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Boi inteiro x castrado – o que podemos aprender e refletir com o Uruguai

Roberto Barcellos, da Beef&Veal, está participando do evento no Uruguai chamado 16ª Jornada Anual sobre produção intensiva de carne, organizado pelo Alvaro Simeone que nos recebeu ano passado na viagem técnica do BeefPoint ao Uruguai. O ponto mais interessante das reflexões e anotações do Roberto é a questão da produção de boi  inteiro x boi castrado.

No Uruguai, a produção é predominantemente de bois castrados e não abrem mão disso pela qualidade de carcaça, em especial pH.

Nas fotos abaixo, você pode ver resultados de experimentos conduzidos no Uruguai.

Os resultados são interessantes, apesar de não serem uma surpresa para os entendidos, servem como uma ótima forma de ilustrar as diferenças dos dois sistemas.

Boi inteiro cresce e ganha mais peso em todas as etapas, do pré-desmama ao confinamento. A performance é praticamente 10% melhor ao se medir peso vivo. Mas em 95% dos casos há problema de pH.

O boi castrado ganha menos peso, mas tem uma cobertura de carcaça superior e medida de pH muito melhor.

Apesar da melhor performance, o Uruguai escolheu o caminho do boi castrado e vem colhendo os frutos de maior aceitação do seu produto. Segundo Roberto Barcellos, no Uruguai a indústria da carne é muito importante para o país e também se dá muito valor para a produção de carne de qualidade.

Qual é o caminho para a pecuária brasileira? O que podemos aprender com esses dados e com a decisão do Uruguai?

Deixe sua opinião sobre esse tema, nos comentários abaixo.

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Fonte: Página no Facebook da Beef&Veal, empresa de Roberto Barcellos.

66 Comments

  1. Helsio Rosolen Junior disse:

    Enquanto o pecuarista estiver recebendo somente pelo peso na balança, pra que castrar seus animais? É preciso toda uma mudança na forma do pagamento por parte dos frigoríficos para que a castração seja rentável…caso contrário, o boi vai continuar “inteiro”.

  2. José Diogo Lacerda Partata disse:

    É só pagar 15% à mais pelo boi castrado e o pecuarista brasileiro produzirá. Simples assim.

  3. paulo sergio g santos disse:

    Para fornecer animais castrados o preço da arroba deveria ser pelo menos 12 % maior.

  4. Ricardo Viacava disse:

    A cozinheira sabe , a dona de casa sabe, o açougueiro sabe e o frigorifico sabe. Não pense que o produtor ignora que a qualidade da carne do boi castrado é muito melhor, tanto pelo acabamento como pelo PH.
    A questão é , quanto cada um deles esta disposto a pagar por isso?
    Eu não vou repetir as contas que já fiz mais de uma centena de vezes na fazenda antes de tomar a decisão , vou apenas me basear nos números citados na conversa com o Roberto.
    Se o ” boi inteiro” que aliás se é inteiro é touro e não boi, tem um desempenho 10% melhor. O boi castrado deveria valer pelo menos 10% a mais ( isso fazendo conta de padaria).
    O produtor não castra o boi não é porque gosta de produzir um produto de pior qualidade, ele faz isso porque tem que pensar na sua sobrevivência, em uma atividade onde as margens são tão pequenas e onde a conversa com a indústria é inexistente. O que manda na relação é apenas o interesse inediato daquele que está comprando, se precisa comprar paga muitas vezes o mesmo preço por uma mercadoria AAA e uma C, nivela por baixo o mercado e desestimula aquele que precisa de tempo, planejamento e investimento.
    Quando o mercado remunerar o custo e a perda de produtividade da castração, o produtor vai correr para atender a esta demanda.

    Abraços aos companheiros Miguel e Roberto

  5. Rogerio Zart disse:

    São evidentes as vantagens do boi inteiro, principalmente em relação ao ganho de peso, rendimento, e peso final. Penso que podemos ter as duas opções,objetivando mercados bem definidos.

  6. Manoel Vaz disse:

    Creio, que realmente é interessante primarmos pelo boi castrado, mas desde que este tenha alguma vantagem econômica e retorno ao pecuarista que compense tal procedimento dentro da propriedade. Este procedimento além de perda de peso na carcaça final também requer alguns gastos a mais no próprio manejo interno da propriedade.
    Mais uma vez entramos naquele velho impasse entre os “parceiros”, frigoríficos e pecuaristas.
    Falando do lado do pecuarista, pelo menos da minha parte, queremos produzir o que o consumidor final quer e deseja, desde que exista uma remuneração para tal produto, que não fique apenas na mãos dos nossos “parceiros” frigoríficos.
    Parceria é tudo que é bom para ambas as partes.

  7. João Bittencourt Neto disse:

    Bom dia, engordo boi e minha opção é pelo boi castrado pelo fato dos animais, ficarem mais calmos e melhor acabamento de carcaça. Quanto a diferença de ganho de peso, procuro compensar com mais rapidez na sua terminação.

