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Boa fase nos EUA garante resultados da Marfrig

Impulsionada pela maior oferta de gado nos Estados Unidos, a Marfrig Global Foods reportou ontem um resultado recorde no terceiro trimestre. Segunda maior produtora de carne bovina do mundo, a companhia teve um lucro líquido de R$ 100,4 milhões. Em igual intervalo do ano passado, o grupo registrou prejuízo líquido de R$ 126 milhões.

Calcanhar de Aquiles da Marfrig no início do ano, a geração de caixa melhorou sensivelmente, o que coloca a companhia a caminho de atingir a meta de gerar de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão em caixa livre em 2019. “Muita gente, compreensivelmente, não acreditava”, afirmou ao Valor o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da Marfrig, Marco Spada. Em 15 de maio, ao estipular a meta, a empresa reportara uma queima de caixa de R$ 1 bilhão nos primeiro trimestre, gerando ceticismo no mercado.

De lá para cá, no entanto, a situação melhorou. O fluxo de caixa livre, que ficou positivo pouco mais de R$ 100 milhões no segundo trimestre, teve um saldo ainda maior no balanço divulgado ontem. Entre julho e setembro, a Marfrig gerou em R$ 844 milhões em caixa livre.

Esse é o número que vale para a meta da companhia, embora não seja a geração de caixa livre para os acionistas no Brasil, tendo em vista que desconsidera o pagamento de dividendos aos sócios minoritários da National Beef, nos EUA. Quando o pagamento é incluído, a geração de caixa livre do terceiro trimestre cai para R$ 530 milhões.

De acordo com o presidente-executivo da Marfrig, Eduardo Miron, o incêndio que paralisou um frigorífico de grande porte da americana Tyson Foods em Kansas contribuiu para o desempenho da empresa brasileira nos EUA. Com o fechamento da planta, que só deve voltar a funcionar plenamente em 2020, os preços do gado caíram nos Estados Unidos, engordando o lucro dos concorrentes. No país, onde é dona da quarta maior produtora de carne bovina, a Marfrig obtém 70% do faturamento.

Nesse cenário, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) bateu recorde no terceiro trimestre, alcançando R$ 1,47 bilhão, crescimento de 39,4% na comparação anual. A margem Ebitda da empresa aumentou 2 pontos percentuais, a 11,5%.

No período, as vendas aumentaram, puxadas pelo bom momento nos Estados Unidos e também pela apreciação do dólar. Entre julho e setembro, a receita líquida da Marfrig totalizou R$ 12,7 bilhões, incremento de 3,6% na comparação com os R$ 12,3 bilhões de igual período de 2018.

Considerando apenas as operações nos Estados Unidos, a receita líquida da Marfrig somou US$ 2,5 bilhões, aumento de 6,2% em relação aos US$ 2,1 bilhões do terceiro trimestre do ano passado. O lucro bruto da operação americana cresceu 24,7%, para US$ 375 milhões. A margem bruta aumentou 2,5 pontos, atingindo 16,7% no trimestre.

Na América do Sul, porém, a margem piorou, refletindo o custo mais alto com gado no Brasil e no Uruguai. A margem bruta atingiu 10,7%, ante 11,3% um ano antes. As vendas também diminuíram. Entre julho e setembro, o volume comercializado caiu 8,8%, a 378 mil toneladas. Mas o aumento do preço médio, sobretudo devido à maior demanda chinesa, compensou parcialmente a redução do volume. A receita líquida na região recuou “só” 2,4%, para R$ 3,8 bilhões.

Segundo Miron, a queda das vendas na comparação anual ocorreu porque, no terceiro trimestre de 2018, houve uma concentração das exportações no Brasil como reação ao fim da greve dos caminhoneiros, o que distorceu a comparação. Para os próximos trimestres, o executivo está otimista. Com a autorização dada em setembro para que mais dois frigoríficos no Brasil exportem à China, a Marfrig pode quase dobrar o ritmo de vendas para o país.

Fonte: Valor Econômico.

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