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Brasil cumpre apenas 25% da cota Hilton

O Brasil, que tem um volume de 5 mil toneladas do cota Hilton, só cumpriu 25,32% (1,266 mil toneladas), no ano 2008-2009.

O Brasil, que tem um volume de 5 mil toneladas do cota Hilton, só cumpriu 25,32% (1,266 mil toneladas). Os números do volume de cortes nobres destinado ao mercado europeu se referem ao ano-cota 2008/2009, que começou em 1 de julho do ano passado e terminou no último dia 30 de junho.

Novamente, as restrições impostas pela União Europeia à carne brasileira a partir do início de 2008, alegando problemas na rastreabilidade do gado bovino no país, foram a principal razão para o desempenho pífio do Brasil. No ano-cota anterior, o país também não conseguiu cumprir o volume de 5 mil toneladas – exportou 49,62% da cota ou 2.481 toneladas. Mesmo assim o desempenho foi melhor que no último ano, quando além da menor oferta de animais para abate, frigoríficos em dificuldades financeiras deixaram de exportar as suas fatias na cota Hilton, caso do Independência.

A pergunta agora é como o Brasil conseguirá cumprir a cota adicional de 5 mil toneladas de Hilton, que acaba de obter como compensação pelas perdas que registrou depois da entrada de Bulgária e Romênia na UE em 2007, se não foi capaz de exportar nem as 5 mil toneladas que já tinha?

“Tudo depende da flexibilização [das regras] da UE para que haja mais fazendas para exportar”, afirma Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec). Hoje 1.329 fazendas do país estão habilitadas para esse fim. E o número cresce lentamente, já que o sistema de certificação é trabalhoso, rigoroso e burocrático.

Segundo o presidente do Fórum de Secretários Estaduais, Gilman Viana, a adesão ao processo de rastreabilidade “perdeu velocidade, o prêmio para animais rastreados caiu de R$ 12 para R$ 8 por arroba”. Mas o secretário de Minas diz que há “sinais claros” de retomada. “Os frigoríficos demonstram interesse, a UE já começa a pagar melhor e o sinal de retomada é claro, ainda que sem impactos bruscos”.

Outro fator que influenciou as exportações à UE foi a suspensão as compras de carne bovina congelada dentro da cota, restringindo as importações aos cortes frescos e refrigerados. “Com pouco animal para abate, ficou difícil formar os lotes de carne resfriada”, diz Cançado. Segundo ele, o acordo sobre a compensação pela entrada da Bulgária e Romênia na UE deve revisar a decisão sobre a carne congelada, que voltaria a poder ser exportada dentro da cota.

Apesar de chamar a atenção, os quase 100% obtidos pela Argentina no cumprimento da cota Hilton precisam ser relativizados. Conforme um executivo da indústria brasileira, os argentinos fizeram “um grande esforço” para manter a imagem de quão estratégica as exportações de cortes da Hilton são para o país. Assim, quando perceberam que teriam dificuldade de cumpri-la com cortes nobres, incluíram na cota cortes que normalmente não são contemplados, como coxão mole e coxão duro, de animais que atendem as especificações definidas pela Hilton.

Exportar menos na cota Hilton significa perda de receita. Os cortes vendidos dentro da cota pagam tarifa de 20%, enquanto no extracota há imposto de 12, 8 %, mais € 3.041 por tonelada. Com tarifa menor, é possível obter prêmio de cerca de US$ 3 mil por tonelada sobre o extracota.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, Janes Rocha e Mauro Zanatta, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Roberto Nunes Filho disse:

    Péssima notícia para agropecuárias brasileira.

  2. Celso Crespim Bevilaqua disse:

    Como sempre o Brasil perde receitas devido o nao compremetimento do nosso governo em ajudar a desfazee os nos da burrocraci e ai nos temos o ja famoso no mundo todo CUSTO BRASIL seja por falta de envolvimento do govrrno em fazer a sua parte com melhoria de estradas , portos ferrovias hidrovias e apoi ao produtor que e um heroi pois produzir nos sabemos fazer e muito bem para competir com as pecuarias e agriculturas altamente subsidiadas dos paises do primeiro mundo. Como agora rtemos super produçao de milho e nao temos garantia de um preço minimo que a base pra ele nao quebrar e continuar produzindo para alimentar o Brasil e o mundo parabens ao produtor brasileiro que apesar de tudo e mais as ong nos estamos produzindo com qualidade e com responsabilidade social e ambiental.

  3. Jorge Humberto Toldo disse:

    Vejo isso como a fatal consequência da richa frigoríficos x produtores. O governo entre sim de coadjuvante no processo, no sentido de que “quem não ajuda não trapalha”, pois o governo não ajuda e atrapalha com suas burocracias, a exemplo da rastreabilidade.

    Mas o fato principal é ainda a richa dos frigoríficos com os produtores. Quando deveriam se unir e trabalhar juntos pelos interesses comuns, os frigoríficos nunca pagaram um centavo a mais pelo gado rastreado, os produtores por sua vez nunca fizeram sua parte com as normas do SIBOV.

    O mais engraçado disso tudo é que, sem carne para enviar à UE e faturar alto com a cota Hilton, os frigorificos chegaram a pagar 12,00 ou 14,00 reais a mais por @ de boi para o gatos pingados organizados que conseguiram habilitar suas fazendas no SISBOV. Como os gatos começaram a escorrer, já não eram pingados, os preços já estão por volta dos 8,00 reias por @. Já já vai zerar e o processo se renova.

    Espero que não seja tarde demais para se evitar o pior, o mundo em recessão, consumindo menos carne, a concorrência aumenta e o Brasil disperdiçando a chance de cumprir com a cota Hilton. Quem garante que essa cota será mantida? Em breve os produtores, correndo atrás do prejuízo, habilitam suas fazendas, os frigoríficos não pagam a mais por isso e a cota é reduzida…

    Já pensaram no tamanho do estrago?

  4. Marcelo Nobre da Silva disse:

    Goatei muito do seu comentario Sr Celso,tenho certeza que o governo nao da a atençao necessaria ao pecuarista e ao agricultor estamos vivendo um momento muito dificil na nossa agricultura, o governo tem que se dar conta que toda a materia prima que vai para as fabricas de alimentos saem das maos dos pecuaristas e agricultores precissamos de preços melhores e mais responsabilidade por parte do governo.

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