  8. Victor Brum de Freitas Filho disse:

    Olá Miguel, sou já um zootecnista ficando coroa, formado pela UFSM em 88 e com 25 anos de TO, assíduo acompanhante de teu trabalho. Sobre o tema, me permito dizer que não sei se existem pesquisas sobre a relação entre castração/não castração e lotação na tentativa de procurar a melhor produtividade em kgs/ha, e não kgs/animal. Sou de velha escola gaúcha e acho que pesquisas neste sentido, se houverem, vão referendar o que qualquer homem campero observa, uma diferença substancial na lotação para mais lidando com bois do que com inteiros (turunos chego a chamar) e ainda levando em conta a diferença gritante de facilidade de manejo e diminuição de problemas em várias etapas do dia a dia do serviço. Dá uma conversa longa. Abraços e parabéns. Victor Brum

  9. marcello gros disse:

    No Brasil nao ha incentivo $ a produção de carne de qualidade ,ou seja de um boi mais novo e marmoreado, e quando ha é mínima e localizada como o boi p/exportação.
    Durante anos castrei cedo e engordei gado com uma genética superior e manejo diferenciado,o que me permitia fornecer um gado de qualidade ao frigorifico.CANSEI de ver gado mestiço de leite , e bem mais herado,ser vendido pelo mesmo preço por @ [se estivesse gordo],e com um peso bem maior.
    Os frigoríficos estão certos pois eles também nao apuram mais em carne diferenciada porque a dona de casa escolhe basicamente pelo preço,nao como nos EUA onde ela tem um selo do USDA que diz a qualidade [prime choice good etc] .
    Se queremos continuar crescendo como exportadores de carne para o mundo todo temos que em um dado momento começar a implantar um sistema de classificação da carcaça pois tem mercado para tudo contanto que o comprador saiba o que esta comprando.

  10. Rinaldo B. Vianna disse:

    Achei muito pertinente a discussão, mas gostaria de saber como no Uruguai é tratada a castração (orquiectomia) dos animais, pois essa questão também se reveste da necessidade de boas práticas pecuárias e perpassa por uma discussão sobre bem-estar animal. Ao discutir a adoção da castração nos sistemas de produção de bovinos de corte é preciso que se discuta também como a medida é adotada e praticada. Isso de um certo modo tem sido negligenciada, pelo menos em alguns lugares do Brasil. Castração é técnica cirúrgica e como tal deve ser prática por médicos veterinários, com os devidos cuidados que a técnica requer. Não pode ser tratada como uma simples medida de manejo.

  11. Rinaldo B. Vianna disse:

    Achei muito pertinente a discussão, mas gostaria de saber como no Uruguai é tratada a castração (orquiectomia) dos animais, pois essa questão também se reveste da necessidade de boas práticas pecuárias e perpassa por uma discussão sobre bem-estar animal. Ao discutir a adoção da castração nos sistemas de produção de bovinos de corte é preciso que se discuta também como a medida é adotada e praticada. Isso de um certo modo tem sido negligenciado, pelo menos em alguns lugares do Brasil. Castração é uma técnica cirúrgica e como tal deve ser praticada por médicos veterinários, com os devidos cuidados que a técnica requer. Não pode ser tratada como uma simples medida de manejo.

  12. Rogerio Uenishi disse:

    Para nós da Associação Wagyu, não tem questionamento, o boi tem que ser castrado e ser castrado antes da desmama. Já tivemos resultados suficiente para afirmar que quando castrado precoce a qualidade da carne melhora e muito. É só conseguir agregar mais valor pelo produto nobre que com certeza a qualidade supera quantidade.

  13. PAULO CESAR BASTOS disse:

    Prezado Roberto Barcellos

    Parabéns pela matéria. Instrutiva, construtiva e produtiva.
    Visto e lido o texto, uma observação e daí uma questão.

    Observação: conforme as ilustrações, o ganho de peso vivo dos bois castrados é de 470kg -103 kg = 367kg e para os inteiros de 520kg -105kg = 415 kg. Isso representa uma vantagem de ganho de peso vivo no período de 48 kg para o boi inteiro. Ou como você disse, a perfomance é praticamente 10% maior para o inteiro.

    Questão: se existe, qual é a remuneração adicional para o boi castrado e se a mesma compensa, financeiramente, o menor ganho de peso em relação ao boi inteiro ?

    Da Bahia, saudações sertanejas

    Paulo Cesar Bastos

  14. Armando Vicente Memuana disse:

    De fato pude compreender, a importância castrar um bovino, tendo em conta o rendimento de carne por carcaça e nível aceitável do PH.
    Para o efeito, este intercâmbio de conhecimento é salutar e aumenta a rentabilidade economicamente falando.
    O que nós pretendemos é, num curto espaço de tempo, obtermos um peso satisfatório por carcaça e uma boa qualidade em carne.
    É imprescendivel minimizar os custos e maximizar os lucros.

  15. jean gleik martins carvalho disse:

    No Brasil a performance é pelo boi castrado, tanto que o boi inteiro, tem no abate em frigoríficos peso de Vaca, acho isso uma verdadeira desvantagem.
    Gostaria de saber se na hora do embarque da carne, mistura-se a carne do castrado com a do boi inteiro?
    São feitos lotes separados?
    Quem sai perdendo sempre é o pecuarista.

  16. Geraldo Perri Morais disse:

    Na matéria que a DBO de julho que trata do assunto sobre castrar ou não ,fica evidente que o problema todo se resolve se os frigoríficos tiverem realmente um ganho expressivo na venda da carne de animais castrados, e neste caso é só remunerar acima de R$ 8,00/@ para bois castrados,valor este que é demostrado pela própria análise que mostra no artigo na experiência feita na Universidade de Mato Grosso, onde os lotes de bois inteiros tiveram um desempenho na carcaça abatida em torno de 20 Kg a mais que os castrados , resultando a preços de hoje (R$123,00/@/SP) uma remuneração a maior de R$164,00 por animal, ou seja , no caso do experiência, em torno de R$7,50/@. No caso dos Estados Unidos, eles capam os animais mas aplicam hormônios para compensar. Outra pergunta que se deve fazer é se o consumo interno estaria disposta a pagar este aumento de preço que certamente vai ser repassado para o consumidor.

