossos povos”.

A ministra ressaltou os números da relação comercial entre Brasil e China e disse que existe uma “relação de confiança na entrega perene” de alimentos, que contribuir para a segurança alimentar chinesa.

Segundo Tereza Cristina, a agricultura brasileira ajudará o país a alcançar a neutralidade de carbono até 2050 e reiterou ser preciso adotar medidas no setor energético, principal emissor de poluentes.

“A mudança do clima afeta diretamente o agricultor, com impactos nocivos à segurança alimentar e à preservação da biodiversidade. Devemos priorizar a redução global de emissões de efeito estufa, mas a agricultura sozinha não resolverá os problemas , apesar de sofrer seus efeitos”, disse.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress