Bons homens não podem simplesmente não fazer nada

Por volta de 1998, Miep Gies forneceu uma pequena nota a ser anexada ao final de uma futura biografia de Anne Frank. Era completamente apropriado que Gies tivesse a última palavra sobre Anne Frank, considerando tudo o que ela tinha arriscado e sacrificado entre 1942 e 1944 para sustentar e abastecer a família de Frank enquanto eles se escondiam dos nazistas em um sótão na Holanda.

Em sua nota, Gies faz um ponto essencial – uma das mais essenciais e inegáveis lições duramente conquistadas do Holocausto – de que pessoas boas não devem ficar paradas enquanto pessoas más fazem coisas ruins. Gies escreve que, embora tenha sido sua “grande e permanente tristeza” que ela não foi capaz de salvar a vida de Anne Frank, ela se consola em saber que foi capaz de prolongar a vida de Anne por dois anos e, no processo, levar a salvar o diário, que alcançaria e ajudaria tantos milhões de pessoas. “Isso confirma minha convicção”, ela escreveu, “de que qualquer tentativa de ação é melhor que inação. Uma tentativa pode dar errado, mas a inação inevitavelmente resulta em fracasso ”.

Ler o estoicismo como filosofia da resignação é um erro profundo. Porque não é isso. Miep Gies pode nunca ter lido uma página de Marco Aurélio, mas ela entendeu sua filosofia em um nível que os estudiosos que dedicaram sua vida aos clássicos parecem não ter entendido: que a tentativa é o que conta. Que fazer a coisa certa é tudo o que importa, seja qual for a condição, seja qual for o risco, por mais improvável que seja o resultado desejado. Que falar sobre o quanto uma pessoa é boa ou deveria ser é inútil, o que importa é se você é bom quando precisa.

O estoico não fica parado e não faz nada. Nem hoje. Nem nunca

Fonte: Daily Stoic, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.