  17. CELSO PESSOTTI disse:

    SEMPRE TRABALHEI COM O BOI CASTRADO. ALÉM DA QUALIDADE DA CARNE, O PREÇO É MAIS ALTO. MANEJO DA BOIADA CASTRADA É MELHOR E MAIS FÁCIL E NÃO EXIGE TANTO DE SUAS INSTALAÇÕES (CERCAS, CURRAIS, ETC…).
    SEMPRE CASTREI NO CANIVETE MESMO.

  18. Adilson Dias disse:

    Não tenho duvida da Qualidade superior da carne de animais castrados.O problema esta na diferença paga pela industria frigorifica que não cobre o melhor desempenho do animal inteiro.Nos ainda vendemos peso e não qualidade.

  19. Neilor Fontoura disse:

    E qual a novidade???

  20. Fabiano Milanezi disse:

    Matéria muito importante. Acho que deveriam partir dos frigoríficos, mais incentivos e programas diferenciados para os produtores que ofertarem animais nestas condições, já que para o produtor brasileiro, tudo caminha para não se fazer mais uso da castração, principalmente em animais precoces e de melhor qualidade. Não vejo outro caminho para qualquer atitude a não ser resultado financeiro, nós produtores devemos aprender com o restante da cadeia, ou a medida resulta em lucro ou não vai passar de idéia. Lembremos da questão dos cuidados com a pele dos nossos animais, qual foi o benefício que nos ofertado até hoje a não ser para a própria indústria?

  21. DANIEL CABRAL BARBOSA disse:

    Prezados Miguel e Roberto,

    Muito interessante e oportuno esse texto, principalmente no momento em que novas portas estão sendo abertas para nossa carne brasileira.
    Tenho acompanhado e estudado muito o setor de pecuária de corte, pois é tema da minha monografia de MBA em agronegócios.
    A questão da qualidade da carne e o sistema produtivo brasileiro, ganhou muito destaque nos últimos anos, mas infelizmente do lado negativo, pois perdemos a qualidade de nossa carne.
    Na revista Dinheiro Rural desse mês (Agosto), Renato Villela traz uma matéria interessantíssima, com o título: “Quem manda é o freguês”.
    Nessa matéria, o destaque é o crescimento das vendas de carne uruguaia, de ótima qualidade, oriundas de bois castrados.
    O que também chama a atenção, são os comentários de Fabiano Tito (Minerva):
    “O Brasil está na contramão da tendência mundial”
    “se o pecuarista não voltar a castrar os animais, o Brasil perderá cada vez mais espaço no comércio europeu”

    Enfim, boi castrado ou boi inteiro ??

    Abraço.
    Daniel Cabral

  22. Edissom Rogerio Antunes Rohan disse:

    Parabéns pela matéria. Enquanto o pecuarista estiver recebendo somente pelo peso na balança, Não vejo motivos pra castrar os terneiros. Pois como demostrado nas pesquisas a diferença de peso chega a 10% a favor dos inteiros e essa diferença não vai ser remunerada pelos frigoríficos enquanto isso não acontecer o boi vai continuar “inteiro”.

  23. antonio gomes disse:

    na minha ótica boi não castrado somente no confinamento para termos um acabamento perfeito e aproveitamento da carcaça

  24. Gustavo Santos Oliveira disse:

    Olá a todos, se o Uruguai aplica e prefere boi castrado, como eles trabalham(tratam) todas as questões levantadas aqui? (remuneração diferencia para ambos os produtos, método utilizado para realização este procedimento cirúrgico, diferenciação de lotes e diferenciação de preço de venda para o consumidor interno, idade para castração, etc, …), se é um modelo desejado(almejado) pelo Brasil, creio eu que este modelo deva ser analisado, pois já está implantado lá, e funcionando, como eles lidam com estas situações todas, e viabilizar para que estas melhorias ocorra aqui no Brasil devidamente ajustadas para as nossas condições especificas.

  25. Marcos de Carvalho Dias disse:

    Porque não há incentivo para se produzir boi castrado?
    Todos sabem que há um diferencial de custo na produção de um boi inteiro e um castrado. Porque não remunerar esse diferencial? Caberia ao produtor suporta-lo?
    No exemplo do café, já existe uma boa diferencia de preço para os cafés ditos “gourmet”. O consumidor paga um pouco mais pela qualidade mas se sente compensado. De vinho, nem se fala.
    A carne vendida nos balcões dos supermercados e açougues precisa deixar de ser uma simples commodity (carne de vaca!) e passar a ser escolhida por marca, qualidade, origem…

  26. Ado Albuquerque disse:

    Após ler esses comentários e pontos de vista, que mostram que o pecuarista Brasileiro está pronto para atender qualquer demanda de qualidade da Carne, conclui que chegamos novamente no velho gargalo da cadeia produtiva de carne Bovina no Brasil : O não entendimento, em regulamentação técnica e de preços dos produtos entre Industria e Pecuaristas,, que abasteceriam o mercado com as opções de produtos e preços ao Consumidor.

  27. Luiz Roberto Zillo disse:

    Sou adepto do Boi Castrado e em todo tempo que engordei sempre foram castrados. Não mudei sistema pelo ganho maior com boi inteiro. Opinião própria, e com isso tive sim alguns privilégios do frigorífico que abatia, falo isso de 2007 para trás. Acredito que hoje manteria minha posição. As pessoas com quem trabalho deixo a livre escolha. Gosto da opinião do Sr. Ricardo Viacava acima. Parabéns a matéria. Beto Zillo.

  28. Fabiano Tito Rosa disse:

    Discussão importante.

