A possibilidade de a Argentina colher uma super safra de soja ficou para trás. Sem chuvas há 23 dias nas principais áreas produtoras do país, a Bolsa de Rosário cortou sua estimativa de colheita para 2019/20 em 3,5 milhões de toneladas. A projeção atual é de 51,5 milhões, ante 55 milhões de toneladas em fevereiro, quando foi divulgado o primeiro relatório sobre a safra.
Segundo documento divulgado pela bolsa, as regiões de Entre Rios e La Pampa são as mais afetadas, onde o plantio é feito após a colheita de trigo e onde o solo não tinha qualquer reserva hídrica. Nessas áreas, a bolsa estima que tenham sido semeados 5,6 milhões de hectares ou 32% do total do país.
A produtividade média esperada para as lavouras agora é de 30,7 quilos por hectare, 1,7 quilo em média menos que a projeção de fevereiro.
A situação é completamente diferente no caso do milho. Semeado antes na Argentina e já com 7% da área colhida, os rendimentos são bons, segundo o relatório da bolsa. A expectativa é de um rendimento médio de 82 quilos por hectare, com áreas com até 120 quilos por hectare, o que faz a bolsa manter a projeção de colheita em 50 milhões de hectares. Se confirmada, será a segunda maior colheita do grão do país na história.
“O milho plantado em época tradicional já estava em estágio final de maturação em janeiro. E as boas condições climáticas permaneceram na maior parte das lavouras da cultura”, diz a bolsa. A área semeada é estimada em 7,11 milhões de hectares.
Para base de comparação, o último relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em 28 de fevereiro, ainda estimava 54,5 milhões de toneladas de soja e 50 milhões de toneladas para o milho.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires seguiu a Bolsa de Rosário e também reduziu sua estimativa para colheita de soja na Argentina em 2019/20. A projeção agora é de 52 milhões de toneladas, 2,5 milhões a menos que o calculado no mês passado.
“As chuvas registradas nos últimos dias proporcionaram algum alívio para as regiões de La Pama, Oeste, Norte e Centro de Buenos Aires. Mas falharam na reposição hídrica para Córdoba e Santa Fé”, diz relatório divulgado pela Bolsa de Buenos Aires agora.
No caso do milho, a projeção de colheita foi mantida em 50 milhões de toneladas, 1,6% menos que em 2018/19 (50,6 milhões de t). “Os últimos dias aliviaram as lavouras de cereais que tinham reservas de água apertadas”, afirma o texto.
Segundo esse relatório, a colheita de milho chegou a 6,7% dos 6,3 milhões de hectares semeados.
Fonte: Valor Econômico.