    O fato é que temos disponibilizado, por problemas de cobertura e pH, uma mercadoria que não atende às exigências de mercado. Para encaixá-la, portanto, temos que mexer (pra baixo) em preço; é por isso que as carnes do Uruguai, da Argentina, da Austrália, etc. valem mais que a do Brasil no mercado internacional (é carne de touro do Brasil vs carne de boi dos concorrentes). Essa desvantagem em termos de precificação afeta a cadeia toda.

    Não estamos falando de nichos, de mercados premium, para os quais cabem premiações. Estamos falando da tal “carne commodity” que, ao contrário do que alguns pensam, não é sinônimo de porcaria. Qualquer commodity tem um padrão definido, que é aquele demandado pelo mercado. O boi parece ser a exceção.

    Em 2013, na Minerva, 60% dos animais abatidos tiveram cobertura ausente ou escassa e tivemos 30% de ocorrência de pH acima de 5,9 (sendo que alguns mercados, como Chile e UE, exigem no máximo 5,8, o que aumenta o nosso problema). Se fossemos portanto discutir uma tabela de premiação, o que envolve tb penalização (se de um lado eu vou premiar o bom, tenho de outro que penalizar o ruim, para equilibrar a balança), a maior parte dos animais teria que ser penalizada. A realidade é essa.

    Lá atrás a indústria frigorífica começou a aceitar animais inteiros porque tinha que encher as fábricas; esse é o grande desafio qdo se tem um parque industrial para abater 60-65 milhões de cabeças/ano (expansão mal planejada??) diante de uma oferta de 40-45 milhões. Agora arcamos com as consequências.

    Tecnologia ajuda. O confinamento corrige boa parte dos problemas dos animais inteiros, principalmente no que diz respeito a cobertura (pH ainda incomoda, mas tb aí há um efeito positivo, mesmo porque as unidades de confinamento tendem a ser próximas das fábricas). Mas o boi inteiro de safra é mercadoria “complicada”; via de regra, é ruim. Acho que é aí que as discussões – castrado x inteiro, nutrição, manejo, bem estar animal, etc. – têm que se concentrar.

    Abs

    Fabiano Tito Rosa

  29. Valdemar Sampaio Matos disse:

    Prezados amigos.
    A castração nos bovinos nos traz grandes benefícios, mas o mercado interno, que é o maior consumidor de nossa carne cerca de “70%” , não nos aumenta em remuneração. Já as carnes que serão para a exportação, com melhor remuneração, estas deveriam ser de animais castrados, pois o mercado externo é mais exigente. Deveríamos fazer campanhas para uma melhor remuneração das carnes de animais castrados, como acontece nos animais super-precoces,
    Um grande abraço à todos.

  30. Jose Neuman Miranda Neiva disse:

    No Brasil é muito difícil falar em acabamento de carcaças. Tenho vários trabalhos experimentais sobre esse tema e infelizmente quanto mais acabamento se coloca, maior a limpeza (toalete) o frigorífico faz. Em media se retira 12 kg da carcaça… Enquanto isso estiver ocorrendo fica difícil estimular a produção de carcaças bem acabadas..
    Jose Neuman M. Neiva – Prof. Universidade Federal do Tocantins

  31. Antonio Carvalhaes Nt disse:

    Se temos hoje pecuaristas que preferem produzir animais inteiros isso se deve ao fato da indústria aceitar essa carne e também sua rentabilidade para esses produtores é maior. Mas tem frigorifico que paga penaliza esses animais, a sim, mas mesmo assim continua a ser vantajosa.
    Acredito que a partir do momento que produzir animais castrados seja mais vantajoso do que produzir animais inteiros isso muda drasticamente. O pecuarista não pensa em produzir uma carne com menor pH, ora, ele pensa no seu retorno financeiro, o que vem a seguir é conseqüência.
    Se voce tem a opção na sua fábrica de ter 2 produtos similares porém com rentabilidade diferentes o produtor escolhe qual? Acho que é fácil saber.
    Carne de qualidade deve ser bonificada ao produtor e realmente ser vantajoso, não apenas 1, 2, reais a mais pela arroba. Essa é uma escolha dos frigoríficos e não dos pecuaristas.
    Hoje eu produzo praticamente bois castrados por maior aceitação dos frigoríficos, consigo uma bonificação da minha @ produzida (ainda pouca) e pela facilidade de manejo.

    Abraço.

    Taquarussu – MS

  32. Nivaldo Rocha disse:

    Olá senhores;
    Engordo boi inteiro,acho perigoso pleitear remuneração diferente para boi castrado,pois
    o comprador de boi gosta de matar o boi e o pecuarista junto, se eles começarem a pagar
    menos pelo boi inteiro,vamos pensar que estão mais pelo boi castrado e ai o tiro sai pela
    culatra. Melhor pleitear remuneração por carcaça bem acabada.

    Abraço.
    Nivaldo

  33. joão fabricio disse:

    como não existe nenhum diferencial na remuneração, o pecuarista produz aquilo que acha melhor.

  34. Cilso L Silva disse:

    Matéria, interessante, mas não adianta ficarmos reclamando dos FRIGORÍFICOS, pois precisamos fazer volume de produção, para podermos cobrar, imagine como fica a indústria abatendo 80% de Touros e 20% de Bois Castrados, muito difícil de separar o Joio do Trigo, mas difícil ainda e conseguirmos fazer com que o Pecuarista perca parte do EGO e depois se junte em POOL para produção em escala, pois sem isto como iremos fazer… Volume de produção onde esta…. e a comodidade como fica… o que fazer… Precisamos ser melhor remunerado mesmo, mas também precisamos fazer a lição de Casa….administrar dentro da porteira todos sabem…. e fora dela quantos… no Brasil o Pecuarista nunca colocou preço no seu Produto.

  35. marcus rosa fonseca disse:

    Tipificaçao de carcaça (PH, EGS,EGG,EGP,AOL e MAR),ainda sao caracteristicas de carcaça pouco conhecidas tanto do produtor quanto do consumidor e que os frigorificos usam para balizar os preços ,muitas vezes por baixo. Como quem manda é o bolso do fregues e a tradiçao do consumidor brasileiro que durante anos vem consumindo carnes oriundas de rebanhos mestiços ou seja bovinos castrados com aquela capa de gordura tradicional. Agora com a melhora genética de nossos rebanhos estamos trabalhando com animais mais especializados e de caracteristicas de carcaça diferente (Zebuinos ,EGS,EGG,EGP e Taurinos MAR).Mas nada disso tem peso significativos para a grande maioria dos pecuaristas do Brasil .Somente o fato de o animal ser ou nao ser castrado é relevante e determina o preço.É lógico que ai entra a qualidade da carcaça que difere tanto na cobertura de gordura quanto no rendimento do dianteiro que no caso dos bovinos inteiro é muito maior.Alguns grandes pecuaristas que produzem em grande escala para cumprir contratos.Como grandes confinamentos trabalham com novilhos de qualidade superior ,precoces e padronizados que em muitos casos este detalhe da castraçao nao é levado em conta pois quanto mais jovem melhor a qualidade da carne.Outra condiçao que interfere no preço do boi em relaçao a qualidade da carcaça é a regiao do país.No sul do país a preferencia é por carnes com marmoreio devido a tradiçao de criaçao de raças européia,já no restante do país o predominio de animais zebuinos com capa de gordura tem a preferencia dos consumidores.Enquanto isso boi inteiro recebe preço de vaca . Esperimente ir a um açougue e pedir um contra filé uma alcatra de bio ,vaca ,boi castrado,boi inteiro,com marmoreio e ou com capa de gordura a carne é sempre uma só e o preço nao difere.Quem paga esta conta é sempre o produtor que tem seu produto qualificado para determinar preço.

  36. MOACIR GOMES DE OLIVEIRA disse:

    Muito interessante o tema. Porém, não é novo. Porque os pecuaristas, ao invés de ficarem reclamando dos frigoríficos, não se organizam melhor, onde for possível e criam uma cooperativa, montem um frigorífico próprio, para abaterem os seus animais, criem programas diversos de qualidade da carne, aí com certeza, poderão produzir com a melhor qualidade, castrados, inteiros, com marmoreio, etc e buscarem os mercados que pagam por produtos especiais, sendo deste modo remunerados como devem ser, pelo que produzem, como fazem os integrados das diversas cooperativas existentes, principalmente no sul do Brasil, que tem uma mentalidade diferente da nossa e praticam o cooperativismo, ao invés do individualismo. Vejo também essa mesma chiadeira por parte dos produtores de leite, a respeito dos laticínios. Na verdade, o que acredito que falta, é muita organização dos produtores de uma maneira geral. Eles perdem muito tempo reclamando.
    Caro Miguel, tenho aprendido muito com os artigos publicados. Muito obrigado e abraços á todos os debatedores.

  37. Rodrigo Albuquerque disse:

    Esta questão de boi castrado x inteiro me lembra a história do ovo e da galinha… Não castro pq nao recebo a mais ou nao recebo a mais pq nao castro? Quem vem primeiro? A conclusão que chego é que a cadeia da carne bovina não é madura o suficiente para que os elos possam conversar. Deveria haver os dois produtos, o inteiro e o castrado. Afinal de contas esta claro que são produtos diferentes para consumidores diferentes. Sem esta conversa, todos os elos perdem!

  38. Paulo Sérgio Silva Ramos disse:

    Acredito que devemos produzir o que o mercado (tendência de mercado), está sinalizando, a partir daí então trabalhar sempre para reduzir custos, mantendo a margem de lucro pretendida. Minha opinião: O consumidor é quem define o que produzimos, portanto cabe aos demais segmentos viabilizar a produção.

    Abraço.
    Paulo Sérgio Ramos – Bahia.

  39. Emerson Figueira disse:

    Três combinações que fazem toda a diferença: maior ganho de peso com melhor conversão alimentar e melhor rendimento de abate, ou seja, altamente mais competitivo. Portanto, só quando tiver alguém disposto a pagar mais (consumidor e frigorífico) pelo menor Ph da carne essa discussão fará sentido. Esses dados do Uruguai só me deram mais convicção que devo continuar terminando o boi inteiro.

  40. Moacir Müller disse:

    Como indicam as pesquisas, boi inteiro ganha mais peso e tem melhor eficiência na conversão alimentar. Unica diferença é a quantidade menor de gordura, porém em confinamento com a maximização da carcaça,(19 a 20 @) facilmente colocamos 3 a 4 mm de gordura. Quanto ao pH da carne já vi várias revisões cientificas e ainda não comprovaram essa afirmação Uruguai, pois o pH tem muitos outros fatores envolvidos.
    Att.
    Moacir Müller / Médico Veterinário.

  41. Édio Brunetta disse:

    Parabens Roberto pela materia, nossos dados aqui MT são semelhantes. Temos condições de oferecer a carne que mercado exigir, mas infelizmente só temos nichos de mercado no Brasil. E com a concentração dos frigorificos fica ainda mais difícil dessa realidade mudar. Abraço. Édio Brunetta

  42. Gerzy Ernesto Maraschin disse:

    Um bom assunto para ser tratado por grupos de produtores. E dali sair com uma proposta para a industria, objetivando a classificação das carcaças e a avaliação do rendimento dos cortes comerciais. E obter subsidios para valorizar os cortes nobres, com etiqueta que ateste a qualidade e a veracidade do corte e do animal de onde provém. Como nossos produtores encontram dificuldades para tratar de assuntos importantes para si mesmos, eles precisam evoluir, desenvolver abertura até para receberem sugestões técnicas, e encara uma verdade que ótima para eles, e para quem adquire seus produtos. Quando nosso pecuaristas entenderão a mensagem
    “do pasto ao prato”?

  43. José dalbem disse:

    Muito oportuna esta discussão, não Castro os bovinos por serem comercializado entre 24 e 36 meses. Gostaria saber qual o melhor método de castracao, de menor risco? E que método os amigos uruguaios mais fazem uso.

  44. Luis Eduardo Zampar disse:

    Com nutrição adequada e idade de abate reduzida, de preferência utilizando dietas com volumosos diferenciados ( silagem de milho de alta qualidade) e cruzamento industrial, preservamos o sabor da carne e ganhamos maciez, mesmo em machos inteiros.Sem dúvida, pela maior eficiência, tenho orientado na grande maioria das vezes, trabalhar com machos inteiros jovens.Com o pagamento de bônus para castrados, poderia sim recomendar a terminação de machos castrados.Abraço a todos.
    Eduardo Zampar
    Med. Vet.

  45. Antonio Carlos de Souza disse:

    A grande questão relativa ao tema persiste: qual o interesse do produtor em castrar seus animais (com aumento do custo de produção com a prática), se não obtém remuneração compatível do frigorífico?

  46. CLEUDIR MACHADO disse:

    Um dos problemas que eu vejo , e que trabalhamos ; Nos produtores x frigorificos, como adversarios
    onde os frigorificos querem sempre o melhor boi , sem que paguem mais por isso . Ex: foi a briga pela qualidade do couro , queriam que todos nos produtores trocassemos os arames farpados por liso para evitar riscar os animais . Pergunto algum produtor recebeu algum dia alguma ajuda ou premio por isso . Entao precisamos ser coerentes com o que rege o nosso setor, pararmos com achismo e tratarmos o setor produtivo como um parceiro que tambem precisa de maior rentabilidade para se manter ativo. abracos
    Cleudir Machado = Kau Machado

  47. JOSÉ AFRANIO BARBOSA disse:

    O pagamento ao produtor deveria ser baseado também no acabamento e conformação de carcaças e maturidade, Obrigado!

  48. Anselmo Antonio Kajewski disse:

    Como criador de gado sou iniciante, mas tenho o maior interesse em aprender e partir para o lado da melhor qualidade. Estou castrando os animais, e nem sabia desta grande diferença no ganho de peso.
    Os meus compradores nem observam se o animal é ou não castrado; a não ser quando estão motivados à exploração financeira.
    Os pecuaristas deveriam dar as mãos e fazer força para ditar as regras, mas, ao que me parece não é o que está acontecendo

  49. edilmar mendes disse:

    Meus caros ,toda a minha vida em fazenda, desde meu avo ,castrava-se os garrotes ,até náo era só por marmoreio ,era para a boiada dar sossego ,parar de brigar ,mas com a evolucao do mercado ,esse manejo mudou de foco .Mas é igual ao couro se o comprador náo pagar pelo couro sem marcas ou cicatrizes ,o fazendeiro náo irá cuidar do couro e marca por todo lado e náo adianta falar que o preco está embutido ,se paga tem o que quer, senáo vai ter o boi ou touro da forma mais acessível para o produtor.
    Os donos de frigoríficos em quase toda sua totalidade sáo pessoas que os ascendentes eram comerciantes de carne ,como marchantes ou acougueiros e sem denegrir, eram pessoas que em sua grande maioria tinham a visáo somente no lucro e cresceram assim ,fizeram suas fortunas ,mas náo focando melhoria ,gado tinha
    de ter peso e pronto e comprar o mais barato possível ,porque se ganha é na compra náo na venda – escutei isso muito – essa era a filosofia ,hoje pode até está mudando um pouco. Tem frigorífico pagando mais pelo boi castrado. Trabalhei como distribuidor 26 anos e náo se ouvia comerciante pedir qualidade ,queriam preço , vendíamos carcaça padronizada ,mas se o concorrente oferecia um preço melhor pegavam com ele ,esse é o nosso mercado.Um dia talvez mude. Saudaçoes.

  50. Luiz Fernando Rodrigues Alves disse:

    Temos o foco no peso vivo. Vale quanto pesa. Agora se for castrado tem que pagar mais. Qualidade tem custo. Mas acontece que a industria e o maior concorrente da produçao bovina. Diria, pior do que o CARRAPATO. Sao 35 anos de atividade. Abç a tds!

  51. Hildebrando de Campos Bicudo disse:

    Se por um passe de mágica todos pecuaristas passassem a castrar as boiadas a oferta diminuiria em 10% e consequentemente pela lei da oferta e procura os preços subiriam .Mas como isto não acontece e fatalmente na frente o mercado entraria em equilíbrio, os bois continuaram inteiros. Pode mudar quando houver bonificação pela qualidade sejam inteiros ou castrados.

  52. Guilherme Ramos disse:

    Essa é uma discussão oportuna, não apenas pela comparação entre boi X Touro, mais sim a respeito do mercado, o produtor não é remunerado por melhorias na matéria-prima ( no caso a carne), e não procura efetuar tais melhorias por não compensar seus custos e também por facilidades no manejo. O maior mercado consumidor é o interno (70% do que se é produzido), apenas uma pequena parcela dessa mercado exige uma melhor qualidade de produto, como cortes especiais, um marmoreio adequado, etc e estão dispostos a pagar por isso, e estes são atendidos pelas boutiques de carnes e casas de carnes que atendem esse tipo de consumidor, os demais consumidores procuram uma carne de qualidade “consumível” e com um preço que consigam pagar, o que é percebido pelo mercado intermediador que se aproveita disso para obter uma maior rentabilidade abatendo animais de baixa qualidade de carcaça. O fato é que para exportação temos que melhorar nosso produto para estar dentro das exigências dos mercados internacionais, porem para o consumo interno temos que ter um preço competitivo, será que um grande aumento na @ será aceito pelos consumidores finais?? Acho que essa discussão vai muito além da questão comparativa entre a qualidade da carne do touro e do boi.
    Abraços

  53. EDUARDO PICCOLI MACHADO disse:

    Para nós do RS, Uruguai e Argentina, não existe boi inteiro. Boi inteiro é touro. E o método mais eficiente de castração é na macega com poucos dias de vida ou no desmame. Assim é feito por aqui há 250 anos.

  54. Joemilson Guimarães disse:

    Se um Pecuarista preocupar-se apenas com o preço pago pelo frigorífico, não estará fazendo a gestão adequada de seu negócio. Ganha-se no manejo, na gestão do pessoal, no planejamento estratégico, nas questões ambientais, no uso racional das potencialidades do solo, da capacidade genética do animal. Enfim, não se ganha apenas no valor da arroba, mas nos valores agregados de seu produto final. Se após tudo isso o parceiro comercial não valorizar seu produto, então vai boi inteiro mesmo. A cadeia produtiva brasileira precisa se unir para poder estabelecer um padrão ouro de produção de carne. Conhecimento e gestão profissional e estratégica vão colocar a discussão inteiro x castrado num segundo plano.

  55. Robson M Sangermano disse:

    bom dia, parabéns pela matéria. Trabalho no ramo de representação de vendas carnes bovinas. Gostaria de fazer uma pergunta para os pecuaristas: Vcs comem a carne do boi inteiro que produzem ? a questão não é a industria e sim o mercado comprador da carne. Vão para SP e veja se algum distribuidor, açougue, supermercados aceitam a carne de boi inteiro. Então acredito que o assunto é questão de muita conversa e não a imparcialidade dos envolvidos.
    Abraço

  56. Ricardo Imbassahy disse:

    Não conheço frigorífico “parceiro”, quando pagam mais estão motivados por questões sazonais, o que existe de fato é uma indústria voltada a ganhar qualquer centavo que possa do produtor. A exceção de programas como o da Angus, Devon, Hereford e alguns produtores de Wagyu que conseguem colocar seu produto em patamar premium o que se recebe é commodities independente de castrado ou não castrado, consequentemente essa linha de produção fica inviabilizada por apresentar um financeiro que o frigorífico não cobre. Em relação a manejo existem diversas raças que introduzidas em rebanho geral imprimem mansidão além de precocidade e produtividade numa carcaça que quero crer mais aceitável que a hoje oferecida de forma ordinária.

  57. José Leandro Peres disse:

    Pela minha curta experiência, antes de tomar qualquer atitude, buscamos o nicho de mercado e tentamos negociar nossos animais. Assim saberemos se temos que capar ou não, sempre buscamos produzir animais diferenciados para agregar valor na carcaça. estamos sediados em Nova Guarita, norte do estado do Mato Grosso e recebemos nessas carcaças @ de GO mais 10%. Para esse pagamento exigem animais castrados e abaixo de 24 meses.
    sabemos que animais castrados tem um ganho quase igual das femeas em confinamento e mesmo assim vou ter um ganho de mais de 10% sobre os animais inteiros se fosse vender na região. Resumindo, temos que fazer nossa lição de casa e buscar mercados diferenciados, pois os frigoríficos fazem muito bem o papel deles.

  58. Eduardo Krisztan Pedroso disse:

    A pecuária mudou de patamar, isso é um fato indiscutível. A população mundial é crescente, cada dia mais urbana, com maior poder de renda e acesso à informação. As pessoas querem opção de escolha. Nós enquanto consumidores, queremos opção de escolha.

    O povo brasileiro adora carne e tem assimilado aumentos expressivos de preço nos últimos meses. Em contrapartida, seguem tendo acesso a uma carne cada dia de pior qualidade. Na exportação, o cenário não é diferente.

    A pergunta é: o que desejamos ser quando crescer? Qual o planejamento estratégico de nossa cadeia produtiva para as próximas décadas? Como iremos participar desse mercado que a cada dia é e será cada vez mais faminto por proteína animal?

    Mas noto que as discussões legítimas e acaloradas sobre o tema da castracão no Brasil tendem a olhar somente um lado da moeda. Inegavelmente, em sistemas de ciclo curto, animais inteiros apresentam um metabolismo mais eficiente e maiores rendimentos de carcaças. Para a indústria, os maiores rendimentos de desossa também são bem-vindos.

    Contudo, na prática, a pecuária do Brasil ainda não é uma pecuária de ciclo curto. Diariamente, são abatidos milhares de touros erados que entram na cadeia de consumo.

    E o freguês torce o nariz, refuga a carne dura com cor de goiabada cascão!

    Olhar somente para nossas conveniências imediatas são tão democráticas quanto Henry Ford, que defendia que o cliente poderia escolher a cor do carro desde que fosse preta, quando inventou os primeiros automóveis. Nossa carne também está cada dia mais escura.

    A indústria consolidada tem ajudado muito a abertura e o acesso a novos mercados. Tem possibilitado também a realização de campanhas de marketing de fomento ao consumo. O incremento da demanda formal, desloca a curva de preços. O Brasil ganha com isso. Hoje temos várias empresas listadas em bolsa com balanços públicos e auditados.

    Muitos se equivocam ao pensar que o frigorífico é inimigo do produtor. A indústria é, na verdade, o canal de vendas do produtor. Através da indústria é que o boi vira carne e chega à mesa dos consumidores.

    Quando teremos coragem enquanto cadeia produtiva de adotar um sistema nacional de tipificação que valoriza a cabeceira e penaliza o fundo das boiadas no balcão dos negócios? O remédio é amargo, mas, certamente necessário. Não há espaço para expectativas de subsídios. No final das contas, é do couro que se faz a correia.

    Precisamos avançar no diálogo com maturidade e visão de construção de valor efetivamente sustentável para a pecuária nacional.

  59. Marcelo Alcantara Whately disse:

    Produtor x indústria: e a saga continua.

    Acho que a solução para quem quer receber mais é prestar atenção em quem já está recebendo.

    Nestes dias conheci e conversei com produtor paulista com terra no MT. Ele abate gado comercial no JBS pelo programa No Ponto (castrado ou inteiro jovem). Além disso, produz para o programa TAEQ do Pão de Açúcar e para a Bonsmara Beef.

    Ou seja, se programou e planejou sua produção para aproveitar o que há disponível por aí.

    Há cooperativas no PR, a Associação dos Produtores do Vale do Araguaia-GO (Aprova), programas de carne de qualidade no interior de SP e MT, produção orgânica no Pantanal-MS, e por aí vai neste Brasil afora.

    O fácil sempre é simples, mas o simples muitas vezes não é fácil.

  60. Natanael R Cintra disse:

    Boi Inteiro X Boi castrado,

    O ganho do boi inteiro, traz mais uma vantagem, que e o ganho de tempo, pois o animal inteiro atinge o peso de 500 kgs, peso ideal para abate em pelo menos 90 dias antes de um boi castrado atingir o mesmo peso. Nao ha duvida que a gordura de cobertura do inteiro e de escasse a gordura 2. O boi castrado atingi com mais facilidade gordura 2 acima, e ai vem a questao do Ph.
    Eu tenho investido na reducao da idade do abate de 48 meses para 30 meses. Para atingir esta idade de abate, entra genetica, manejo, e para terminar os bois aos 30 meses eu forneco suplementacao a campo. Na realidade eu reduzi a idade mas encareci em muito meu custo de producao. Os altos custos torna inviavel o boi precoce, pois o custo do suplemento e maior que o ganho agregado. Veja confinamento! o custo da diaria / ganho nao fecha. Para produzir o boi precoce eu comeco a investir dois anos antes, este custo eu nao tinha antes, e os premios nao cobrem os custos, de producao do boi precoce.(racao $$$/conversao e negativo)

  61. Bruno Luiz de A. Campos disse:

    Realmente é interessante o ganho na cobertura de carcaça do boi castrado, mas se somente o frigorifico ganhar com o boi castrado, não vejo lucro para o pecuarista, mesmo tendo um boi calmo no pasto…

  62. Alan Silva disse:

    Muito interessante o debate! Estive na visita técnica ao Uruguai e a discussão vai além do castrar ou não castrar! Lá a relação entre Produtor e Indústria é respeitosa e lucrativa para os dois lados, não lembra em NADA o que acontece aqui no Brasil onde é Produtor X Indústria e não Produtor E Indústria.

  63. Elton dos Santos Biral disse:

    Quem define a necessidade é o consumidor. Com os diferenciais de preço entre o boi inteiro e o boi castrado, o único beneficiado com animais castrados é o frigorífico.

  64. Luiz fernando Aarão Marques disse:

    A castração entrou na pecuária de corte como ferramenta de exclusão quantitativa de machos inferiores e hoje se consolida (ainda se discute) na qualidade da carne! Quanto mais cedo for realizado o abate, menos necessária é a castração para conferir maciez na carne! O cruzamento industrial pode acelerar o processo, conferindo fibra de maior qualidade, acabamento na carcaça e heterose para o peso a desmama do animal, que será abatido mais cedo!

  65. Samuel Wallace Boer dos Santos disse:

    Como nosso amigo Elton disse, quem define a necessidade é, exclusivamente, o consumidor.
    Se não há diferenciação de preço pago pelo frigorífico para o produtor de uma carne de melhor qualidade, então não há o porque fazer a castração, já que os únicos beneficiados seriam os frigoríficos.
    Claro que a lida de campo menos bravia e mais facilitada é melhor, mas os custos serão maiores, pois além de castrar os animais, há maior demora no abate dos mesmos, e, consequentemente, menor rentabilidade do sistema (já que os animais vão ficar mais tempo na propriedade).
    Como o valor pago pelo inteiro e pelo castrado não diferenciam significativamente, pelo lucro que se tem, acho que compensa a criação do animal inteiro!

  66. FARNESIO LUIZ GUIMARAES disse:

    O MERCADO É SOBERANO, SE ESTE COMPRA TODA A CARNE QUE PRODUZIMOS, PRA QUE AUMENTAR CUSTOS E BAIXAR LUCRATIVIDADE. HAVERÁ UM MOMENTO EM QUE O CONSUMIDOR IRÁ DISCUTIR ESSA QUALIDADE, AÍ SIM. SENTAREMOS E OFERECEREMOS UMA CARNE DE QUALIDADE, A UM PREÇO TAMBÉM DE QUALIDADE.

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